Capítulo 36

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Chego à cozinha e encontro dona Amália fazendo o que pelo cheiro é o café.

— Bom dia dona Amália – ela me recebe com um sorriso, me sento em uma das cadeiras, eu estou realmente quebrada, a posição que eu dormi não favorece a coluna de ninguém. – poderia preparar um copo de suco para Zabdiel, ele disse que não esta com fome, mas quero que ele coma algo antes de tomar os remédios.

— A senhora parece cansada – a olho feio pelo senhora.

— Odeio que me chame de senhora, você já sabe – aperto minha nuca – mas sim, estou bem quebrada, dormi muito mal, com medo de machucar ele.

— Ele ainda está com febre? – nego – graças a Deus.

— Poderia levar o copo de suco para ele – me levanto – vou tomar um banho, ver se melhoro dessa dor nas costas – ela assente.

— Quer que eu busque um analgésico? – sorrio para ela.

— Seria ótimo, obrigada dona Amália – me despeço com um sorriso e saio para o meu quarto, deixei a porta do quarto dele aberta e observo por um segundo ele mexendo no celular, que homem teimoso.

Vou para meu quarto, tiro a roupa de ontem, meu Deus, devo estar podre. Pego meu roupão e sigo para o banheiro, tomo uma ducha rápida, tiro o suor, as lagrimas, o medo, tudo que vivemos de ruim ontem, não acredito que isso aconteceu, não vou nem comentar com meu pai, meu Deus, e como vamos contar isso para os pais dele? Limpo a cabeça por um momento e termino meu banho, quando saio eu paro pouco antes da porta do quarto dele porque o escuto conversando com dona Amália.

— Obrigado dona Amália, mas eu nem estou com fome – eu vou fazer você comer pelos ouvidos quando eu me vestir Zabdiel.

— De nada meu filho – sorrio – como esta se sentindo?

— A dor no meu braço, agora esta mais leve – agradeço a Deus em silencio.

— Graças a Deus, você vai ver que logo, logo não vai sentir mais nada.

— Dona Amália, Emily ficou aqui a noite inteira? – que safado.

— Sim, ela não quis ficar nenhum segundo longe de você – que boca grande hein dona Amália – está muito preocupada, bom, todos ficamos aflitos.

— Eu estou bem – como se não tivesse levado um tiro ontem – vou sobreviver, obrigado.

— Eu fico feliz que estejam bem, eu vou preparar o café da manhã, trago em seguida.

— A senhora pode trazer o meu e o dela e, por favor, colha uma das flores brancas do jardim e coloque na bandeja – meu coração dá um saltinho e eu corro pro quarto quando escuto os passos em direção à porta.

Estou feliz apesar dos pesares, ontem eu quase falei que amava ele, mas eu amo não amo? Será que já esta no momento de abrir a boca e deixar o coração comandar a situação? Meu medo é que ele ache que estou indo rápido demais, que ele não sinta amor, mas outro sentimento, é cedo demais pra se falar algo tão importante? Respiro fundo e procuro uma roupa, que droga! Não tem uma roupa que eu já não tenha usado. As outras que Zabdiel me comprou são elegantes demais pra se vestir em casa.

No meio das minhas roupas, encontro um vestido longo de alcinhas, decote e costas nuas, vai ser ele. Visto uma calcinha de renda e visto o vestido, meu rosto não esta ruim, minha pele hoje decidiu acordar de bem com a vida, não estou com olheiras, e meu cabelo esta ate bom. Descalça mesmo eu vou ate o quarto dele, e ele esta sentado, concentrado em algo no celular.

— Desculpe não ter sido eu a trazer o suco – me sento ao seu lado na cama – como esta se sentindo? – ele trava o celular e respirando me olha.

Entre Inimigos e Amantes - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora