Gilbert segura em minha cintura, me ajudando a levantar do chão. Coloca um braço meu, envolta de seu ombro para que eu consiga me manter de pé, e caminhamos em passos desengonçados para dentro da casa.
Me sento em uma cadeira de madeira áspera encostando minha cabeça na parede, deixando minhas pálpebras tombarem por alguns segundos.
Sinto as costas de suas mãos tocarem minha testa e em seguida meu pescoço.
Abro meus olhos de vagar, vendo Gilbert agaichado em minha frente. Ele me examinava com os olhos atentos, estranhamente desconfiado de alguma coisa.─ Você comeu hoje? ─ começa a me questionar ao levantar diante de mim, indo até a mesa, pegando uma sopa amarelada, adicionando algumas folhas verdes, nas quais ele havia acabado de cortar.
─ Não. ─ respondo com certo desconforto.
─ É a primeira vez que isso acontece? ─ fixa seus olhos em mim, após terminar de cortar uma cenoura.
─ Eu só me senti tonta, a algumas semanas, e com um pouco de asia. ─ digo indiferente. Não deve ser nada grave, pode ser só algum sintoma de ansiedade.
─ Tome isso aqui, vai ajudar com o estômago. ─ me entrega uma tigela de porcelana branca, e uma colher. ─ Não posso dar uma resposta imediata sobre o que você tem. ─ ele diz sem jeito, passando a mão sobre a nuca, sem me olhar diretamente.
─ E sabe do que está falando? ─ dou um gole na sopa, que estava quente, porém muito boa. Se isso é medicinal, estar doente não me parecia ser tão ruim assim.
─ Eu estou começando a estudar medicina. Quero ser médico. ─ diz confiante, se aproximando de mim em passos largos.
─ Um bom doutor? ─ o encaro através da tigela que pairava em meus lábios.
─ Um dia... eu espero. Mas cada vez mais acho que esse sonho está mais distante. ─ caminha até a pequena janela, olhando o lado de fora, fazendo a luz ascender em sua pele e iluminar seus olhos esverdeados, cheios de esperança e ao mesmo tempo, incerteza.
─ O que você acha que eu tenho? ─ souo direta e clara, e não exito em prestar atenção em sua expressão ao se direcionar a mim.
─ A princípio podemos dizer que você esteja com mau estar, e isso pode ser por conta da viagem de navio, muitas pessoas passam por isso. ─ diz arrumando os pratos que tinham em cima da mesa.
─ Eu estava em pânico. ─ digo e ele sorri.
Lista de coisas que eu amo e odeio: navios.
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𝐻𝑎𝑝𝑖𝑛𝑒𝑠𝑠 𝑖𝑠 𝑎 𝐵𝑢𝑡𝑡𝑒𝑟𝑓𝑙𝑦 ↳ 𝐬𝐡𝐢𝐫𝐛𝐞𝐫𝐭
Fanfiction↝ No início da 2° Guerra Mundial, Anne Shirley, que acabara de perder seu marido, agora se prepara para morar na Inglaterra, através de um trabalho voluntário, cuidando de crianças órfãs, na tentativa gloriosa de tentar superar tudo o que lhe havia...