13↳ 𝐜𝐨𝐧𝐠𝐫𝐚𝐭𝐮𝐥𝐚𝐭𝐢𝐨𝐧𝐬?

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Era a quinta vez que Gilbert batia na porta frenéticamente, quase como num ato de desespero, e eu não tinha idéia de como conseguir reformular uma frase se quer.

─ Morreu no vazo? ─ Gilbert grita do outro lado da porta. Qualquer um que estivesse perto dali teria escutado.

─ Não posso nem fazer minhas necessidades em paz? ─ grito de volta.

─ Anne sei que não está fazendo nada. ─ diz em um tom de deboche.

Bufo, impaciente e abro uma pequena parte da porta, de forma que ele só pudesse ver metade de meu rosto.

─ Eai? ─ ele parecia mais ansioso que eu, como se estivesse prestes a ganhar na loteria, e eu estava com minha cara de enterro e minhas olheiras de panda, o encarando com uma cara de tédio.

Dou um longo suspiro e abro a porta totalmente.

─ Eu estou muito fudida. ─ digo cabisbaixa, passando a mão sob a testa.

Derrepente, Gilbert solta um grito de alegria, e agarra minha cintura me tirando do chão, nos envolvendo num abraço de urso.

Eu não sabia o que falar, fiquei estática, olhando para ele com uma cara de espanto, ao me soltar.

─ Parabéns mamãe do ano. ─ diz com um sorriso tão grande, que era impossível eu não sorrir também.

─ Gilbert você... ─ solto uma gargalhada. ─ Obrigada, de verdade. ─ sinto meu coração se inundar de alívio, mas ainda assim estava apreensiva.

─ Olha pra mim. ─ ele diz segurando em minhas mãos com firmeza. ─ Vai ficar tudo bem, sei que é muito difícil, mas você consegue. ─ seus olhos pareciam um oceano, agora pacíficos e acolhedores. Eu queria abraça-lo e não deixa-lo nunca mais escapar.

O puxo para mais um abraço, e ele passeia suas mãos pela estremidade das minhas costas, logo envolvendo minha cintura. Enquanto eu acariciava suavemente sua nuca e apertava seus ombros para mais perto de mim.

Ter a sua amizade agora, estava sendo crucial.

Quando desgrudo nossos corpos, sinto uma agitação estranha se apossar de mim, me deixando meio desnorteada. Cambaleio um pouco ao dar um passo para trás, e estranhamente eu estava ofegante, algo que acho que ele não percebeu, ou se percebeu descartou qualquer tipo de comentário, colocando as mãos no bolso da calça tentando relaxar ao me lançar um sorriso que eu retribuo timidamente.

─ Vou ver como estão as crianças. ─ dou os ombros, após os longos segundos que ficamos nos encarando sem falar uma palavra.

─ Vou fazer um café. ─ ele diz se retirando, indo até a pia, e por um segundo tento recompor minha consciência tentando me manter sã, sem cair para trás depois das diversas coisas que tinham se passado na minha cabeça em menos de 5 minutos.

𝐻𝑎𝑝𝑖𝑛𝑒𝑠𝑠 𝑖𝑠 𝑎 𝐵𝑢𝑡𝑡𝑒𝑟𝑓𝑙𝑦 ↳ 𝐬𝐡𝐢𝐫𝐛𝐞𝐫𝐭Onde histórias criam vida. Descubra agora