Penthouse

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Caminhamos apenas alguns passos de mãos dadas, quando ele para perto de um carro preto moderno. Ele vai para a porta do motorista e eu abro a porta do carona estranhando ao ver o volante desse lado.

- Bella, você arruinou minha tentativa de ser um cavaleiro - ele diz fingindo exasperação.

Eu dou um sorriso amarelo para ele entrando no lado que ele tinha aberto a porta me xingando mentalmente por esquecer que os carros em Londres eram trocados de lugar.
Espero ele entrar e logo estamos partindo para Deus sabe onde.
Tento evitar olhar para ele e ao mesmo tempo tento não surtar, do que ele me chamou ? De Bella? Ninguém me chama de Bella, só de Isa ou de Isabella.

Ele liga o rádio que solta uma música clássica ambiente no ar. Vejo que a intenção dele é aliviar a tensão que eu estou criando para mim mesma, porque me vejo no espelho retrovisor e vejo uma careta no meu rosto.Tento ao máximo fazer uma cara mais neutra aproveitando seu perfume amadeirado e sentindo o vento no meu rosto.

A viagem é silenciosa e confortável, mas o tempo todo eu fico olhando a janela vendo a paisagem do centro movimentando da cidade que estava a todo vapor. Ele para o carro em frente a um prédio antigo, mas até ai praticamente todos os prédios da cidade tinha um estilo antigo.

Saio do carro o seguindo para dentro do prédio com um looby de deixar qualquer um de cair o queixo. O chão era de mármore branco lustroso, tinha um lustre imenso e uma bancada com um homem de terno do outro lado, que eu presumi, fosse o porteiro.

- Boa noite sr. Lencastre - o homem diz olhando para mim curiosamente - Senhorita.

- Boa noite - digo timidamente.

- Henry - James cumprimenta apertando o botão de subir do elevador.

Com um gracioso tinido o elevador abre e nós entramos, e assim que James insere um código as portas do elevador fecha e sinto começar a subir.

- Você mora na cobertura? - pergunto querendo quebrar o gelo.

- Mais ou menos - ele diz - É uma penthouse, coberturas geralmente ocupam só um espaço por isso tem mais de uma, penthouse ocupa todo o espaço superior do prédio, por isso só tem uma.

- Ah - digo sem saber mais o que falar.

As portas do elevador se abrem para um exuberante hall de entrada com um sofá pequeno e duas poltronas e uma mesa de café central, atrás dele tinha um arco e as duas paredes laterais eram de vidro dando uma vista exuberante da cidade e da varanda que parecia envolver todo o apartamento . Presumi que aquele era o local do chá que os ingleses tanto amam.

- Quer que eu pegue sua jaqueta? - ele pergunta com seu casaco nas mãos.

Balanço a cabeça cruzando os braços, ainda sentindo muito frio e minha barriga ainda estava infestada de borboletas que ainda não pararam.

Ele me guia para o outro lado do arco e eu quase engasgo com minha saliva. O apartamento dele era sem dúvidas o lugar mais chique que eu estive em toda a minha vida.
Era todo em conceito aberto : a sala de estar tinha um sofá enorme branco em L com almofadas, tinha poltronas e puffs e uma mesa central tudo isso de frente para uma lareira crepitante que trazia um ar quente. A cozinha era pequena e charmosa com uma ilha dominante no meio. E por fim tinha uma mesa grande de jantar com um lustre bonito e cadeiras confortáveis, atrás da mesa tinha portas duplas que eu presumi fossem seu escritório. No final dava para ver um corredor que seguia para os quartos e o banheiro social.

O lugar todo tinha um chão de madeira lustroso e limpo, bem diferente da casa de Josh, e os tons eram neutros alternados entre o branco o preto e o bege, dando um ar de casa de família mas passando muito bem como um lar de um homem solteiro.

- Uau - consigo dizer absorvendo o lugar.

- Obrigado - ele diz divertido, mas um pouco orgulhoso.

Ele segue para a cozinha e eu o segui tímida, sentando em uma das cadeiras altas da ilha observando o jeito como ele se movia.

- Então, do que você gosta? - ele pergunta com as sombracelhas levantadas, me pegando de surpresa.

- Você vai cozinhar? - guincho em choque.

- Claro - ele diz ainda esperando minha resposta.

- Ah hm deixa eu ver - finjo pensar - Não vou dificultar as coisas para você, eu gosto de macarrão.

Ele olha para mim meio decepcionado, como se quisesse ser desafiado, mas eu não sabia o que falar e macarrão era uma comida simples e que geralmente a maioria das pessoas gostava e ainda era minha comida favorita.

- É melhor fazer direito, é a minha comida favorita - revelo dando um ar de desafio para ele.

- Hm bom saber - ele diz um pouco mais animado, levando a sério meu comentário.

Observo enquanto ele pega os ingredientes me sentindo um pouco mais quentinha pela sensação dele estar cozinhando para mim e pelo ar acolhedor que sua casa tinha.

- Você mora sozinho ? - pergunto querendo puxar assunto e um pouco curiosa.

- Sim moro - ele ri.

- Eu disse algo engraçado? - sou palhaça por acaso?

- Não - ele diz ainda sorrindo - É que, você deve saber já que me pesquisou.

Fico constrangida por um momento e depois fico chocada pela cara de satisfação que ele faz quando vê meu constrangimento.

- Não se preocupe, eu também me pesquisaria - ele sorri apaziguador.

- Como se você não tivesse me pesquisado também- o acuso tentando fazer a mesma coisa que ele me fez mas seu sorriso aumenta mais.

- Não, na verdade eu estava esperando que você me contasse - ele simplesmente diz, e eu entendo a deixa.

- Bem - limpo minha garganta - Meu nome todo é Isabella Barroso Torres, tenho 21 anos, vim do Brasil para ter uma independência e conseguir melhorar minha vida, não que minha vida la no Brasil fosse miserável, pelo contrário eu tinha uma vida muito boa lá, só que eu não tinha muita responsabilidade e muito progresso, por isso eu resolvi vir.

- E deixou alguém ? - ele pergunta envolvido na cozinha, mas sei que ele estava me ouvindo.

- Claro, meus pais e minha irmã estão lá, mas a vida deles estão bem estabelecidas, só a minha que não estava, ou ainda não está - digo baixinho com vergonha da minha historia.

Falando assim parecia que eu era uma garotinha mimada que estava aprendendo sua lição.

- Entendo - ele diz envolto de seus pensamentos - Continue.

Olho para ele sem saber o que falar mais, mas ele me levanta a cabeça e então eu entendendo o que ele quer dizer.

- Eu não queria vir de início - começo revelando meus sentimentos - Mas quando vi a oportunidade, pensei do por que não tentar. Mas no momento em que cheguei aqui deu tudo errado. Fui roubada, consegui emprego num lugar horrível que parece mais um trabalho escravo e estou me sentindo sozinha como nunca me senti antes - um soluço meu quebra no silêncio do local e chocada percebo que estava chorando na frente dele.

- Ah Bella.

Ele sai do meu campo de visão e volta ficando do meu lado me virando e me abraçando forte.

- Estou com tanto medo - revelo chorando ainda mais.

Seu abraço se aperta ainda mais em mim e ele me balança acolhedoramente me deixando chorar em sua camisa. Respiro fundo várias vezes inalando seu perfume e me acalmo. Depois de um momento eu me afasto relutantemente do seus braços quentes e ele seca minha lágrimas delicadamente.

- Você não precisa se sentir mais assim - seus olhos brilhavam com uma emoção estranha - Eu estou aqui, e se me lembro bem prometi a você uma coisa não é?

- S-sim.

- Então vamos comer e depois eu te explico o que tenho em mente.

Cinquenta Tons de RosaOnde histórias criam vida. Descubra agora