— Acho que deveria seguir o conselho da sua noiva Zabdi — ela cruza as pernas, para alguém tão velha não deveria estar vestindo algo mais longo? — Ah qual é, uma conversa entre bons amigos, pelos velhos tempos, o que você acha de deixarmos tudo no passado? — cerro meus punhos.
— O que você acha de dar o fora da minha frente antes que eu não responda por mim — até um burro sentiria a frieza e dureza de suas palavras.
— Uau, quando você se tornou tão selvagem? — ela olha para ele e dá risada — ai, estou brincando! — ela se levanta — vim te parabenizar pelo casamento — se aproxima dele — nunca pensei que fosse capaz de assumir um compromisso tão sério com alguém.
— Não que eu não quisesse assumir nada sério com ninguém, o problema era que o ninguém daquela época era você, então não me venha com essa merda agora, vai embora daqui. — Nossa.
— Se você tivesse me escutado naquele dia, nossa vida teria sido diferente — ela se aproxima dele novamente e ele me coloca atrás de seu corpo.
— Ok, ok, eu não quero ouvir essa merda Gwen — ele suspira — estou noivo, amo a mulher que está ao meu lado — vejo ela trincar o maxilar — eu sou feliz e sempre vou ser ao lado da Emily, disso não tenho dúvidas. Não se atreva a voltar aqui ou a me procurar, agora, você sai ou eu vou precisar tirar você daqui a força? — ela suspira, pega a bolsa e dá meia volta saindo da sala.
Zabdiel solta minha mão e deixa o corpo cair sobre o sofá.
— Você sabia que ela tinha voltado? — questiono-o.
— Claro que não! — ele eleva o tom de voz — nem sabia que ela ainda existia. — Ele passa a mão pelo cabelo, expelindo frustração.
Deem play na música.
Ela mexeu com ele.
Maldito subconsciente.
— O que você sentiu ao ver ela de novo? — minha insegurança bate, não posso evitar.
— Que porra você está me perguntando? — ele me olha — acha que fiquei feliz em saber que a pessoa que mais me feriu na vida voltou? De onde você tirou isso? — ele se levanta suspirando dando meia volta no sofá.
— É errado da minha parte me sentir insegura porque seu primeiro amor voltou e parece que você está quase tendo uma crise de nervos?
— Eu não me importo com essa merda! — Ele grita. — Droga. Ela não significa nada para mim. Eu não preciso dela, mas de você...
— Tá claro que ela ainda mexe com você — meus olhos entregam meus sentimentos — não deveria dizer que me ama, quando está obvio que você ainda a ama.
— De onde você tirou essa besteira? — fungo.
— Se não sente nada por ela, me diz porque depois que ela saiu você está reagindo como se o Noah acabasse de trair você novamente? — ele desvia o olhar — é claro que você não vai admitir. Você paralisou quando viu ela Zabdiel! — a essa altura já estou chorando.
— Isso não é verdade — dou risada.
— Claro que não — subo as escadas dando as costas para ele. Preciso sair daqui, eu preciso de ar puro, sair de perto dele.
— Emily! — ouço seus gritos e passos atrás de mim. — Emily! Pare! Precisamos conversar — ele me puxa pelo cotovelo e eu me solto — pare de ser tão infantil.
— Se eu sou tão infantil, vai atrás da outra, tenho certeza que ela é bem mais mulher e muito mais madura que eu. — Vou até meu quarto e me tranco lá.
Preciso sair daqui!
Vou ate meu guarda roupas e pego um vestido, visto rapidamente, calço um par de sandálias, minha carteira e minha bolsa junto as chaves do carro.
— Emily! — ele bate na porta — abre a porta, não quero que fique mal entendidos entre nós dois.
— Vai para o inferno Zabdiel! — o sentimento de raiva amargo e dolorido está no comando de meu corpo e estou pouco me ferrando para o que a mãe ou o pai dele iram pensam de mim.
— Você melhor que ninguém sabe que eu amo você, mas que droga é essa agora? — meu coração se aperta.
Ele não pode dizer isso, assim do nada enquanto brigamos.
Ele não tem esse direito.
— Você não esqueceu ela, isso eu já notei — vou em direção a porta e me encosto nela — mas porque não me falou isso antes que eu me entregasse a você antes que eu te desse meu coração — choro deixando meu corpo ir ao chão.
— Emily, abre a porta, me deixa te provar que você está errada.
— Zabdiel, você pode me amar como diz, mas aparentemente — fungo — também ainda a ama.
Silêncio.
Nenhuma resposta.
Eu não errei.
— Sabe, nem eu sei porque te amo, na verdade antes de você eu nunca tinha me apaixonado com essa força, com essa intensidade, você foi o primeiro. — Dou risada — pra no final descobrir que você ainda está preso ao seu passado, tem noção do quanto isso é frustrante?
— Emily, minha reação é totalmente normal, eu não a via desde o colégio. Isso não quer dizer que eu ainda sinta algo por ela, entenda isso.
Me levanto e abro a porta para encara-lo.
Me surpreendo ao ver que ele está no chão. Baixo meu olhar.
— Se ela chegasse pra você e dissesse que te ama, que mudou e que quer tentar novamente, o que você faria Zabdiel? — seu olhar desvia do meu — o que você faria se ela te roubasse um beijo? Se ela te tocasse o que você ia sentir? — novamente seu silêncio. — Era tudo que eu precisava ouvir.
Fecho a porta e sigo para as escadas.
— Aonde você vai a essa hora? — ele me para novamente e me solto. — Não seja imprudente.
— Me trata como se eu fosse uma simples menina, mas novidades, não sou.
— Minha nossa — a mãe dele aparece — o que está acontecendo?
— Nada — digo — estou de saída, vou ver meu pai, se a senhora me permite. Com licença.
Desço ferozmente as escadas e a chuva lá fora agora é mais uma tempestade fria e clareada por fortes relâmpagos.
— Emily, minha querida, está descendo o céu lá fora, por favor não saia — dona Noemi fala quando chego a porta.
— Eu vou dirigindo, não tem perigo algum, vou ficar bem.
— Zabdiel, meu filho faça algo pelo amor de Deus — sorrio diante de sua frase.
— Se não quer me ver, eu saio, mas não saia nessa chuva. — Me viro para ele.
— A casa é sua, não minha. — Abro a porta e o ar gelado me faz congelar instantaneamente quando os pingos fortes e grossos batem em minha pele me fazendo tremer.
— Emily! — ele grita por mim na chuva.
Sigo para a garagem e quando adentro o carro já estou ensopado.
Ligo o carro e saio da mansão vendo pelo retrovisor a imagem dele no meio da chuva parado como uma pedra diante da porta.
Dirijo entre lagrimas e pouco tempo depois chego ao meu destino.
Ensopada, magoada e sem ter pra onde ir, bato a porta da única pessoa que poderia me ajudar nesse momento.
— Emily? — seu cabelo bagunçado, sem camisa, calça moletom, e olhos inchados, imagino que estivesse dormindo.
— Desculpa vir aqui essa hora, sem avisar nem nada, mas... — caio no choro novamente. — Chris, posso entrar por favor?
— É claro que sim — ele me puxa pelo braço e me abraça pelos ombros fechando a porta — meu pai, você está congelando, vou buscar uma toalha, senta aqui.
Choro no sofá e me pergunto como minha vida virou essa tempestade sem fim.
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Entre Inimigos e Amantes - Livro 1
Roman d'amourAos 18 anos, Maria Clara vê sua vida mudar drasticamente ao ser forçada a se casar com Alessandro Medina, um homem poderoso e reservado, conhecido por sua fortuna e postura implacável. Ela sempre sonhou com um amor verdadeiro, mas agora se vê presa...