Max

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Magnus Bane Point of view

Se alguém me perguntasse naquele momento como eu estava se sentindo eu simplesmente não saberia responder aquela pergunta, eu estava um misto de confusão as coisas pareciam ficar cada vez mais complicadas de entender. Minha cabeça doía juntamente com meu corpo que mal tinha forças para ficar em pé. Eu estava dirigindo para o hospital onde Max estava internado, Jace estava no banco de trás do carro chorando baixinho enquanto Alexander estava ao meu lado com o rosto sem expressão nenhuma fitando a rua pela janela. O silencio daquele carro estava sendo perturbador e aquilo fazia com meus pensamentos ficasse a todo vapor me deixando nauseado.

Devido a hora o transito estava com pouca movimentação e chegamos no hospital em menos de quinze minutos, eu mal havia estacionado o carro e Alexander desceu sem falar uma palavra, fitei Jace pelo espelho do retrovisor e o mesmo estava limpando as lagrimas.

- O Alec vai ficar bem, todos nós iremos ficar bem. - Jace falou baixo ao notar meu semblante preocupado.

Na hora que recebemos aquela noticia Alexander caiu de joelhos em frente a porta e desde aquele momento ele não havia falado mais nada, eu havia lhe perguntado se ele estava bem e o mesmo apenas assentiu e foi para o quarto vestir uma calça antes de sairmos.

Jace desceu do carro primeiro e eu ainda fiquei lá segurando a direção com força, eu não conseguia descer, está parado em frente ao mesmo hospital onde minha mãe morreu trouxe à tona todos os dias de sofrimentos em que passamos e parecia que todo aquele sofrimento estava prestes a se repetir e dessa vez com um garoto inocente que não merecia tudo de ruim que estava acontecendo em sua vida. Encostei a cabeça na direção e respirei fundo.

- Magnus você não vem? - Jace perguntou me fitando pela janela que estava aberta.

Lhe fitei, mesmo com lagrimas nos olhos Jace me olhava esperançoso esperando uma resposta. Eu consigo entrar, repetir para mim mesmo diversas vezes. Eu não sabia se realmente eu conseguiria entrar, mas mesmo assim eu assenti descendo do carro e o travando. Caminhamos entre os carros que estavam estacionados no enorme estacionamento em silencio, o clima estava frio, então me encolhi dentro do gigantesco moletom de Alexander. A cada passo que eu dava meu corpo doía cada vez mais e meus pensamentos me torturavam com as lembranças da minha mãe. Assim que chegamos na entrada do hospital, eu parei e fiquei encarando a fachada e uma sensação de vazio me preencheu, segundos depois escutei os gritos de Alexander vindo da recepção.

- Você tem que me deixar entrar! - ele gritou desesperado para um enfermeiro que o fitava assustado - É o meu irmão que está lá dentro!

- Senhor, só podemos deixar que entre se alguém da família autorizar. - o enfermeiro tentou falar pacientemente.

- É o meu irmão que está lá dentro! - ele gritou mais alto arrancando a atenção das pessoas que estavam na recepção.

- Senhor, se continuar gritando assim serei obrigado a chamar os seguranças!

Jace e eu nos entreolhamos e voltamos a atenção para Alexander que gritou novamente sobre querer ver o seu irmão e em seguida ele espalmou as mãos com força sobre o balcão. Sem nem pensar duas vezes eu corri em sua direção e o segurei com força por trás.

- Me solta! - ele começou a se debater em meus braços - Magnus me solta! - gritou.

- Alexander fique calmo por favor... - sussurrei em seu ouvido e o mesmo continuou a se debater em meio aos meus braços e em seguida desabou no chão me levando junto, eu ainda o segurava.

Eu vou segurar o seu mundo, mesmo que o meu também esteja desabando. Eu queria lhe dizer isso, mas ele não merecia ouvir aquilo.

- Eu só quero ver meu irmão, Mags. - ele falou entre soluços.

- Você vai ver. - falei lhe abraçando com mais força - Você irá ver ele.

Alexander chorava e soluçava com a cabeça sobre o meu peito, aquela cena era de fuder qualquer emocional. Levantei a cabeça e fitei as pessoas que nos encaravam curiosas e aquilo fez com que a minha vontade de sair correndo daquele hospital aumentasse ainda mais, mas eu não podia fazer aquilo, Alexander precisava de mim e eu precisava ser forte para ele.

- Não precisa de seguranças, ele já está calmo. - ouvir Jace dizendo para o enfermeiro que estava ao lado de dois brutamontes vestidos de segurança.

- Você viu o escândalo que ele acabou de fazer aqui? - o enfermeiro rebateu.

Eu poderia deixar Alexander de lado e socar a cara daquele ser incessível, certo? Errado, ficar abraçado com Alec era o que estava fazendo com que o mesmo se acalmasse.

- Magnus isso dói tanto. - ele falou soluçando.

- Vai ficar tudo bem, estou aqui com você... - falei colocando a mão sobre sua cabeça e iniciando um carinho calmo, fitei Alexander e ao fundo eu podia ouvir Jace que ainda discutia com o enfermeiro.

- Quero saber qual é a pessoa que vai ficar calada quando se quer ver o irmão e alguém como você o impede. - Jace falou ficando sem paciência.

- Você também quer sair? - o segurança falou com sarcasmo.

- Você é um...

Jace tentou falar mas eu o cortei.

- Por favor não os expulsem, eu me responsabilizo por eles. - falei levantando a cabeça e encarando onde eles estavam.

Os seguranças e o enfermeiro me fitou antes de cochichar alguma coisa entre eles.

- Eu vou deixar que fiquem, mas se eles aprontarem serão expulsos os três.

Eu juro por Deus que me segurei pra não pular no pescoço daquele homem.

- Ok.

O enfermeiro saiu levando os brutamontes com ele, Jace se sentou na cadeira e de forma cansada colocou as mãos sobre o rosto.

- Senhor... - ouvir uma voz calma e virei a cabeça dando de cara com uma enfermeira que nos fitava com pena - O senhor poderia me dizer qual o nome do paciente que vieram ver?

Eu lhe fitei por alguns segundos, eu não fazia a mínima ideia de como era o nome completo de Max.

- Hum...

- Maxwell Joseph Lightwood. - Alexander falou baixo.

- Maxwell Joseph Lightwood. - repeti.

A mulher escreveu alguma coisa em seu iPhad.

- Assim que tiver alguma notícia sobre ele, eu virei e avisarei a vocês. - ela falou de forma simpática.

Eu assenti e ela se afastou.

Alexander permanecia imóvel e encolhido em meus braços, eu não sabia o que falar nem o que fazer então eu apenas o apertei mais contra mim e deixei um beijo em sua nuca.

- Eu não vou aguentar se Max morrer... - ele falou um pouco abafado já que ele estava com a cabeça sobre meu peito.

- Amor, ele não vai morrer... - falei mexendo em seus cabelos.

- E se ele morrer? Eu não sei o que eu vou fazer, Mags.

Eu estava tentando ficar calmo e não surtar com tanta informação e coisas que estava acontecendo em um intervalo de menos de trinta minutos. A mentira de Alexander, a doença de Max a confusão que estava dentro de mim... Senhor me dar forças eu não posso surtar a qualquer momento. Respirei fundo e então falei:

- Você não vai fazer nada, porque tenho certeza que não irá acontecer nada de ruim ao pequeno Max.

- É tudo culpa minha, se eu o tivesse levado para o hospital na hora que ele começou tossir, isso não teria acontecido. Não teria! - ele falava de forma desesperada.

- Alexander olha para mim! - o mesmo me fitou com os olhos vermelhos - Você não tem culpa de nada, Yeah? Você não tinha como impedir tudo isso, ninguém tinha.

Ele soluçou alto e quando ele iria sair dos meus braços eu o puxei novamente e ele encostou a cabeça em meu peito.

- Mags, eu sei que você está me odiando nesse momento por mentir pra você...

Por mais que eu quisesse conversa com ele e lhe falar como eu estava me sentindo fodidamente traído eu apenas lhe respondi:

- Alexander eu acho que esse não é o momento ideal para falarmos sobre isso. - falei.

- Eu sei... - soluçou - Só peço que não me deixe, não agora, eu preciso de você Mags...

Ele era um filho da puta! E eu queria odiá-lo, mas naquele momento eu não conseguir.

- Eu jamais lhe deixaria.

- Eu não te mereço...

Meu corpo deu um leve tremor ao ouvi-lo falar aquilo, eu abrir a boca e fechei diversas vez sem saber o que falar. Alexander ainda chorava baixinho e o moletom que eu usava já estava se encharcando com suas lagrimas, minhas pernas doíam mais ainda devido a ele estar apoiado nelas enquanto ainda estávamos no chão no meio da recepção do hospital. Encostei minha cabeça sobre a sua e aspirei o cheiro suave do meu shampoo de sândalo que ele começou a usar depois que eu havia deixado em seu banheiro.

Ver Alexander tão vulnerável e destruído daquele jeito me fez pensar em como a vida é muito imprevisível e cruel, em uma hora estamos lá no topo do mundo e em segundos estamos em uma queda livre sem saber o que esperar quando chegarmos lá em baixo. Estar com a pessoa que você considerava o seu mundo em meio aos seus braços enquanto a mesma soluçava de tanto chorar era o exemplo perfeito de se estar em uma queda livre, mas nessa queda livre eu sabia perfeitamente o que iria encontrar no final.

Uma vez eu ouvir que não éramos para nos prender a ninguém, porque se a pessoa nos soltasse nós caiamos e ao ouvir aquilo eu não entendi de primeira, mas agora eu percebo o grande significado que essa frase tem.

Eu estava me perguntando onde Maryse e Isabelle estavam já que se faziam quinze minutos que havíamos chegado no hospital e não tivermos nenhuma notícia delas ou do estado de saúde do Max e aquilo me fez questionar se estávamos no hospital certo.

- Você pode pegar o seu amigo e saírem do meio da recepção, por favor?

Eu ouvir a voz do mesmo enfermeiro de minutos atrás, eu juro por Deus que eu tentei manter a minha paciência, mas a insensibilidade daquele homem me fez mandar o resto da minha paciência pra casa do caralho.

- Você pode tirar a sua empatia da bunda e utilizá-la? - falei já sem paciência.

Alexander levantou a cabeça e me fitou surpreso, seu rosto estava marcado e seus olhos vermelhos e inchados de tanto chorar.

- O que você disse? - o enfermeiro me encarou com raiva e surpreso ao mesmo tempo.

- Você quer que eu repita?

- Magnus... - Alexander me chamou com a voz tremula, mas eu o ignorei.

- Olhe aqui seu...

- Seu o que? - lhe desafiei.

- Eu vou ser obrigado a chamar os seguranças.

- Chame os seguranças, chame a puta que pariu. Você é um péssimo profissional, se é que você mereça ser chamado assim! A parti do momento em que você decide que vai cursar enfermagem, você tem por obrigação tratar as pessoas bem e com gentileza.

- Senhor me desculpe, eu não estou em um dia muito bom. - ele falou nervoso.

- E você acha que algum de nós tem alguma coisa a ver com os seus problemas? A partir do momento que você veste seu uniforme de trabalho, você deixa seus problemas pessoais do lado de fora.

Todas as pessoas que estavam naquela recepção nos encarava.

- Minhas sinceras desculpas. - ele falou.

Eu sorri com sarcasmos e Alexander me fitou assustado, mas também não falou nada.

- Sabe o que você faz com as suas desculpas? Você ás enfia...

- Magnus, Alec!

Uma voz familiar me fez calar a boca e então eu virei a cabeça para ver de onde vinha e eu simplesmente não acreditei no que estava vendo. Nico, o mesmo cara de Atlantic City estava parado em nossa frente e diferente das outras vezes que o vimos ele vestia roupas formais.

- Nico!? - falei com deboche.

Ótimo, só faltava aquilo pra completar.

- O que vocês estão fazendo aqui? - ele perguntou curioso, fitando Alexander e eu no chão.

- Meu irmão está internado. - Alec respondeu com a voz entrecortada.

- Dr. Kim, você conhece esses homens? - o enfermeiro perguntou.

- Dr. Kim? - perguntei.

O homem deu um sorriso irritante.

- Sou o cirurgião ortopedista daqui. - ele falou.

- Nico? - Jace falou se aproximando.

Eu estava tão concentrado em discutir com o enfermeiro que nem percebi que Jace havia voltado do banheiro.

- Jace!

O enfermeiro ficou nos fitando.

- Sr. Hale peça para sua superior ir até a minha sala, preciso ter uma conversa séria com ela a respeito do seu comportamento. - Nico falou sério e pela primeira vez eu gostei um pouquinho dele.

- Mas... - o enfermeiro tentou protestar, mas foi cortado por Nico.

- Apenas faça o que eu mandei.

O enfermeiro engole em seco e se retira, Nico volta a sua atenção para nós.

- Você conseguiu notícias do seu irmão? - ele perguntou.

Alexander meneou a cabeça negando.

- Venham, vou ver o que posso fazer por vocês.

- E o que você poderia fazer por nós? - Jace perguntou.

- Ele é o cirurgião ortopedista daqui. - falei.

Jace olhou surpreso para Nico, mas não falou nada.

Alexander e eu nos levantamos e Nico falou alguma coisa para a mulher que lhe entregou um iPhad.

- Qual o nome do seu irmão? - ele perguntou.

- Maxwell Joseph Lightwood. - Jace respondeu.

Nico fez uma cara nada boa assim que abriu a ficha de Max no iPhad.

- Ele fez uma cara nada boa. - Alec falou nervoso ao meu lado.

- Bom, vocês podem me seguir? - falou sério.

Nós assentimos e o seguirmos. A cada passo que eu dava meu coração aumentava os batimentos, Alexander ao meu lado enxugava as lagrimas que escorriam em suas bochechas como uma cachoeira. O seu desespero era evidente e aquilo só estava aumentando a batalha interna que eu travava para não desabar junto como ele, em uma ato irracional eu entrelacei os meus dedos nos seus procurando a força que eu precisa naquele momento. Alec me olhou surpreso pela minha atitude, mas logo desviou o olhar assim que chegamos na sala de espera onde Maryse e Izzy estavam.

- Alec! - a morena correu chorando em nossa direção e abraçou com força Alexander fazendo com que soltássemos as mãos.

- O Max... - ele falou chorando com a cabeça no ombro do irmão - Isso é a minha culpa!

- Não, isso não é sua culpa. - ela falou tentando tranquilizar Alexander que estava começando a ficar agitado novamente devido ao desespero.

Jace se juntou ao seus irmãos que o abraçaram também, Maryse estava de pé fitando seus filhos com lagrimas nos olhos.

- Mãe... - Alexander sussurrou assim que se soltou dos irmãos e correu em direção da mulher que o abraçou.

Alexander chorava agora nos braços de Maryse que beijava seus cabelos e pedia para que ele se acalmasse que iria ficar tudo bem.

- Mags! - Izzy falou ao me ver.

Eu caminhei em sua direção e lhe abracei, Isabelle parecia mais calma que os irmãos.

The Prince (MALEC)Onde histórias criam vida. Descubra agora