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Acordei com a garganta seca, precisava beber água. Tentei me mexer mas Liam estava enroscado em mim de novo. Com muita dificuldade consegui levantar, peguei sua camisa que estava no chão e vesti. O quarto estava uma bagunça, roupas espalhadas pelo chão, minha bolsa jogada num canto. Fui até a cozinha e quase tropecei nos meus sapatos, sorri ao me lembrar como entramos aqui ontem. Começamos a nos beijar no elevador, Liam me colocando contra parede e beijando meu pescoço, praticamente me devorando, ele me carregando até o quarto e me jogando na cama, a forma como nós transamos naquela cama, forte, rápido...

- Você está com uma cara de quem quer transar... - A voz de Liam me fez dar um pulo derramando um pouco da água do meu copo.

- Você me assustou! - ele riu e caminhou até onde eu estava, vestia apenas uma cueca boxer preta, irresistível, ele me puxou e me beijou.

- Quer café da manhã? - perguntei e ele riu.

- Essa carinha é por causa do café? - revirei o olho e me afastei dele.

- Estou tentando mudar um pouco o foco seu tarado... - ele riu - Então, posso fazer o café?

- Claro que sim.

Liam se sentou num banco da bancada americana e ficou me observando, enquanto eu preparava o café. Depois sentei ao seu lado e nos servimos.

- A Nina vem hoje? - perguntei depois de um tempo.

- Não, ela só vem nas terças e sextas.- ele respondeu, lembrei de algo que ele falou ontem e resolvi perguntar.

- Por que você nunca trouxe nenhuma mulher aqui? - ele deu de ombros e tomou um gole do café.

- Não sei, eu nunca fui de sair com várias mulheres, só tive um relacionamento sério, dos dezesseis aos vinte e depois alguns casos rápidos e eu ainda não morava nesse apartamento... então... - ele deu de ombros.

- O Evans falou ontem que você quase não saía durante o curso, preferia ficar estudando.

- Então vocês falaram sobre mim? Mas é verdade, Evans e os amigos sempre faziam a mesma coisa, então depois da segunda festa, eu percebi que não queria mais sair, preferia ficar com meus cálculos no quarto... Porque está me olhando assim?

- Eu não pensei que você fosse do tipo estudioso e solitário... - ele riu - Pensei que fosse do tipo que usa o charme ao seu favor, que sempre saía com alguém.

- Achou que eu fosse um galinha cretino não é? - Corei com sua pergunta - Mas para a sua decepção, minha mãe me criou muito bem e sempre disse que mulheres não são coisas para usar e descartar depois e homens que fazem isso não são machões, são idiotas.

- Uau... Acho que eu iria adorar conhecer sua mãe.

Saímos da cozinha e eu andei pela sala, a vista é realmente incrível, olhei novamente a estante e as fotos, peguei o porta retratos com a foto de sua família. Liam estava sentado no sofá me observando.

- Como é crescer numa família grande? - perguntei olhando para a foto, parecia recente, todos sorridentes e parecem ter muito amor.

- É bom, tem os lados negativos como falta de privacidade, os defeitos particulares de cada um... mas é nuito bom. - coloquei a foto no lugar e me sentei ao seu lado.

- Eu não fui planejada, quer dizer, minha mãe não esperava ter filhos logo depois de casar e ainda jovem, como ela era modelo tinha uma certa fixação pelo peso, queria ser sempre magra mas ela engordou muito durante a gravidez... então ela nunca mais quis ter outro filho... Eu queria ter um irmão, uma pessoa ali comigo, mas sempre fui sozinha, muito amada, claro, mas sozinha.

- Eu entendo... bom, apesar de lá em casa ser sempre cheio, agitado, eu quis fazer coisas sozinho, passar um tempo comigo mesmo, até que aprendi pilotar aos doze anos e passava maior parte das minhas horas vagas me dedicando a isso.

- Onde você aprendeu a pilotar tão jovem?

- Numa fazenda vizinha a dos meus pais, tinha um pequeno avião agrícola, então eu ia pra lá, ficava olhando, achava o máximo... - ele riu lembrando de algo - O Jack explicava como funcionava tudo, a mecânica da coisa, mas eu estava cansado de só olhar, uma vez quando eu soube que Jack tinha saído, eu fui até lá e entrei no avião, e simplesmente fui, a sensação de voar pela primeira vez sozinho foi... foi surreal, mas o pouso nem tanto, eu não tinha força suficiente para puxar o freio, e o avião saiu da pequena pista de terra, indo pra sua plantação, destruí parte do seu milharal.

Eu ouvia fascinada e imaginei um garoto loiro, correndo e brincando em uma fazenda, ele parecia imerso nas lembranças e continuou falando.

- Quando o Jack chegou ficou furioso, claro, me arrastou de volta pra casa, contou tudo ao meu pai, que puxou minha orelha com força, Connor e Lee só riram de mim e da minha orelha vermelha... Fiquei de castigo e sem mesada por um mês e ainda tive que ajudar Jack na colheita depois.

- Só isso? Sem mesada por um mês? - zombei e ele me olhou rindo.

- Mas a colheita foi um trabalho pesado... Mas valeu a pena ter feito isso, depois, sempre que o avião precisava de um conserto, Jack me chamava para ajudar, por isso aprendi tanto, claro que um avião agrícola é muito diferente de um Boeing ou Airbus.

- Você é incrível... - elogiei e ele se inclinou para mim.

- Ah sou é? Minha mãe diz que eu sou um excelente partido também.

Dei risada e deitei no sofá, Liam subiu por cima de mim e me beijou, era um beijo lento, sua língua explorava minha boca, coloquei minha mão entre seu cabelo macio, era bom, ele tocava minha barriga e só isso é suficiente para me acender e me deixar desejosa por ele.

Ele distribuiu beijos pelo meu corpo e se posicionou entre as minhas pernas, começou com lambidas provocativas, e eu me mexi gemendo, ele colocou a mão na minha cintura me prendendo no lugar. Sua língua estava ávida na minha abertura, eu chamei seu nome num suspiro trêmulo, ele estava me levando a loucura, segurei seus cabelos com força. Senti uma pressão no meu ventre, sabia que estava perto, mas aí Liam parou e se sentou no sofá, me ergui sobre os cotovelos me sentindo frustrada.

- P-porque você parou... Eu estava... - ele sorriu.

- Eu sei... Sei quando está perto de gozar, puxa meu cabelo com mais força... - ele se levantou - Vou no quarto pegar uma camisinha.

Liam saiu com passos apressados, fiquei pensando no que ele disse, sobre saber as reações do meu corpo, em tão pouco tempo ele já me conhece mais do que qualquer outra pessoa, me assustei por como as coisas estão indo rápido, de como é bom ficar com Liam, de conversar sobre sua infância e de como eu gosto quando ele me toca, talvez eu esteja indo rápido demais, talvez eu esteja gostando de Liam mais do que eu gostaria de admitir. Sem pensar levantei e vesti de novo sua camisa, ele entrou na sala e franziu as sobrancelhas.

- O que está fazendo?

- Tenho que ir pra casa. - respondi e passei por ele indo em direção ao quarto.

- O quê? Agora?

- É, agora. - comecei a vestir a roupa rapidamente.

- Mas é sábado... - ele falou e parecia um pouco nervoso - Você nem comeu direito, fica, a gente pode sair pra comer.

- Não posso... tenho umas coisas pra fazer antes de trabalhar amanhã de manhã.

Nem eu consegui acreditar na desculpa que dei, corri para a sala e calcei meus sapatos, Liam estava me observando em silêncio. Saí do apartamento com um " A gente se vê " e deixando um Liam surpreso para trás.

Amor à Bordo Onde histórias criam vida. Descubra agora