Capítulo Sete

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Aaron fronttenelle:

Chegamos à casa da nossa mãe, e fiquei surpreso ao vê-la na sala, esperando por nós. Ela estava sentada em sua poltrona favorita, o olhar fixo na porta como se soubesse exatamente quando íamos chegar. A luz suave da lâmpada ao lado iluminava seu rosto, revelando linhas de cansaço e preocupação que eu não tinha notado antes.

Minha mãe sempre teve uma presença marcante. Seus olhos, de um verde profundo, eram cheios de histórias e emoções não ditas. Os cabelos, outrora negros como a noite, agora exibiam fios prateados que brilhavam sob a luz. Ela tinha uma força silenciosa, uma determinação que sempre admirei, mas que também trazia consigo um peso que às vezes era difícil de entender.

— Vocês demoraram — ela disse, a voz suave, mas carregada de preocupação. — Estava começando a me preocupar.

— Desculpe, mãe — respondi, tentando aliviar a tensão. — Nos perdemos na conversa e no tempo.

Ela sorriu, um sorriso que não alcançava os olhos. Havia algo em seu olhar que me fez perceber que a preocupação dela ia além do nosso atraso.

— Como foi a noite? — ela perguntou, mudando de assunto, mas o tom denunciava que havia mais coisas em sua mente.

— Foi boa, mãe — meu irmão respondeu, sentando-se ao lado dela e pegando sua mão. — Encontramos alguns amigos, rimos bastante.

Minha mãe apertou a mão dele, os olhos brilhando com uma mistura de alívio e algo mais profundo, algo que parecia pesar sobre ela. Era como se ela estivesse tentando nos proteger de um fardo que carregava sozinha.

— Fico feliz em ouvir isso — ela disse, finalmente relaxando um pouco.

Eu me sentei no sofá, observando a interação entre eles. Havia uma história ali, um passado que minha mãe não compartilhava facilmente. Seus olhos encontraram os meus, e por um momento, senti a intensidade de suas emoções, um mar de sentimentos que ela mantinha trancado a sete chaves.

— Mãe, está tudo bem? — perguntei suavemente, querendo entender o que estava acontecendo.

Ela suspirou, o som carregado de anos de dores e batalhas silenciosas.

— É só... difícil às vezes — ela admitiu. — Ver vocês crescerem, lidarem com suas próprias lutas. Quero tanto protegê-los, mas sei que precisam seguir seus próprios caminhos.

Meu coração se apertou ao ouvir isso. Eu sabia que ela tinha feito sacrifícios inimagináveis para nos criar, para nos proteger do mundo e de si mesma.

— Nós somos fortes por sua causa, mãe — disse meu irmão, com sinceridade. — Tudo o que somos, devemos a você.

Ela sorriu novamente, desta vez com mais calor.

— E eu sou forte por causa de vocês — respondeu ela, apertando a mão dele com mais força.

Ficamos ali, na sala, em silêncio por um momento, sentindo a conexão profunda que nos unia. A noite tinha sido cheia de revelações e emoções, mas agora, sentia-me mais conectado à minha família do que nunca.

— Vamos descansar — sugeri, sentindo a exaustão do dia. — Amanhã é um novo dia, e temos que estar prontos para o que vier.

Minha mãe assentiu, levantando-se lentamente da poltrona. Ela nos deu um beijo de boa noite, um gesto simples, mas cheio de amor e proteção.

Enquanto subíamos as escadas para nossos quartos, senti uma paz interior. Sabia que, independentemente dos desafios que enfrentássemos, sempre teríamos um ao outro. E com isso, estava pronto para enfrentar o que viesse, com a força e o amor de minha família ao meu lado.

Reencontrando o Amor (Mpreg) | Livro 2.5 - Amores perdidos e encontrados Onde histórias criam vida. Descubra agora