29↳ 𝐢 𝐰𝐢𝐥𝐥 𝐟𝐢𝐧𝐝 𝐦𝐲 𝐠𝐢𝐫𝐥

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Gilbert Blythe.

Alguns minutos antes.

Como assim vamos entrar no campo de batalha hoje? — questiono impaciente, olhando para Billie que passava a mão pela nuca. — Ontem seria o meu último dia, o acordo com Dr. Phillips acabaria e então eu iria atrás da Anne, você sabe disso. — bufo, andando de um lado para o outro.

— Eu sei Gilbert, mas essas foram as ordens do general. Se atacarmos hoje teremos mais chances de dominar essa área inteira, nós os pegaríamos desprevinidos.

— Eu quero que se foda se teríamos mais chances, Billie! — grito, batendo a mão na parede de madeira, fazendo um barulho estrondante. — Eu preciso encontrar ela. Sabe lá onde ela está agora... já aguentei tempo demais seguindo esse acordo para proteger ela. E sabe de uma coisa? Eu não sei se ela está segura, e isso está me mantando. — passo a mão pelo meu maxilar, suspirando derrotado.

— O Dr Phillips quer falar com você. — percebo que ele me olhava esperando uma resposta vinda de mim, mas eu permaneço encarando meus pés, e ele suspira antes de continuar. — Ele está na divisa. Disse que precisava falar a sós com você.

É claro. Onde ninguém mais poderia nos ouvir, apenas os inimigos que poderiam nos atacar a qualquer momento.
Um golpe sujo.

Subo pelas cordas amarradas, alcançando o alto da colina e finalmente chegando ao topo. Ele não estava longe, apenas a alguns metros dali, onde ainda tínhamos uma minina segurança.

— Demorou muito Blythe. — ele sorriu irônico, se virando em minha direção. — Já estava prestes a desis...

— Onde ela está? — gritei marchando até ele, chegando bem perto de seu rosto perverso e sem um pingo de humanidade. — O que você fez com ela? — sussuro por entre os dentes, tentando me manter calmo.

Ele gargalhou irônicamente, colocando as mãos no bolso da calça.

— Calma Blythe. Eu não fiz nada com ela. Só a mandei para um lugar mais... seguro, digamos assim.

Aquilo ferveu as minhas veias.

Eu não controlei minha raiva, e quase como num ato involuntário, segurei a barra de sua jaqueta e soquei sua boca com todas as forças que eu tinha, o fazendo ficar visivelmente zonzo.

— Onde ela está? — gritei, praticamente cuspindo em seu rosto manchado por sangue. — Me responda! — gritei, sacudindo a gola da jaqueta.

Ele tossiu um pouco, mas logo conseguiu responder, com a mancha vermelha cobrindo seus dentes.

— Ela foi para um abrigo junto com mulheres refugiadas. — ele tenta recuperar o fôlego, encarando meus olhos ardentes por uma resposta. — Mas não adianta ir lá. Me disseram que ela fugiu ontem a noite, em uma carroagem junto a um homem desconhecido.

Soltei a gola de sua camisa, fazendo ele cambalear para trás.

Ela fugiu. Eu amo essa mulher esperta.

Derrepente vejo um homem distante, porém com uma arma apontada em nossa direção.

— Cuidado! — me jogo no chão, mas a velocidade da bala foi mais rápida do que o meu aviso.

E em milésimos, Dr Phillips caiu de joelhos na terra solada debaixo de nós, e antes que eu pensasse em ajuda-lo, ele já estava caído no chão um pouco longe de mim, com o peito coberto de sangue, e sem vida.

Espero alguns minutos até o homem desaparecer. E rapidamente quando tenho uma chance, corro até as cordas amarradas e desço o mais rápido que pude.

— Blythe! — Billie corre em minha direção ofegante. — Ela...

— Precisamos entrar no campo de batalha agora, você tinha razão. — o interrompo, e sigo para avisar os outros, porém ele continua acelerando o passo para se manter ao meu lado. — Dr Phillips está morto.

— O que? — ele diz desacreditado, ainda tentando recuperar o fôlego. — Blythe espera!

— Temos que nos apressar, agora! — eu gritei sem olhar para trás.

— Anne foi para o hospital! — ele gritou atrás de mim. Me viro imediatamente em sua direção. — Ela veio até aqui te procurar. Mas então a bolsa estourou.

— Para onde ela foi? Quem levou ela? — corro até ele, sentindo o ar faltar em meus pulmões.

— Ela foi para o hospital de Sebastian, com o Moody. Eles saíram faz alguns minutos.

— Obrigado Billie! — dou um abraço apertado no garoto que sorri para mim ainda cansado. — Ainda tem uma carroagem? — pergunto para ele.

— Não... eles foram na última.

E incrivelmente como se não bastasse, uma nuvem cinzenta cobriu o céu daquele dia. Foi como se o destino quizesse fazer de tudo para nos separar, mas não iria conseguir, não dessa vez.
Uma chuva insessante começou a cair, juntamente de um vento gelado que invadia minhas têmporas sem dó.

— Me empresta o seu chapéu. — estendo a mão para Billie que me olha confuso.

— Você não vai andando, vai? — diz como se fosse óbvio.

— Não. — suspiro fundo. — Eu vou correndo.

𝐻𝑎𝑝𝑖𝑛𝑒𝑠𝑠 𝑖𝑠 𝑎 𝐵𝑢𝑡𝑡𝑒𝑟𝑓𝑙𝑦 ↳ 𝐬𝐡𝐢𝐫𝐛𝐞𝐫𝐭Onde histórias criam vida. Descubra agora