Capítulo Dezessete

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Luís Collins:

Voltei para a cozinha, retornando aos meus afazeres. A história que Élio me contou não saía da minha cabeça, especialmente as lacunas sobre meu avô indo atrás dele em Londres. Para ser honesto, já ouvi rumores sobre meu avô, e devo dizer que não eram nada bons. Antes, achava difícil acreditar nesses rumores, mas depois de ouvir algo saindo da boca do "meu pai", comecei a pensar que poderiam ser verdadeiros. Diziam que ele era um homem cruel e de péssimo caráter. Juntando isso ao que Élio contou, vejo que era a mais pura verdade.

Tirei isso da cabeça e voltei a ajudar os outros com a comida. Quando tudo ficou pronto, chamamos o pessoal que estava na casa. Coop comeu duas vezes e Brandon nem se fala. Ajudei Sam com os talheres enquanto tentava me servir.

— Luiz, você já aprendeu todos os preceitos básicos de etiqueta à mesa? — Connor perguntou, surpreso, em determinado momento.

Olhei para os meus talheres e a maneira como eu estava cortando a carne no prato.

— Sim, quando eu era menor, meus pais me fizeram aprender para, no caso, eu ter que ir a uma festa chique — falei com descaso enquanto limpava a boca de Sam com o guardanapo.

— Papai, posso aprender também? — Ela pediu com olhos de cachorrinho. — Por favor.

Pensei um pouquinho, já que foi bem pesado para mim aprender, e não quero que ela sofra no futuro.

— Quando você tiver dez anos — falei. — No momento, só seja a minha filha fofinha.

Os outros riram, e vi que os olhos de Megan brilharam, indicando que ela teve uma ideia.

— Por que não tenta participar de uma festa do chá? Pode ajudar a entender a etiqueta um pouco mais rápido, e ela pode ver se gostaria de aprender — Megan falou, e mordi o lábio.

— Festa do chá? — Sam perguntou, confusa.

— Sim, é uma oportunidade de expandir seus relacionamentos e interagir com outras pessoas enquanto aprende coisas novas ao mesmo tempo — Megan explicou carinhosamente.

— Como você sabe que tem isso na cidade? — Lúcia perguntou.

— Querida, para todo lugar que vou, pesquiso as lojas que tem na região — Megan falou. — E aqui tem uma loja de chás que vai fazer uma incrível festa no sábado.

Olhei para Megan, que estava criando muitas expectativas.

— Mas não conheço muitas pessoas nessa cidade. Ela ainda é um pouco jovem... — Coop começou, e Megan o cortou, colocando o dedo nos lábios do marido.

— Não se preocupem, só vamos para que Sam veja como é esses lugares de pessoas que usam etiqueta e ela decida se gostaria de aprender ou não — Megan falou, e se virou para mim. — Também seria de grande ajuda para você, Luiz.

Ela piscou cúmplice na minha direção, e sabia o que ela queria dizer.

— Megan... — comecei, mas então senti a mão de Sam no meu braço.

— Por favor, papai — pediu, abraçando minha cintura. Como ela ainda era baixa, seu rosto estava enterrado na minha barriga.

— Ok, então a gente vai — falei, e ouvi Sam comemorar baixinho enquanto eu esfregava suas costas lentamente.

— Sabia que tomaria uma boa decisão — Megan falou, e me forcei a pensar. — Enquanto isso, vou ensinar o básico para Sam.

Aceitei a ideia, e, de repente, a perspectiva de um evento social parecia menos assustadora. Seria uma boa oportunidade para Sam aprender algo novo e, quem sabe, para mim também.

Reencontrando o Amor (Mpreg) | Livro 2.5 - Amores perdidos e encontrados Onde histórias criam vida. Descubra agora