Capítulo Catorze

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Luís Collins:

Quando acordei na manhã seguinte, me peguei olhando para minha filha com ternura e preocupação.

Resolvi dormir no quarto com ela, pois ainda não consigo acreditar no que está acontecendo comigo. A presença dela trazia uma sensação de segurança que eu desesperadamente precisava.

De repente, escuto um miado suave e, ao olhar para baixo, vejo Nevasca nos observando com seus olhos atentos. Lentamente, me levanto e coloco-o em cima da cama, onde ele se deita confortavelmente ao lado da dona, como se também quisesse protegê—la.

Saio do quarto com passos silenciosos, indo para o meu próprio para trocar de roupa e escovar os dentes. No caminho, passo pelo quarto, ajeitando minha roupa de maneira automática, quase sem pensar.

Entro no banheiro e começo minha rotina de higiene pessoal. Enquanto a água fria toca meu rosto, sinto um breve momento de clareza e calma. Em seguida, visto minha calça jeans favorita e uma camiseta leve, pronto para enfrentar mais um dia.

Volto para o quarto de Sam e a vejo deitada de forma desajeitada na cama, enquanto Nevasca permanece ao seu lado, parecendo uma pequena bolinha de pelos aconchegada.

Me agacho ao lado dela, observando minha linda filha, sentindo uma mistura de amor e arrependimento.

Mesmo que seja um pouco tarde, quero ser um pai que ela não odiará.

Desde jovem, sei muito bem como é ter pais que sempre te colocaram de lado, brigando pela atenção um do outro e revoltados com você simplesmente por existir na família.

Sempre tive a sensação de desejar ter outra família ou de que meus pais não tivessem o mesmo sangue correndo em minhas veias.

Apesar de tudo, fui forçado a acreditar que poderia ser diferente do que aprendi durante toda a minha vida. Senti uma felicidade genuína ao lembrar de Megan e Coop, dois estranhos que se tornaram como pais para mim, cuidando de mim por um bom tempo.

Balanço a cabeça, afastando esses pensamentos, e olho para Sam novamente. Ela se vira na cama, deitando-se quase em cima de Nevasca, que permanece pacientemente ao seu lado.

— Sam, está na hora de acordar — falei balançando-a delicadamente.

Ela resmungou, mas não se mexeu.

Acabei rindo, lembrando que até dois anos atrás eu fazia a mesma coisa. Ninguém conseguia me acordar a não ser que eu quisesse levantar da cama.

— Já que você não vai acordar, vou desistir de fazer minhas famosas panquecas para o café da manhã — falei com um sorriso. — Todos amam elas, mas já que você não quer experimentar a comida do seu pai, cheia de açúcar e carinho, vou desistir.

Ela resmungou mais um pouco, o que me fez rir ainda mais.

— E ainda um enorme copo de leite com chocolate — acrescentei, sorrindo.

Minha filha levantou num instante, abrindo os olhos com entusiasmo e me olhando feliz da vida.

— Eu quero panquecas e leite com chocolate — disse Sam, ainda meio sonolenta. — Quero mais que tudo o café do papai.

Ela esfregou a barriga, indicando o quanto adora comer.

— Mas antes, banho e escovar os dentes — falei, pegando-a da cama e colocando-a no chão.

— Mas com isso, vou querer uma enorme torre de panquecas — Sam respondeu, com um brilho travesso nos olhos. — E com calda de morango.

— Pode deixar, princesa — prometi, sorrindo.

Reencontrando o Amor (Mpreg) | Livro 2.5 - Amores perdidos e encontrados Onde histórias criam vida. Descubra agora