Capítulo 33.

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Meu corpo chacoalhava de um lado para o outro. Minha nuca doía como o inferno, com fisgadas, e eu sentia um gosto metálico na boca. 

Demorei um pouco para me situar. Eu estava deitada no que parecia o banco traseiro de um carro, com a cabeça nas pernas de alguém, enquanto o carro fazia curvas e acelerava, talvez, em uma estrada. 

As lembranças do que tinha acontecido me invadiram. Notei que estava algemada, com as mãos para trás e amordaçada. 

Achei mais seguro ficar calada e quieta, fingindo dormir. O medo martelava no meu peito a cada batida do coração, quando ouvi Edward perguntando, grosseiramente: 

-Já estamos chegando?! 

-Sim, chefe! - A voz de um homem soou, meio insegura. - É próximo daqui. 

-Eu dissr para você não bater tão forte na nuca dela! 

-Sinto muito, chefe. - A Voz tornou a falar. 

Não era a voz do Mike. Era mais grossa e diferente. 

-Sinto muito?! A Nathalie está dormindo há horas... Tem certeza que não matou ela? 

-Ela está viva, chefe. 

-Se certificou que aquele incompetente tenha mandado os Vingadores para bem longe, certo? 

-Certo, chefe! 

Engoli em seco. Será que eles já tinham percebido que era uma armadilha e que eu sumi? Será que já tinham percebido que minha mãe também tinha sumido? 

Sam devia estar arrasado. 

Levou mais vários minutos para que o homem diminuísse a velocidade do carro e começasse a fazer curvas mais curtas. 

Então, enfim, parou. 

-É aqui?! - Edward exclamou. 

-Sim, Senhor. Essa é a fazenda da minha família. 

-Hmmm... - Edward suspirou. - Acorda ela. Vamos logo! 

Senti quando minha cabeça caiu de qualquer jeito no banco do carro, quicando. Senti quando Edward saiu do carro, xingando porquê enfiou um pé na lama. 

Senti quando o homem chegou bem perto de mim. Abri levemente os olhos. 

Ele estava muito perto. 

Tomei impulso e, de uma vez, bati com a minha testa na cabeça dele, com força. Algo quente e molhado escorreu pela minha testa quando o homem recuou e gritou, se afastando. 

Dei uma cambalhota e chutei, com as duas pernas, o nariz do homem, que anida estava meio agachado. Ele caiu para trás. 

Mas não pude fazer mais nada. 

Edward estava com uma arma apontada para mim e parecia estar engatilhada. Fiquei quieta e percebi que o sangue era da minha testa. 

-Achou que eu não ia perceber que tinha acordado, Nathalie? 

Continuei sem falar nada. O homem levantou do chão, pingando sangue pelo nariz e me encarando, com ódio. 

Retribuí o olhar sem abaixar a cabeça. Edward voltou a falar. 

-Levanta desse carro agora. Vamos entrar naquela casa. Eu tenho que conversar com você. 

Franzi os olhos, obedecendo. Conversar comigo?! Eu ia arranjar uma forma de me soltar e ia matar ele. 

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