Capítulo 38

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Eu estava tentando manter a calma, tentando me distrair enquanto dava uma olhadinha nas redes sociais e na internet, no geral. 

Cheguei a enfiar os fones de ouvido e ligar em uma música qualquer, focando minha atenção na televisão da Clínica. 

Mas Sam estava tão nervoso e ansioso, que chegava a me dar uma agonia completa e total. 

Respirei fundo. Talvez, pela milionésima vez. Sam voltou a bater as pernas e roer as unhas. 

-Será que ainda demora? - Ele questionou pela centésima vez. 

-Ainda faltam vinte minutos para a hora que eu marquei, Samuel. - Respondi, irritada. 

-Vinte?! Caramba, hein... 

Revirei os olhos. Uma moça ruiva com um barrigão enorme me encarou, sorrindo de lado. 

-Pai de primeira viagem? - Ela indicou com a cabeça Sam, que tinha ido pegar (o nono copo de) café. 

-Sim... - Suspirei e dei um sorrisinho. - Está mais ansioso que eu! Acredita nisso? 

Ela riu e concordou. Notei uma menina pequena, também ruiva, brincando com uma boneca do lado dela. 

-Deixa eu te contar um segredo? - Ela sorriu. - Não melhora no segundo! Meu marido ainda me enlouquece tanto ou mais que na gravidez dela. 

Dei uma risada. 

-Já sabe o sexo? 

-Já! - Ela sorriu, empolgada. - É um menino. Vamos chamar de James. É o nome do pai dele... Carol, Desce do banco! 

A menininha sentou e murmurou um "desculpe, mamãe". 

-E você? 

Neguei com a cabeça, acariciando o ponto onde o bebê chutava. Eu já estava grávida de trinta e duas semanas e nada ainda de conseguirmos ver o sexo. 

Natasha e Steve apostavam que era um menino. Eu e Bucky achávamos que era uma menina. E Sam, de palhaçada, para variar, dizia que era hermafrodita. 

Minha mãe (que por sinal, ainda estava no rolê misterioso com Fury) preferia não opinar. Mas Fury e Stephany (que tinha começado a namorar Bucky uns dois meses antes) também achavam que era uma menina. 

-Espero que consigam ver hoje! - A Ruiva sorriu. -Pensaram em algum nome? 

-Se for menino, Arthur. Se for menina, Aurora. 

-Igual a Bela Adormecida?! - A menininha chamada Carol me perguntou. 

Sorri e assenti. Ela deu um sorrisinho tímido e comentou que amava a Princesa Aurora. 

Um rapaz de cabelos curtos e que até me lembrou Bucky, apareceu com uma garrafa de água e estendeu para a moça ruiva, dando um beijo na cabeça dela e pegando a menininha no colo. 

-Obrigada, James. 

Ah, esse era o pai... 

Encarei Sam, que falava ao telefone na porta da Clínica, andando de um lado para o outro. 

-Seu marido? - O Homem questionou.

-Meu encosto... - Revirei os olhos. - Mas é, é meu marido. 

Ele sorriu. 

-Eu estava ouvindo ele falar no telefone quando fui lá fora. Ele não acha mesmo que o bebê é hermafrodita, não é? 

-James! - A Ruiva deu um tapinha nele. 

-Que foi, Heaven?! - O cara riu. - Não fui eu quem disse! 

-Nathalie Jones! 

Troquei um tchau com eles e dei um pequeno grito por Samuel, que levou um susto tão grande, que deixou o celular cair no chão. 

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