Ele arregala os olhos em descrença e no mesmo momento uma máscara de irritação se apossa sob sua face, e por um segundo penso que falei uma merda muito grande, droga eu e minha boca grande.
O silêncio estava excruciante ele parecia ao mesmo tempo muito bravo e muito temeroso, como se estivesse ofendido mas com medo de mim, o que era uma reação estranha. Eu ainda estava com medo dele e com medo do que ele podia fazer comigo, talvez era isso que ele estava fazendo, pensando em um jeito de se livrar de mim, sem que ninguém soubesse porque eu descobri seu segredo.
- Eu não sou um pedófilo - ele diz friamente.
- Sério? - pergunto sarcasticamente, com um ímpeto de coragem - Então por que me trata como uma criança? Tem tesão nisso?
Ele trava tanto o maxilar que eu penso que ele vai quebra-lo.
- Isso não é pedofilia - ele explica.
- Ha! Até parece - digo me perguntando como eu vou sair dali.
- Não, não é - ele diz suspirando - Pedofilia é um crime, uma coisa nojenta, deixe eu te perguntar uma coisa Bella...você é uma criança?
- N-não - gaguejo.
Onde ele quer chegar com isso?
- Então pronto, a partir desse pressuposto, isso não é pedofilia.
Abro a boca para rebate-lo mas a fecho no mesmo segundo. Era verdade eu não era uma criança, eu já era adulta, tinha idade para votar,beber, dirigir,trabalhar. Então de algum modo ele podia estar certo, mas ele me tratava sim como uma criança, e ele não negou que tinha tesão nisso, ele só falou que isso não era pedofilia. Mas o que era isso?
- Então o que é isso? - pergunto ecoando meus pensamentos - Tem a ver com o quarto atrás do seu closet?
Ele levanta as sombracelhas em surpresa, mas eu mantenho a minha expressão neutra, ele ainda não me convenceu totalmente.
- Como você descobriu isso? Você viu o quarto? - ele pergunta sombriamente.
Eu empertigo meus ombros em um sinal claro de desafio, eu não ia cair sem lutar, mesmo que a ideia me faça morrer de medo da ideia de lutar para fugir dele.
- Não eu não vi, mas eu me pergunto se tem imagens de crianças que você masturba vendo - solto o veneno.
Seus punhos se cerram e por um momento horrível penso que ele ia me bater.
- Eu já te falei que eu não sou um pedófilo - ele rosna e eu me afasto mais dele.
Ele percebe meu movimento e suspira, mexendo no cabelo como se estivesse frustrado. Sua cabeça se levanta e ele fecha os olhos como se estivesse procurando ajuda.
- Venha comigo - ele fala pegando minha mão.
Sou pega de surpresa e tento tirar minha mão da dele mas ele era forte, e estava decidido. Ele me conduzia para seu quarto e percebi que ele ia me mostrar o quarto atrás do closet. Dentro do closet ele solta minha mão e eu penso em correr e fugir, mas fico hipnotizada quando ele afasta algumas roupas revelando um tela preta pequena. A tela é ligada e ele digita um código, prendo a respiração quando ele afasta a estante da parede como se fosse um porta.
A porta/estante revelava uma outra porta, uma porta rosa com uma maçaneta redonda de cristal. Ele vira para mim e faz um gesto para eu ir primeiro. Engulo em seco e me obrigo a andar, pensando que enfim eu ia descobrir seu segredo, mas morrendo de medo de ter sido levada a uma armadilha.
Abro a porta rosa ligando o interruptor de luz e exclamo quando percebo o que minha visão detectava, eu fui transportada para um quarto de bebê, um gigante quarto de bebê. Me viro para ele mas só recebo um aceno para entrar mais e é o que faço.
O quarto era lindo, muito lindo. Não tinha nenhuma janela, mas era bem iluminado e estava bem ventilado, não era claustrofóbico. As luzes eram pequenas e o teto era pintando em um azul claro tinha pequenas nuvens. As paredes eram pintadas em rosa degradê, como se tivesse cinquenta tons de rosa em volta do quarto. O berço de madeira branca era enorme e ficava no centro do quarto, tinha um dossel branco que ficava em cima dele e caia em torno do berço como uma cortina leve.
Me aproximo verificando a maciez do colchão e a delicadeza da roupa de cama e dos travesseiros e do ursinho de pelúcia branco que enfeitavam o berço.
Volto minha atenção ao quarto vidrada sentindo a maciez do chão de carpete como se fosse um tapete enorme. Encostado na parede tinha um trocador de fraldas com prateleiras vazias mas prontas para serem usadas. Ao redor do quarto tinham vários brinquedos como um cavalo de madeira em tamanho adulto para poder balançar, um mini castelo para poder entrar e brincar de cabana, tinha um baú de madeira que eu tinha certeza que tinha vários brinquedos dentro e tinha uma parede inteira com prateleiras de brinquedos junto com uma televisão embutida, além de uma bola enorme de pilates, que eu achei meio estranha no contexto.
Na parede da porta, que ficava o baú, tinha um arco que ficava um mini closet vazio.
- Eu transformei a suíte do quarto em um closet pequeno - ele explica e eu aceno concordando.
Tudo era bonito e estranho. Isso tudo era obviamente para um bebê, mas não era. Bebês não precisavam de tamanhos adultos. Me viro para ele que me olhava em expectativa.
- O que é isso tudo James? - minha voz não passava de um suspiro.
Eu me sentia fraca, parecia que eu tinha atravessado um terremoto, o que era meio que verdade, um terremoto de emoções.
- Isso tudo sou eu Bella - ele responde.
Franzo a testa não entendendo.
- Você gosta de ser como uma menina, como uma criança.
Ele ri e balança a cabeça em nervosismo. Eu nunca tinha visto ele nervoso.
- Não, eu gosto de mulheres que gostam de ser crianças, bebês - ele explica.
- Ah - eu respondo sem saber o que dizer - Eu não entendo, ainda estou confusa.
E estava mesmo. O quarto não parecia ser feito para uma criança de verdade, o que era um alívio, mas como isso era? O que acontecia nesse tipo de relacionamento?
No final das contas ele era mesmo um Christian Grey, mas um diferente. Um Christian Grey estranho e mais leve, mas ainda estranho.
- Venha, vamos sair daqui e eu te explico - ele oferece sua mão e eu aceito ainda insegura - Eu não consigo me concentrar com você aqui.
Minha mente gira com essa revelação e ele me guia para fora do quarto, mas dessa vez ele a deixa destrancada.
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Cinquenta Tons de Rosa
RomanceAo atravessar o oceano Atlântico e pousar na ilha inglesa, Isabella pensou que a sua vida ia mudar e para melhor. Mas a capital Londres a recebeu com um forte tapa de realidade e com dinheiro escasso a garota tenta sobreviver na cidade trabalhando e...