21↳ 𝐧𝐞𝐯𝐞𝐫 𝐟𝐨𝐫𝐠𝐞𝐭 𝐦𝐞

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Cerca de 20 minutos antes ༺ 7 de Maio de 1941.

Ele gritava sem parar, ouço ele se rebater como se estivesse sendo sufocado por alguém, como se precentisse alguma coisa ruim.

Corro para o seu quarto e o vejo de olhos fechados, ainda se batendo. Ele deve ter tido um pesadelo horrível.

— Gilbert, eu sou. — seguro em suas mãos com firmeza, e ele abre os olhos, ainda respirando descontroladamente, totalmente suado e cansado, ele estava em pânico.

Ele respirava freneticamente sem parar, ainda com os olhos de espanto, me olhando como se pedisse por socorro.

— Eu... — ele diz por entre o fôlego perdido.

Suas mãos estavam geladas e trêmulas, seus olhos desnorteados, com a camisa grudada no peito por conta do suor, e sua testa molhada juntamente com seu rosto vermelho.
Eu não sabia o que fazer, não fazia idéia de como acalma-lo.

Puxo suas mãos o ajudando a se levantar e seguimos para a cozinha.

Estava amanhescendo, deveria ser por volta das 5 horas da manhã, pois consigo ver o sol nascendo através da janela de vidro enorme que tinha na cozinha.

Pego um copo de água e entrego para ele, que ainda respirava ofegante e encarava o chão, andando de um lado para o outro, inquieto.

— Gilbert você precisa se acalmar, por favor, bebe. — digo estendendo o copo para ele que recusava-o, e continuava andando de um lado para o outro. Sua respiração estava piorando cada vez mais, ele colocava as mãos na cintura e tentava se consentrar em respirar de vagar algumas vezes, porém todo seu esforço era em vão.

— Não Anne, eu... — seguro em seus ombros o virando de frente para mim, olho para seu rosto cansado e trêmulo, e por um momento parecia que eu é que estava sem ar. Encarei os seus olhos na tentativa falha de tentar decifrar o que estava se passando na cabeça dele, ou o que ele estava sentindo. Ele entretanto, só me olhava, intercalando o olhar da minha boca com os meus olhos, engolindo a saliva na tentativa de se manter sério diante de mim. E num ato quase que automático, coloco as duas mãos em seu rosto quente de adrenalina, e sem pensar duas vezes, eu o beijo.

Selo nossos lábios tão rápido, que parecia que precisava daquilo mais do que qualquer outra coisa no mundo. Por um momento ele ficou parado, não moveu um músculo, apenas apreciou o longo selinho que eu o roubei.
E quando eu me distanciei por um centímetro de seus lábios, meu coração saltou forte demais ao sentir seus dedos agarrarem o cabelo da minha nuca com firmeza, e dessa vez ele me beijou com vontade, desesperado por aquele contato.
Meu corpo treme, e levemente sinto meu rosto corar, enquanto adentrava meus dedos pela sua nuca, puxando seus cabelos com cuidado.
Ele intensifica o beijo, me permitindo sentir o toque sutil de sua língua.
Uma queimação passou pela minha barriga quando ele apertou minha cintura me puxando para perto de si, encaixando nossos corpos ainda mais, enquanto sua outra mão acariciava meu rosto com o polegar.

Era como se um véu que estivera pendurado diante da minha consciência fosse erguido, me revelando sentimentos e verdades das quais eu quis fugir esse tempo todo.

E talvez... talvez o amor nascesse naturalmente de uma boa parceria. Talvez chegasse silenciosamente ao nosso lado como um velho amigo. Talvez ele não chegasse prontamente em um encontro majestoso e predefinido pelo famoso destino. Talvez, e só talvez, almas não se encontrem, e sim se adaptam, talvez elas aprendam umas com as outras e mudem seu pensamento. Talvez elas se gostem porque verdadeiramente se conhecem. Ou simplesmente, isso tudo não passa de uma mera sorte.

𝐻𝑎𝑝𝑖𝑛𝑒𝑠𝑠 𝑖𝑠 𝑎 𝐵𝑢𝑡𝑡𝑒𝑟𝑓𝑙𝑦 ↳ 𝐬𝐡𝐢𝐫𝐛𝐞𝐫𝐭Onde histórias criam vida. Descubra agora