Balanço minha cabeça freneticamente negando que eu não quero falar, só quero desabar um pouco, eu não sou de ferro, e sinceramente, não quero ser.
Não sei por quanto tempo eu e ele estamos abraçados, meu choro já se acalmou, eu estou apernas tentando me recuperar das palavras que minha mãe jogou pra mim.
— Emily – fungo e me solto dele meio sem graça – vai me contar o que aconteceu? – eu o olho e a cara dele esta péssima, realmente ele não parece ser do tipo que bebe para passar dos limites.
— Vamos entrar – passo as mãos no rosto e vejo que a claridade esta realmente incomodando ele – eu conto tudo no café da manhã, só agora que, agora não. – ele se aproxima e por mais que eu deva sentir nojo, o cheiro de álcool ainda presente no seu corpo me causa arrepios, porque se mesclou a seu cheiro natural.
— O que ela te disse que te deixou assim? – ele passa o polegar na minha bochecha e eu me afasto involuntariamente. O vejo suspirar – vamos entrar então, esse sol esta me matando – ele vira e segue para dentro, por alguns segundos observo a figura do homem indo em direção a casa, o que ele tem de diferente dos tantos outros?
Deixo de pensar em coisas que não tem respostas e adentro a casa. Eu não sei se eu o acordei quando levantei, ou ele acordou em seguida, mas quando entro, ele já esta na mesa e Amália já esta servindo o café na mesa e Zabdiel está sentado alisando as têmporas.
— Dona Amália – ela levanta a cabeça para mim e sorri – poderia me trazer duas aspirinas e um copo de água? – ela assente e sorri para mim.
— Agora mesmo senhora – ela se virá para sair e eu a chamo.
— Dona Amália – ela se vira – nada de senhora, pode me chamar de Emily – ela assente e segue seu caminho para a cozinha.
— Não sabia que você já conhecia a governanta da casa – Zabdiel comenta ainda alisando as têmporas. – tampouco que eram amiguinhas. – o que ele toma no café, deboche com leite?
— Não somos amiguinhas, mas ela é uma senhora muito gentil – pego a jarra de suco e me sirvo um pouco – e que me fez companhia enquanto você enchia a cara com seu amigo – tomo um gole e ele levanta a cabeça para me olhar.
— Agindo como uma verdadeira esposa chata minha querida – dou risada e quase me engasgo com o suco. Amália volta com as aspirinas e a água e me entrega.
— Obrigada dona Amália – ela sorri e sai. Coloco uma na boca e engulo com um pouco de água, me levanto e vou ate Zabdiel e estendo minha mão com o comprimido e coloco o copo de água em sua frente – toma, vai precisar pra aguentar o resto do dia. – ele me olha e pondera antes de pegar o comprimido e tomar. Volto para minha cadeira e começo a me servir de torrada e geleia, como diria o ditado, saco murcho não fica de pé. Ele começa a comer também, café preto e somente isso.
— Já estamos comendo, vai me contar o que aconteceu, porque você estava chorando daquele jeito quando sua mãe saiu daqui? – o olho surpresa. – reconheceria o cheiro deboche e maldade de longe – ele toma um gole do café e eu sorrio secretamente.
— Eu não sei o que ela veio fazer aqui – suspiro – de acordo com ela, veio saber se eu tinha dormido bem – Zabdiel solta uma risada curta e carregada de deboche.
— Não acredito muito nisso – concordo com ele – ela não disse o que queria?
— Acho que ela queria falar com você – reviro meus olhos – provavelmente para pedir dinheiro – tomo um gole do suco.
— Bom como ela bem sabe se precisar de dinheiro, precisa falar com você, não comigo – outro gole de café – o que ela te disse que te fez chorar daquele jeito? – suspiro.
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Entre Inimigos e Amantes - Livro 1
RomanceAos 18 anos, Maria Clara vê sua vida mudar drasticamente ao ser forçada a se casar com Alessandro Medina, um homem poderoso e reservado, conhecido por sua fortuna e postura implacável. Ela sempre sonhou com um amor verdadeiro, mas agora se vê presa...