Cinquenta Tons de Rosa

Namorada

- E agora? - pergunto sem ar depois de outro beijo intenso.

Eu simplesmente não sei como estou conseguindo ficar de pé, minhas pernas pareciam gelatina.

- Agora - ele começa, ainda me segurando firme - Agora eu vou trabalhar.

Assinto um pouco triste, é claro, eu tinha esquecido esse detalhe importante da vida dele.

- Eu também não quero ir - ele diz - Mas, se bem me lembro, tenho que pagar minhas contas.

James ri do seu próprio comentário, mas eu não. Contas. Lembro que eu também tenho contas para pagar e que dependo do dinheiro do meu próprio emprego.E agora? Eu ainda teria um emprego?

- James - começo apreensiva - Eu ainda vou ter um emprego?

Ele desvia o olhar e eu percebo que algo estava errado, mas antes que eu pudesse pressiona-lo, ele fala.

- Não seja boba Bella, bebês não trabalham.

Estremeço com o comentário, mas levanto o queixo em desafio, eu não era um bebê. Não ainda...

- Mas eu tenho contas para pagar - falo - E eu não sou um bebê de verdade, James.

- Para mim você é, e não se preocupe, não vou te deixar desamparada, pense que agora você vai ganhar uma mesada , não um salário.

Olho para ele chocada. Ele estava falando sério?

- M-mas e, e sua rotina? - gaguejo.

- Minha rotina - ele para por um momento - Bem, minha rotina vai mudar muito a partir de agora - sua mão acaricia meu rosto, passando os dedos na minha boca, analisando - Tudo para me adaptar a você.

Ainda estava com dúvida quanto a isso, mudar a rotina por mim era legal e fofo, mas parecia algo egoísta da minha parte, mesmo que fosse de boa vontade dele. E tinha a questão da mesada, pensando bem era legal ainda ter uma fonte de renda, mas não conseguia largar a sensação de que eu era uma prostituta. Uma prostituta muito sortuda,mas ainda sim uma prostituta.

- Ei, não pense muito - ele avisa - Você não precisa pensar muito Bella, geralmente as coisas são como são : você é minha porque eu gosto de você, me sinto atraído por você.

Olho ainda preocupada, eu ainda estava com medo e com tantas dúvidas, dúvidas que só a experiência poderia responder.

- Eu me sinto da mesma maneira sobre você, James- suspiro - É só que, ainda eu tenho medo, e você falando da mudança de sua rotina por mim, me faz sentir egoísta e também da mesada, me sinto uma prostituta - susurro envergonhada com a declaração.

Mas ele sorri e balança a cabeça em total felicidade.

- Você não tem noção do quanto eu fico feliz que você está expressando seus sentimentos - seu sorriso some - Mas não quero que pense assim, você não é uma prostituta, você é minha bebê que eu cuido e protejo - ele me beija e eu sorrio - E, não se sinta egoísta, você também vai mudar a sua rotina.

Suspiro concordando, era verdade. E talvez eu esteja mesmo sendo paranóica demais, é isso que dá pensar muito.

- Tudo bem James, você está certo.

Ele suspira um pouco triste.

- Quando você vai começar a me chamar de papai?

Sinto o sangue subir para meu rosto e imediatamente fico envergonhada.

- D-Desculpe - murmuro evitando seu olhar.

- Tudo bem amor, estamos só no começo, talvez eu esteja ansioso demais.