17↳ 𝐨𝐩𝐩𝐨𝐬𝐢𝐭𝐞𝐬 𝐚𝐫𝐞 𝐧𝐨𝐭 𝐚𝐭𝐭𝐫𝐚𝐜𝐭𝐞𝐝

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Falam que os opostos se atraem, mas pra mim isso é coisa de adolescente que não tem o que fazer.
Porque quanto mais você envelhece, mais você quer arrumar uma pessoa que tenha os mesmos princípios de vida que você.
Pelo menos eu achava isso de Gilbert Blythe.

E aqui estamos, de volta a estaca zero.

Parada na frente de Gilbert, com uma aprossimidade absurda, eu me retiro de sua presença antes que ele pudesse ter a chance de me dirigir uma palavra sequer.

Caminho até a bancada que dividia a sala da cozinha, dando um sorriso agradável para Bash que me retribuiu com um sorriso sem graça.

Winnifred andava como se fosse a dona da casa, caminhando até onde eu e o garoto de cabelos negros estávamos, satisfeita e confiante, com a postura impecável e provavelmente sendo espremida dentro daquele espartilho.
Olhei para Gilbert, que tinha seus olhos fixos em mim.

─ Bom dia Anne. ─ Bash estendeu a mão para um comprimento agradável. ─ Gilbert me chamou aqui para...

─ Sim, eu sei. ─ o interrompi, para ele não anunciar que eu estava grávida perto de Winnifred.

Não, eu não iria dar o prazer dela saber de nada que fosse da minha vida.

─ Tudo bem então... ─ Bash diz sem jeito e se aproxima de mim. ─ Sente-se.

Puxo uma cadeira e me sento. Gilbert e Winnifred me olhavam sem parar, e eu só conseguia desejar que os dois explodissem.

Bash começa a chegar meus batimentos rapidamente, e por algum motivo aquela situação estava muito estranha.
Havia um silêncio extremamente desconfortável. Com Gilbert olhando impaciente para a janela, e Winnifred tentando descobrir o que estava acontecendo comigo.

Até que Bash diz a frase que acaba com todas as minhas esperanças:

─ Tem algum lugar que você possa deitar para eu te examinar?

Olho para Gilbert que estava mais branco que uma filha de papel.

─ Você está grávida Anne? ─ Winnifred diz quase como num ato de desespero, como se tivesse descoberto que alguém morreu. ─ Quem... vocês... Gilbert? ─ ela olha incrédula para o garoto que passava a mão sob a nuca.

─ Ele nã...

─ As coisas acontecem Winnifred. ─ Gilbert me interrompe, super confiante em sua resposta, porém engole em seco ao me encarar.

─ Espere, quem é o pai? ─ a loira gritou estérica, olhando para Gilbert que encolhia os ombros e nem sequer a olhava nos olhos.

─ Não é o Gilbert! ─ grito. ─ Está feliz agora? Não, eu nunca transei com o Gilbert! E isso definitivamente nunca vai acontecer. ─ eu a encarava fitando minhas unhas na palma da mão, quase arrancando um pedaço de minha pele. Não consigo nem sequer encarar Gilbert, que agora estava em choque. ─ Se era isso que queria saber então aí está.

Eu esperaria qualquer coisa vindo dela, um grito, uma resposta, aplausos gloriosos, qualquer coisa, mas não isso.

Ela simplesmente ri.

─ Desculpe eu não... ─ ela põe a mão sob a boca, tapando a risada.

Meu sangue ferveu dentro de minhas veias, e minha cara estava mais vermelha que um tomate.

─ Gilbert podemos conversar em particular? ─ ela me lança um último olhar e segura no braço dele, já o puxando.

Ele me olha com uma expressão triste, vazia e ao mesmo tempo decepcionada.

𝐻𝑎𝑝𝑖𝑛𝑒𝑠𝑠 𝑖𝑠 𝑎 𝐵𝑢𝑡𝑡𝑒𝑟𝑓𝑙𝑦 ↳ 𝐬𝐡𝐢𝐫𝐛𝐞𝐫𝐭Onde histórias criam vida. Descubra agora