Gilbert Blythe.
Alguns minutos antes.
— Como assim vamos entrar no campo de batalha hoje? — questiono impaciente, olhando para Billie que passava a mão pela nuca. — Ontem seria o meu último dia, o acordo com Dr. Phillips acabaria e então eu iria atrás da Anne, você sabe disso. — bufo, andando de um lado para o outro.
— Eu sei Gilbert, mas essas foram as ordens do general. Se atacarmos hoje teremos mais chances de dominar essa área inteira, nós os pegaríamos desprevinidos.
— Eu quero que se foda se teríamos mais chances, Billie! — grito, batendo a mão na parede de madeira, fazendo um barulho estrondante. — Eu preciso encontrar ela. Sabe lá onde ela está agora... já aguentei tempo demais seguindo esse acordo para proteger ela. E sabe de uma coisa? Eu não sei se ela está segura, e isso está me mantando. — passo a mão pelo meu maxilar, suspirando derrotado.
— O Dr Phillips quer falar com você. — percebo que ele me olhava esperando uma resposta vinda de mim, mas eu permaneço encarando meus pés, e ele suspira antes de continuar. — Ele está na divisa. Disse que precisava falar a sós com você.
É claro. Onde ninguém mais poderia nos ouvir, apenas os inimigos que poderiam nos atacar a qualquer momento.
Um golpe sujo.Subo pelas cordas amarradas, alcançando o alto da colina e finalmente chegando ao topo. Ele não estava longe, apenas a alguns metros dali, onde ainda tínhamos uma minina segurança.
— Demorou muito Blythe. — ele sorriu irônico, se virando em minha direção. — Já estava prestes a desis...
— Onde ela está? — gritei marchando até ele, chegando bem perto de seu rosto perverso e sem um pingo de humanidade. — O que você fez com ela? — sussuro por entre os dentes, tentando me manter calmo.
Ele gargalhou irônicamente, colocando as mãos no bolso da calça.
— Calma Blythe. Eu não fiz nada com ela. Só a mandei para um lugar mais... seguro, digamos assim.
Aquilo ferveu as minhas veias.
Eu não controlei minha raiva, e quase como num ato involuntário, segurei a barra de sua jaqueta e soquei sua boca com todas as forças que eu tinha, o fazendo ficar visivelmente zonzo.
— Onde ela está? — gritei, praticamente cuspindo em seu rosto manchado por sangue. — Me responda! — gritei, sacudindo a gola da jaqueta.
Ele tossiu um pouco, mas logo conseguiu responder, com a mancha vermelha cobrindo seus dentes.
— Ela foi para um abrigo junto com mulheres refugiadas. — ele tenta recuperar o fôlego, encarando meus olhos ardentes por uma resposta. — Mas não adianta ir lá. Me disseram que ela fugiu ontem a noite, em uma carroagem junto a um homem desconhecido.
Soltei a gola de sua camisa, fazendo ele cambalear para trás.
Ela fugiu. Eu amo essa mulher esperta.
Derrepente vejo um homem distante, porém com uma arma apontada em nossa direção.
— Cuidado! — me jogo no chão, mas a velocidade da bala foi mais rápida do que o meu aviso.
E em milésimos, Dr Phillips caiu de joelhos na terra solada debaixo de nós, e antes que eu pensasse em ajuda-lo, ele já estava caído no chão um pouco longe de mim, com o peito coberto de sangue, e sem vida.
Espero alguns minutos até o homem desaparecer. E rapidamente quando tenho uma chance, corro até as cordas amarradas e desço o mais rápido que pude.
— Blythe! — Billie corre em minha direção ofegante. — Ela...
— Precisamos entrar no campo de batalha agora, você tinha razão. — o interrompo, e sigo para avisar os outros, porém ele continua acelerando o passo para se manter ao meu lado. — Dr Phillips está morto.
— O que? — ele diz desacreditado, ainda tentando recuperar o fôlego. — Blythe espera!
— Temos que nos apressar, agora! — eu gritei sem olhar para trás.
— Anne foi para o hospital! — ele gritou atrás de mim. Me viro imediatamente em sua direção. — Ela veio até aqui te procurar. Mas então a bolsa estourou.
— Para onde ela foi? Quem levou ela? — corro até ele, sentindo o ar faltar em meus pulmões.
— Ela foi para o hospital de Sebastian, com o Moody. Eles saíram faz alguns minutos.
— Obrigado Billie! — dou um abraço apertado no garoto que sorri para mim ainda cansado. — Ainda tem uma carroagem? — pergunto para ele.
— Não... eles foram na última.
E incrivelmente como se não bastasse, uma nuvem cinzenta cobriu o céu daquele dia. Foi como se o destino quizesse fazer de tudo para nos separar, mas não iria conseguir, não dessa vez.
Uma chuva insessante começou a cair, juntamente de um vento gelado que invadia minhas têmporas sem dó.— Me empresta o seu chapéu. — estendo a mão para Billie que me olha confuso.
— Você não vai andando, vai? — diz como se fosse óbvio.
— Não. — suspiro fundo. — Eu vou correndo.
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𝐻𝑎𝑝𝑖𝑛𝑒𝑠𝑠 𝑖𝑠 𝑎 𝐵𝑢𝑡𝑡𝑒𝑟𝑓𝑙𝑦 ↳ 𝐬𝐡𝐢𝐫𝐛𝐞𝐫𝐭
Fanfiction↝ No início da 2° Guerra Mundial, Anne Shirley, que acabara de perder seu marido, agora se prepara para morar na Inglaterra, através de um trabalho voluntário, cuidando de crianças órfãs, na tentativa gloriosa de tentar superar tudo o que lhe havia...