Alec Lightwood Point of view
Há momentos em nossa vida que as coisas acontecem como se estivessem em câmera lenta, sejam eles bons ou ruins. E quando o momento é ruim a dor parece que se intensifica e o tempo não passa de jeito nenhum, depois da notícia que recebemos sobre o Max, as coisas estavam passando diante dos meus olhos como em uma fodida e dolorosa câmera lenta e eu só queria ter o poder de acelerar o tempo e pular logo para a parte onde finalmente somos felizes.
Depois que Max foi operado o Dr. Schmitt e Nico vieram nos informar das complicações que ocorreram durante a cirurgia, o que me fez entrar novamente em um surto interno, eu simplesmente não estava preparado para o que iria acontecer a seguir. Mas depois de entrar no quarto do Max e o ver dormindo serenamente com a boca entre aberta e o peito subindo e descendo de forma suave me fez suspirar de alivio por saber que ele havia cumprido a sua promessa de sempre voltar para mim.
- Alexander! – Magnus sussurrou batendo no vidro da janela – Se nos pegarem aqui estamos ferrados! – sibilou.
Magnus estava do lado de fora do quarto servindo de vigia para que eu pudesse visitar o Max. Já tinha feito meia hora desde que ele saiu da cirurgia e não me deixaram vê-lo por motivos dele ainda estar se recuperando no pós-operatório e eu tive a brilhante ideia de visita-lo escondido e Magnus estava sendo meu cumplice.
-Preciso de mais cinco minutos! – sibilei de volta e segurei a mão de Max.
Magnus arqueou a sobrancelha de forma irritada. Voltei a observar Max que ainda dormia, ele era tão pequeno, tão frágil, o meu irmão era um garoto considerado pequeno para sua idade, aparentando ter por volta de sete anos quando na verdade tinha dez. Deslizei a mão sobre seus cabelos escuros e voz doce e suave dele inundou meus ouvidos fazendo com que meu coração batesse de forma frenética.
- Alec! – ele falou baixo.
- Pelo anjo! – falei surpreso.
Max ainda estava de olhos fechados e mesmo assim sorriu pequeno.
- O que aconteceu?
- Você não se lembra?
Ele meneou a cabeça negando e então abriu os olhos e me encarou intensamente.
- Só lembro de acordar tossindo sangue e depois daí tudo é um borrão.
Eu fechei os olhos com força antes de fita-lo.
- A mamãe te achou no banheiro tossindo sangue e você teve que vir para o hospital às pressas.
Ele me fitou sem expressão.
- Você nos deu um baita de um susto.
O garoto sorriu e fechou os olhos novamente.
- Eu sempre dou um susto em vocês.
Mesmo doente Max nunca perdia o seu bom humor.
- Desculpa não conseguir me despedir... – falei.
Ele abriu os olhos e me fitou.
- Você sabe que eu odeio despedidas, não sabe? Eu já te falei, que sempre estarei voltar pra você.
Eu achei que iria lhe perder naquela madrugada se eu o perdesse eu jamais iria me perdoar por não ter conseguido me despedir, eu queria lhe falar aquilo, mas eu não podia mostrar que eu não era forte justamente no momento em que eu precisava ser forte por ele.
- Eu sei. – falei - Vem cá, eu só preciso de um abraço seu.
Eu puxei o pequeno e lhe abracei forte, seu coração assim como meu batia alto. Beijei seus cabelos, Max de proposito tocou com os dedos gelados em meu pescoço fazendo meu corpo estremecer de frio e em seguida sorriu. Ficamos mais um tempo daquele jeito enquanto eu agradecia ao céus por ele ter me dado mais uma oportunidade de estar com meu irmão em meus braços.

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The Prince (MALEC)
RomansaDuas realidades diferentes. De um lado temos um jovem humilde que trabalha ajudando seu pai na loja de brinquedos da família, do outro um príncipe confuso que está prestes a assumir o trono. Duas pessoas ligadas ao mesmo destino, o tipo de história...