Me olhava no espelho, em todos os ângulos, parescendo que estava prestes a ter um encontro com um Gram Duque, vestindo meu pijama azul claro que marcava minhas curvas.
Em vez disso eu estava observando a minha barriga, e não sei se isso era coisa da minha cabeça, mas para mim parecia mais redondinha que antes.
Sorrio ao ver o seu formato.
Aquilo era estranho e ao mesmo tempo me deixava empolgada, não sei por que, acho que saber que carregava um pedacinho de Cole dentro de mim, me confortava. Esse foi o meu maior presente, apesar de eu não estar totalmente confortável com essa idéia.
─ Vish, já já vai virar uma bolinha. ─ dou um pulo, ao ouvir Gilbert atrás de mim, me olhando através do espelho enorme que continha em seu quarto improvisado.
─ Que susto! Tira essa cara feia daqui, vai assustar a criança. ─ digo olhando para ele.
─ Manhãzinha irritadinha, que fofa! ─ diz com a voz de criança, vindo até mim e fazendo cócegas na minha barriga.
─ Sai Gilbert! ─ tento empurra-lo mas estava sem forças depois de rir tanto. ─ É sério! ─ digo sem ar, e ele para, me encarando.
─ Me acompanhe madame. ─ estende seu braço, e eu entrelaço com o meu.
Caminhamos até a cozinha e ele puxa uma cadeira para eu me sentar.
Haviam duas velas na mesa, e os nossos únicos pares de talheres de porcelana arrumados perfeitamente.
─ A senhorita gostaria de um refresco?─ imita a voz de um chefe de cozinha francês.
─ Eu adoraria. ─ sorrio para ele, me aconchegando na cadeira.
─ Claro, grávida sempre está com fome. ─ diz tirando uma com a minha cara, mas eu não consigo ficar com raiva dele agora.
Ele enche um suco de uva para nós dois e se senta ao meu lado esquerdo.
─ Suco de uva, já que não pode mais tomar álcool. ─ ele estende o copo com um sorriso malicioso nos lábios, e nós brindamos.
─ Não acredito que fez isso. ─ digo baixo, por conta das crianças que haviam acabado de dormir.
─ Nós merecemos um dia de glória. ─ diz sarcástico, acomodando as costas no encosto da cadeira.
Fico sem resposta, e encaro minhas mãos.
Ele vai até o forno e em seguida nos serve o omelete, que tinha uma cara maravilhosa.
Nós dois realmente éramos pessoas noturnas. Incrivelmente Gilbert e eu sempre perdíamos o sono e resolviamos fazer qualquer coisa aleatória as 3 horas da manhã.
─ Isso está perfeito. ─ digo, após esperimentar uma garfada do omelete.
─ Que bom que gostou. ─ solta uma risada. ─ Eu fiz bastante, já que você se alimenta por dois.
─ Obrigada por pensar nele... ou nela. ─ coloco minha mão em minha barriga, aquela era a primeira vez que fazia isso na frente dele.
─ Já escolheu os nomes? ─ diz e dá um gole no suco.
─ Não... ─ minha voz falha. ─ Você é muito precosse senhor Blythe.
─ E você é muito atrasada senhorita Shirley. ─ me lança uma piscadela e eu reviro os olhos.
─ Eu nunca parei pra pensar em nomes, para falar a verdade. ─ franzo a testa. Realmente eu nunca parei para pensar nisso.
─ Acho bonito nomes com um significado. ─ ele dá uma bela analisada em meu pijama rapidamente, e percebo ele corar ao ver que eu reparei.
─ Sim... ─ resmungo pensativa. ─ Algo como...
─ Anjo. ─ ele completa a frase, e eu estranhamente sinto minha pele se arrepiar.
─ Anjo... anjo... ─ forço meus neurônios para pensar. Isso parecia tão difícil.
─ Angel? ─ ele diz sorridente e eu automaticamente arregalo os olhos.
─ Eu definitivamente amei esse nome. ─ sinto um alívio, ao perceber o reconforto em seus olhos esverdeados, que transbordavam para mim.
─ E se for menino? ─ diz com sua expressão atentamente curiosa.
Dou um longo suspiro. Esse eu tinha certeza.
─ Se for menino, vai se chamar Cole.
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𝐻𝑎𝑝𝑖𝑛𝑒𝑠𝑠 𝑖𝑠 𝑎 𝐵𝑢𝑡𝑡𝑒𝑟𝑓𝑙𝑦 ↳ 𝐬𝐡𝐢𝐫𝐛𝐞𝐫𝐭
Fanfiction↝ No início da 2° Guerra Mundial, Anne Shirley, que acabara de perder seu marido, agora se prepara para morar na Inglaterra, através de um trabalho voluntário, cuidando de crianças órfãs, na tentativa gloriosa de tentar superar tudo o que lhe havia...