Capítulo 49

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Então o pior se passa pela minha cabeça.

— O que aconteceu com ele Chris? — questiono porque quando se trata do pai de Zabdiel ele trava, ele teme a morte como teme perder o controle.

— Eu não sei exatamente, parece que ele teve uma piora e ela não sabe o que fazer com ele a partir de agora... — ele para e engulo no seco entendendo o que ele quis dizer com a partir de agora.

Eles estão somente esperando.

Zabdiel sai do escritório correndo e eu entro em pânico.

— Droga! — pego minhas coisas e as dele — Chris, tenta manter tudo em ordem aqui, qualquer coisa me ligue — ele assente e saio correndo com dificuldade por causa da porcaria das sandálias, tiro-as rapidamente e consigo alcançar ele. — Zabdiel! Espera! — adentro ao carro e rapidamente o carro dá partida.

Recupero o folego.

Ele vai o tempo todo calado.

Pego sua mão e aperto, ele devolve o aperto tão forte como se buscasse um jeito de atrasar a partida do pai, como se buscasse uma forma de fugir disso e achasse que poderia encontrar em mim.

Meus olhos ardem, eu sei como é a dor de perder alguém, se eu pudesse, eu faria com que ele não passasse por isso. Na realidade nem sei se ele vai resistir a tal dor.

Hoje pela primeira vez eu vi que Zabdiel é mais frágil do que aparenta ser, ele não demonstra os sentimentos com facilidade, os esconde, os guarda pra si, faz do medo e da postura de durão como forma de manter os outros longe para que ele não mostre o que sente.

Ele só não é assim com 3 pessoas, bom, espero que agora sejam 4.

Seu pai.

Sua mãe.

Christopher.

E agora espero que comigo.

Chegamos ao hospital rapidamente e adentramos correndo, Zabdiel nem passa pela recepção, vai diretamente para o quarto do pai, eu o sigo no meu tempo, quatro passos meus são dois dele.

Quando por fim o alcanço vejo a mãe dele no corredor, num estado assustador, olheiras, olhos fundos, ela parece ter perdido um pouco de peso, sua aparência esta realmente de alguém que sofre a dias.

De repente uma culpa me invade.

Faz uns dias que não venho aqui com Zabdiel.

Presos em nossos próprios demônios, lutando nossas lutas egoístas demais para pensar em outra coisa.

— Meu filho — ela abraça Zabdiel como se agarrasse a salvação para seu coração partido. — me desculpe por ter ligado assim, mas eu não sabia mais o que fazer — ela chora.

— Tá tudo bem mãe, calma, vai ficar tudo bem — ele não acredita nas próprias palavras, então Noemi nota a tipoia em seu braço.

— O que aconteceu com você? O que foi isso no seu braço? — ela começa a examinar a tipoia e o braço de Zabdiel.

— Não precisa se preocupar com isso agora mãe — seu maxilar esta tenso, ele quer saber como está o pai, mas não consegue perguntar. Me aproximo.

— Oi dona Noemi — ela me dá um abraço e eu aliso suas costas tentando passar um pouco de conforto se é que isso é possível — como ele está? — seus olhos se enchem de lagrimas e vejo Zabdiel endurecer ao meu lado.

— Está nas mãos de Deus minha filha — ela segura minha mão — que bom que esta aqui para dar apoio ao Zabdi quando... — ela não consegue terminar a frase porque começa a chorar a abraço.

Entre Inimigos e Amantes - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora