Falam que os opostos se atraem, mas pra mim isso é coisa de adolescente que não tem o que fazer.
Porque quanto mais você envelhece, mais você quer arrumar uma pessoa que tenha os mesmos princípios de vida que você.
Pelo menos eu achava isso de Gilbert Blythe.E aqui estamos, de volta a estaca zero.
Parada na frente de Gilbert, com uma aprossimidade absurda, eu me retiro de sua presença antes que ele pudesse ter a chance de me dirigir uma palavra sequer.
Caminho até a bancada que dividia a sala da cozinha, dando um sorriso agradável para Bash que me retribuiu com um sorriso sem graça.
Winnifred andava como se fosse a dona da casa, caminhando até onde eu e o garoto de cabelos negros estávamos, satisfeita e confiante, com a postura impecável e provavelmente sendo espremida dentro daquele espartilho.
Olhei para Gilbert, que tinha seus olhos fixos em mim.─ Bom dia Anne. ─ Bash estendeu a mão para um comprimento agradável. ─ Gilbert me chamou aqui para...
─ Sim, eu sei. ─ o interrompi, para ele não anunciar que eu estava grávida perto de Winnifred.
Não, eu não iria dar o prazer dela saber de nada que fosse da minha vida.
─ Tudo bem então... ─ Bash diz sem jeito e se aproxima de mim. ─ Sente-se.
Puxo uma cadeira e me sento. Gilbert e Winnifred me olhavam sem parar, e eu só conseguia desejar que os dois explodissem.
Bash começa a chegar meus batimentos rapidamente, e por algum motivo aquela situação estava muito estranha.
Havia um silêncio extremamente desconfortável. Com Gilbert olhando impaciente para a janela, e Winnifred tentando descobrir o que estava acontecendo comigo.Até que Bash diz a frase que acaba com todas as minhas esperanças:
─ Tem algum lugar que você possa deitar para eu te examinar?
Olho para Gilbert que estava mais branco que uma filha de papel.
─ Você está grávida Anne? ─ Winnifred diz quase como num ato de desespero, como se tivesse descoberto que alguém morreu. ─ Quem... vocês... Gilbert? ─ ela olha incrédula para o garoto que passava a mão sob a nuca.
─ Ele nã...
─ As coisas acontecem Winnifred. ─ Gilbert me interrompe, super confiante em sua resposta, porém engole em seco ao me encarar.
─ Espere, quem é o pai? ─ a loira gritou estérica, olhando para Gilbert que encolhia os ombros e nem sequer a olhava nos olhos.
─ Não é o Gilbert! ─ grito. ─ Está feliz agora? Não, eu nunca transei com o Gilbert! E isso definitivamente nunca vai acontecer. ─ eu a encarava fitando minhas unhas na palma da mão, quase arrancando um pedaço de minha pele. Não consigo nem sequer encarar Gilbert, que agora estava em choque. ─ Se era isso que queria saber então aí está.
Eu esperaria qualquer coisa vindo dela, um grito, uma resposta, aplausos gloriosos, qualquer coisa, mas não isso.
Ela simplesmente ri.
─ Desculpe eu não... ─ ela põe a mão sob a boca, tapando a risada.
Meu sangue ferveu dentro de minhas veias, e minha cara estava mais vermelha que um tomate.
─ Gilbert podemos conversar em particular? ─ ela me lança um último olhar e segura no braço dele, já o puxando.
Ele me olha com uma expressão triste, vazia e ao mesmo tempo decepcionada.
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝐻𝑎𝑝𝑖𝑛𝑒𝑠𝑠 𝑖𝑠 𝑎 𝐵𝑢𝑡𝑡𝑒𝑟𝑓𝑙𝑦 ↳ 𝐬𝐡𝐢𝐫𝐛𝐞𝐫𝐭
Fanfiction↝ No início da 2° Guerra Mundial, Anne Shirley, que acabara de perder seu marido, agora se prepara para morar na Inglaterra, através de um trabalho voluntário, cuidando de crianças órfãs, na tentativa gloriosa de tentar superar tudo o que lhe havia...