Alec Lightwood Point of view
Abrir os lentamente assim que a claridade que vinha da janela refletiu sobre meu rosto sem piedade alguma. Ótimo, mais uma vez esquecendo de fechar a porra da cortina. Puxei a coberta e a coloquei sobre meu rosto e me virei na cama na tentativa de dormi novamente, o que foi em vão, é claro. Encarei a pequena cômoda e no relógio que ficava sobre ela marcava ainda onze e meia da manhã. Droga! Soltei um gemido baixo em frustação, eu não tinha dormido nem seis horas direito.
Depois que fugir do baile corri para o meu quarto e me joguei na cama onde fiquei conversando por horas com Mags. Havíamos apostado que quem dormisse primeiro iria fazer o que o outro quisesse e pelo visto eu havia perdido a aposta, e agora estava imaginando o que ele iria querer fazer comigo. E minha mente pervertida começou a fantasiar um monte de coisa que estavam fazendo com o que meu corpo começasse a reagir a tanta perversidade. Rapidamente me sentei na cama e me espreguicei, respirei fundo quando vi que meu "meu amiguinho" estava com a famosa ereção, revirei os olhos antes de me levantar e seguir para o banheiro.
Adentrei naquele gigantesco banheiro, não era nem exagero falar que ele era quase do tamanho do meu apartamento em New York, não sei pra que ter cômodos tão exagerados assim. Retirei aquele colete que estava apertando meu corpo juntamente com o resto da roupa que usava, os dobrei colocando em cima da pia de mármore e então fui para o box. A água quente que descia do chuveiro fazia com que meu corpo relaxasse, encostei a cabeça no mármore da parede enquanto sentia aquela sensação deliciosa.
Depois de mais de quinze minutos no banho sai e caminhei até o closet onde vesti uma roupa confortável e quente já que em Idris o termômetro marcava apenas 5º graus naquele dia. Assim que terminei de me vestir minha barriga roncou alto devido a fome que eu estava, no dia anterior eu quase não me alimentei direito por causa da ansiedade. Sair do quarto e caminhei até a sala de jantar, assim que abrir a porta me deparei com a mesa repleta de comida e com toda a minha família presente.
- Boa tarde, filho. – Maryse foi a primeira a me ver entrar – Chegou na hora certa, já iria pedir para alguém ir lhe chamar.
- Boa tarde. – respondi.
Encarei todos que me fitavam. Eu não iria almoçar com eles de jeito nenhum, dei uma última olhada e quando iria sair da sala de jantar Maryse falou:
- Não vai se juntar a nós, Alexander? Você sabe o quanto é sagrado esse almoço de natal em família.
Eu sabia que aquele almoço com todos nós juntos não iria dar muito certo. Então eu estava pensando em uma boa desculpas para me retirar de lá o mais rápido possível.
- Não vai almoçar maninho? Estávamos esperando justamente você para começamos esse delicioso almoço em família. – Isabelle soltou com um sarcasmos incrível.
A encarei.
- Venha filho temos que comemorar também seu noivado com Lydia. – Maryse falou e encarou Lydia que sorriu pequeno.
- Estou com um pouco de dor de cabeça, acho melhor eu voltar para o quarto. –menti.
- Nada disso você vai sentar conosco e comemorar. – minha mãe falou de uma forma calma, mas autoritária.
Pelo jeito a minha desculpa não deu muito certo. Eu sou um péssimo em dar desculpas. Suspirei pesado.
- Ok, então. – falei por fim e caminhei até a cadeira que ficava entre Lydia e Gideon.
Encarei Isabelle que estava sentada na minha frente e ela revirou os olhos e voltou a conversar com Tatiane.
- Você está bem? – Lydia perguntou baixinho e eu assenti.
Benedict e Gabriel observavam atentamente cada movimento que eu fazia o que estava me deixando incomodado.
- Deseja perguntar alguma coisa tio? – perguntei com sarcasmo e Gideon se engasgou com o suco ao meu lado – Você está bem? – perguntei fitando Gideon.
Gideon assentiu limpando a boca com o guardanapo.
- Estou sim. – falou.
Voltei a encarar Benedict e Gabriel.
- Por que acha que tenho algo a perguntar? – Benedict perguntou de forma fria e em seguida tomou um gole da sua bebida.
- Porque está me encarando demais, achei que iria perguntar se podia me desenhar. – soltei.
Benedict me fitou de cara feia e Gabriel soltou um "ui" e foi retribuído com um olhar matador do pai. Maryse nos encarava sem nenhuma expressão.
- O baile ontem foi maravilhoso. – Tatiana falou empolgada.
- Foi a noite de um grande espetáculo. – falei.
- Grande espetáculo de mentiras. – Izzy murmurou e me fitou com cara feia.
- Pode apostar que sim. – Gideon falou e na mesma hora Benedict o encarou com um olhar tão assassino que eu senti um frio percorrer por toda a minha coluna e na hora Gideon abaixou a cabeça rapidamente e começou a brincar com a comida em seu prato.
- O noivado de vocês está estampado em tudo quanto é notícia. – Maryse que antes não tinha nenhuma expressão agora sorria.
- Quero propor um brinde a esse grande momento. – Benedict levantou sua taça que eu deduzir ser de vinho – A esse noivado que ainda irá dar muito o que falar.
Todos na mesa lhe fitou sem entender, exceto Gabriel que sorriu diabólico e Gideon que estava ficando tenso ao meu lado.
- Esse noivado irá ter muita alegria e conquista e todos irão comentar sobre. – falou e sorriu de um jeito que eu não conseguir descrever – E ao nosso futuro Rei.
Uma parte de mim sentia que ele iria aprontar alguma coisa, mesmo o trono sendo meu por direito ele não iria desistir de colocar seu filho no trono tão fácil assim. Eu então entrei no seu joguinho, sorri falsamente e levantei a taça e todos nós brindamos, exceto Izzy que continuava me fitando. Eu sentia que a qualquer momento ela iria pular em cima de mim e me matar com um garfo.
Apesar de estar em clima de natal, o clima naquela mesa estava complemente carregado. Almoçamos em meio a farpas e indiretas de minuto em minuto, Isabelle não deixava passar nada quando não estava me ignorando estava me mandando indiretas bem diretas.
Aquilo tudo estava um saco, me recordei dos almoços divertidos que tínhamos no Natal. A gente nunca realizava a ceia de Natal por conta do baile de tradição, então sempre nos reuníamos no dia seguinte ao baile e fazíamos um grande almoço em família, onde riamos e brincávamos. Depois do almoço e sobremesa íamos para a sala de estar onde tinha um enorme pinheiro decorado com luzes de todas as cores e enfeites de todos os tipos e tamanhos e então trocávamos presentes. Meu pai tinha o poder de sempre deixar o ambiente repleto de amor e alegria.
Esse era o primeiro Natal sem ele, e sua ausência provocava um grande vazio em minha alma. Eu não sabia se o enorme pinheiro estava na sala de estar pois desde o dia em que cheguei aqui não fiz questão de ir até lá, eu estava evitando o máximo de coisas que me faziam lembrar dele pra ver se a dor diminuía. E por incrível que pareça ela parecia que estava aumentando cada vez mais.
- Você não concorda, Alec? – Jace falou.
- Com o que? – perguntei sem entender já que eu não estava prestando atenção naquela conversa.
- De irmos amanhã ao orfanato levar todos os brinquedos que compramos. – ele falou calmo.
- Ah, claro, iremos sim. – sorri pequeno deslizando os dedos no copo de suco.
Assim que terminarmos de almoçar Isabelle saiu rapidamente da sala, pedi licença e também me retireis corri atrás dela.
- Isabelle!? – lhe chamei e ela nem se virou para me olhar – Izzy, até quando você vai ficar me ignorando? – me aproximei dela e a segurei pela mão.
- Alec, me deixa que saco! – ela falou sem me olhar e puxou sua mão e saiu andando rapidamente.
- Isabelle! – gritei.
- Alec deixa ela. – Jace falou parando ao meu lado.
- Não Jace, eu não vou deixar. Posso saber o motivo de vocês estarem me ignorando? – lhe fitei furioso.
- Não é obviou?
- Não, não é. Isabelle eu até entendo, agora você não!
- Ela está com um ódio mortal de você por ter ficado noivo de Lydia e eu estou proibido de falar com você se eu ainda quiser fazer sexo.
- O que? – perguntei desentendido.
- Se eu falar com você Isabelle vai chutar minha bolas – falou colocando as mãos sobre seu membro – E eu amo elas e preciso delas.
Se naquele momento eu não estivesse com raiva com certeza eu iria explodir em uma gargalhada alta.
- Então você vai me ouvir!
- Vou!? – ele arqueou uma das sobrancelhas.
- Vai!
Lhe puxei pelo braço e comecei a andar.
- Pra onde você está me levando? – protestou tentando soltar seu braço.
- Jace cala a boca. – resmunguei – Só preciso encontrar um lugar reservado.
Caminhamos corredor a dentro enquanto Jace resmungava a cada segundo que eu estava apertando seu braço. Paramos em frente a porta da biblioteca e eu a abrir e então entramos.
- Você já pode soltar meu braço. – Jace resmungou.
Assenti e lhe soltei e em seguida fechei a porta.
- O que estamos fazendo na biblioteca? Isso é uma espécie de clube do livro? – soltou com sarcasmo.
Revirei os olhos.
- Alec é sério, o que você quer?
- Eu preciso lhe contar o meu plano e lhe falar o porquê de ter aceitado noivar com Lydia. – falei andando de um lado para o outro.
Ele me fitou com uma expressão confusa.
- Estou ouvindo. – ele falou se encostando em umas mesas – Por favor para de andar que eu estou ficando agoniado.
Então parei de andar como ele pediu, lhe fitei e respirei fundo antes de lhe contar detalhe por detalhe do plano, Jace me ouvia atentamente. Lhe contei desde a conversa estranha na adega com Gideon até o meu plano que envolvia Lydia.
- Lydia vai ajudar? – ele me fitou confuso e eu assenti – A mulher que te traiu vai te ajudar?
- Precisa passar isso sempre na cara? – revirei os olhos.
- Alec e se ela contar isso a alguém?
- Ela não vai. – falei com firmeza.
- Isso é o que você acha.
- Jace eu confio em Lydia. Antes disso tudo acontecer ela era a minha amiga e eu sei que jamais ela faria algo que pudesse me machucar.
- Mas ela te traiu e você ficou machucado o suficiente...
Eu nada falei, Jace estava certo ela havia me traído e aquilo me deixou completamente machucado por meses. Mas apesar de tudo eu ainda confiava nela, eu precisava confiar, afinal Lydia vai ser de grande ajuda para que eu possa colocar meu plano B em pratica caso o plano A não funcionasse.
- Eu confio nela. – falei por fim.
- Agora você precisa contar para a Izzy seu plano senão alguém vai sair daqui em um carro do IML. – falou risonho.
Eu sorri.
- Vou falar com ela agora. – falei.
- Acho melhor deixar pra falar amanhã. – sugeriu.
- E por que? – dei de ombros.
- Porque do jeito que Isabelle está ela vai te matar com aquela escova de cabelo que o cabo parece um vibrador.
Eu fiz uma careta antes de gargalhar.
- O que você acha que o Gideon queria lhe contar? – Jace perguntou pensativo.
- Eu não sei, mas parecia que era alguma coisa que o incomodava, já que o mesmo estava muito inquieto.
- Você precisa falar com ele o quanto antes.
- E eu irei, só preciso ficar a sós com ele.
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The Prince (MALEC)
Roman d'amourDuas realidades diferentes. De um lado temos um jovem humilde que trabalha ajudando seu pai na loja de brinquedos da família, do outro um príncipe confuso que está prestes a assumir o trono. Duas pessoas ligadas ao mesmo destino, o tipo de história...