Capítulo XXXVII

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Viro mais um copo de sakê, ele desce queimando, e é amargo, meu pai costuma dizer que o gosto da bebida diz muito sobre como sua vida está, minha vida está amarga. Suspiro, não é uma coisa que faço com frequência, mas eu não ia conseguir ficar sozinho naquele apartamento, com os meus pensamentos, então vim parar aqui, nesse bar, afogando minhas mágoas em bebida e tentando a todo custo não pensar o quão idiota eu fui, e que além de corno, minha ex engravidou do meu ex amigo também.
Fora o fato do ex namorado da minha namorada reaparecer e ele ser bem mais bonito que eu, é difícil não tentar competir com um cara como ele, eu sei que vou sair perdendo, ele é alto e loiro e forte, tudo o que geralmente chama a atenção em uma mulher.

— Que porra! — falo alto. — Isso tudo é tão estúpido que chega a ser ridículo eu estar assim. — sorrio sozinho, sorrio da minha própria desgraça. — Fazer o quê? Acho que nasci pra ser trouxa e corno!

— Por que você está resmungando tanto, meu jovem?— Uma voz masculina é direcionada a mim.

— Porque minha vida é uma tremenda bagunça! — falo meio embolado.

— E de quem não é?— olho em direção ao dono da voz. Um cara de cabelos grisalhos e por volta dos seus 30 e poucos anos, com um sorriso sereno e uma cicatriz em seu olhos esquerdo.  — Posso me sentar? — balanço a cabeça em afirmação.

— Bem, acho que minha vida não se compara com a de muitos outros, sou muito "sortudo" pra nós se dizer o contrário. — falo enchendo mais um copo de sakê e virando o mesmo de uma vez.

— Acho que entendi o ponto que está.— ela fala pondo sua mão em seu queixo.— Isso vai acontecer mais vezes do que você pode contar meu caro. Relacionamentos são muito complicados.— diz pegando algo de sua mochila. — Não sou muito bom nesse ramo, então eu prefiro isso aqui.— fala mostrando um livro de capa grossa e alaranjada.

— Esse livro tem as respostas que eu procuro pra minha vida? — pergunto sarcástico.

— Não exatamente, mais tem como você pode melhorar algumas coisas. — diz sorrindo.

— Tô ligado que você é aquele tipo de cara que prefere a imaginação, mas não sabia que esse tipo de livro era o meu resolutor de problemas. — Ofereço um copo de bebida, ele aceita.

— Bem, jardim dos amassos pode até não ser um livro muito bem visto, mais me ajudou em alguns quesitos do que se trata " relacionamento", se que você me entende.

— Esse não é mei caso, meu problema não é o sexo, mais sim o fato de que além de corno, agora tem um cara extremamente mais confiante que eu, que surgiu do nada, e que é ex da minha namorada. — suspiro.—Ele veio do outro lado do mundo pra ver ela, não tem como competir com isso.

— Isso é deveras interessantes, mais já passou pela sua cabeça o motivo dele ser ex e não atual?— volto minha atenção a ele. — Acho que não. É exatamente por isso que você deve pensar.— ele colocou mais um pouco de sakê no copo e vira. — Está vendo aquele casal alí?— aponta para uma mesa um pouco afasta, onde um homem de cabelos negros da mesma idade que  ele está, ele sorrir alegre para a mulher ao seu lado com cabelos castanhos claros na altura do ombro.

— Sim, quem são eles?— pergunto interessando.

— Eles são meus melhores amigos, e estão em relacionamento a mais oi menos 10 anos. — ele diz olhando para os dois. — E acredite se quiser, ele ainda não fez o pedido de casamento.— fala sorrindo com os olhos.

— Por que? Eles parecem gostar muito um do outro, isso é algo tão natural...

— Exatamente, eu não sei o que se passa na cabeça deles, pra falar a verdade, hoje é um dia em que costumo ficar em casa com os meus livros. — diz passando os dedos em sua testa. — Eles me chamaram pra beber, mais cai entre nós, eu não estou muito afim de assistir o casal animado. — concordo. — Então já que tomei a liberdade de sentar na sua mesa, poderia saber ao menos seu nome?

— Sasuke Uchiha. — digo, ele me olha surpreso e sorrir levemente.

— Isso é uma baita coincidência, o meu amigo também tem o sobrenome Uchiha.— Olho para ele e para o homem afastado, apesar de não parecer, o sobrenome Uchiha até que é meio comum, não como outros, mais poucas famílias compartilham dele, não me surpreende achar uma pessoa quem tenha ele, fora a minha família. — Eu me chama Kakashi Hatake.

— Acho que já ouvi esse nome antes.— digo, o que não é mentira, coloco mais um vez o sakê em meu copo, acabado com a garrafa. — Senhor , mais uma garrafa de sakê.— falo alto pedido mais uma rodada, e virando o copo.

— É acho que sim, ou escritor. — fala meio envergonhado, passando sua mão direito em seus cabelos.

— Isso explica o fato de se dar melhor com os livros.— suspiro. — Quais são os livros que você escreveu?

— Não tem muitos, só uns 5. — O senhor chega com a garrafa de sakê e eu decido servi um copo a ele. — Escrevo livros infantis, por mais que não seja o meu gênero favorito.

— Eu sou fotógrafo, caso um dia precise de fotos, sou a pessoa certa.— minha voz sai bem arrastada.

— Sobre o seu problema, acho que deveria pensar um pouco, e não tira conclusões precipitadas, tenho certeza que sua namorada não pensa a mesma coisa que você. — sorrio. — Foi muito bom falar com você, mais já fui descoberto pelo casal.— ele se levanta vai da mesa. E essa é a última coisa que eu lembro.

Acordo e um quarto diferente, me levanto e olho aí redor. Minha cabeça dói, a porta é aberta e de lá aparece Shisui.

— Bom dia, como você tá se sentindo?— ele pergunta com uma caneca que está com café.

— Nada bem. — digo sentando na ponta da cama. — Como eu vim para aqui? — pergunto, ele sorrir de lado.

— Bem, você tava muito bêbado, tanto que o dono do bar teve que pegar seu celular e ligar pro Itachi.— Minha cara se fecha. Eu não acredito nisso. — Pega, tá quente, isso vai te ajudar com a ressaca.

— Obrigado.— pego a caneca de sua mão. — Ela sabe que eu tô aqui?— pergunto mais por precaução.

— Ela quem?— pergunta confuso.

— Dona Mikoto.

— Sim.

— Puta merda! — digo pondo minha mão no rosto. — Foi mal, eu só... Ela vai me matar por ter feito isso.

— Relaxa, eu não vou deixar ela fazer isso. — Ele sorrir, e eu também, admito que fui um cuzão por ter falado vesti sobre ele. — Vou indo nessa. — ele sai do quarto.

— Como eu vim para aqui? — suspiro. — Sasuke, você tem que parar de fazer tanta merda!

CONTINUA...

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