Entre Inimigos e Amantes - Livro 1

Capítulo 55

Faz dez minutos que estou sentada no sofá de Christopher, ensopada, enrolada em toalhas e lençóis, tomando chá ruim me perguntando o que estou fazendo aqui e porque procurei ele? Afinal ele é amigo do Zabdiel, não é mesmo.

Lógico que ele ficará do lado do amigo.

— Mais calma? — assinto — agora poderia me fazer o favor de contar que merda aquele idiota fez pra que você saísse no meio de uma chuva dessas? — suspiro. Agora estou com frio.

Não sei se por causa do que aconteceu, ou se estou em choque, ou se foi somente o banho que acabei de tomar me empurrando para um possível resfriado.

— A Gwen voltou. — Digo friamente despejando toda minha frustração. — Apareceu lá e bom... — suspiro — parece que mexeu bastante com o Zabdiel.

— Incrível como ele consegue ser esperto — ele sorri sarcasticamente e eu fico sem entender. — Ela não voltou por acaso Emily.

— Óbvio que não — aperto a caneca em minhas mãos — ela voltou por causa do Zabdiel.

— Não, ela não gosta dele assim — o olho — eu sei quem a fez voltar — ele suspira e passa as mãos pelo cabelo. — Há alguns anos atrás depois do que aconteceu com eles, eu fui ver ela quando a poeira baixou um pouco. Incrível, ela não estava nem um pouco abalada pelo o que fez, conversei com ela alguns minutos para saber o que ela faria a partir dali, e ela simplesmente disse que sumiria, jamais voltaria para cá — ele se levanta — jamais voltaria para Zabdiel.

— Isso não pode ser verdade, como alguém pode ser tão frio e repulsivo quando se trata do cara que passou anos ao seu lado lhe dando apoio? — questiono abismada.

— Essa é a Gwen. — Ele se senta novamente. — O que aconteceu exatamente? Imagino que vocês dois tenham brigado para você ir ao extremo e sair correndo. — Suspiro.

— Eu notei como ele ficou depois que ela saiu — sinto um entalo na garganta — transtornado, ele ainda sente algo por ela Christopher, e eu não posso culpa-lo por sentir — uma lagrima escorre — ninguém controla os sentimentos, mas o que me deixa triste, com raiva, é que eu entreguei meu coração que nunca tinha se quer sido tocado, para uma pessoa que não pode cuidar dele, porque está preso ao passado.

— Sabe que ele ama você não sabe? — sorrio.

— Sei, mas do que isso adianta? — o olho — se ele também a ama — fungo — eu não queria acreditar que ela ainda tinha poder sobre ele, então eu perguntei a ele o que ele faria se ela pedisse para voltar dizendo que mudou, o que ele sentiria se ela o tocasse — dou risada sarcástica enquanto choro — sabe o que ele me respondeu? — ele nega — nada. A resposta foi um completo silencio, acho que para um bom entendedor um simples gesto conta. — Limpo meu rosto e ele se senta ao meu lado.

— É em momentos assim que você precisa ser forte e acreditar no amor dele por você — ele suspira — eu sei como é difícil acreditar em alguém quando o passado volta para nos assombrar, mas dê a ele o benefício da dúvida, ele realmente ama você, isso dá Gwen ter voltado com toda certeza tem o dedo do Noah. Ele só quer desestabilizar vocês.

— Parece que conseguiu — ele abraça meus ombros.

— Tá tudo bem, se quiser chorar, chore, não vou te julgar ou lhe chamar de fraca por isso, mas é desnecessário inchar o rosto e entupir o nariz quando a única pessoa que realmente habita aquele coração, se é que existe um — dou risada — é você. — Me levanto para olha-lo.

— Você é um amigo incrível sabia? — ele sorri.

— Sei sim — bato em seu ombro e damos risada. — Dorme aqui hoje, amanhã de cabeça fria, e coração leve, vocês conversam e se resolvem — ele se levanta — preciso começar a pensar num jeito de frear aquele grande babaca, ou as coisas vão piorar. — Um arrepio corre pela minha coluna.