Vingança Sangrenta

VI - Aproximação - Parte 1

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RAFAEL NARRANDO:

Eu estava na garagem pegando meu carro para ir trabalhar, quando senti uma mão pousar levemente em minhas costas, me virei para ver quem era, me deparando com Daniel com uma expressão de alegria no rosto.
--- O que foi? Algum problema? --- perguntei, abrindo a porta do carro.

--- Não, nenhum. Eu só vim para avisar que hoje você e Vânya irão vender o primeiro imóvel de vocês --- disse ele, pegando o celular em seu bolso.

--- Mentira! --- exclamei, descrente.

--- É a mais pura verdade. Eu vou te enviar o endereço, e não se preocupe, Vânya já foi notificada e é provável que ela já esteja lá --- disse ele, digitando alguma coisa no celular.

--- Entendi. --- Daniel se virou e saiu.

Entrei no carro, e fui o mais rápido que pude para o endereço que Daniel me enviou. Durante o caminho, eu não conseguia parar de pensar em Vânya, e em como estava sendo difícil conquistá-la. Eu conhecia ela há apenas alguns dias, e ela se fazia presente em cada pensamento que eu tinha, não importava o quão puros ou perversos eles fossem, ela era a causa de todos eles. Eu a desejava de uma maneira tão intensa, que me controlar quando estava perto dela, era uma tarefa quase que impossível.
Ela estava sendo fria comigo sempre que eu tentava uma aproximação, e eu não entendia o porquê. Sua postura profissional parecia ser usada somente em mim, já que ela foi super gentil com meu irmão. Até cozinhar para ele, ela disse que faria, porém aproveitei e tirei proveito disso, fiz com que ela também me convidasse, assim poderia me aproximar dela. E quem sabe eu me tornaria mais que sua dupla.

Parei o carro, ao perceber que cheguei no endereço enviado por Daniel. Olhei em volta e não vi Vânya em nenhum lugar, era óbvio que ela ainda não tinha chegado. Pulei para fora do carro, e fiquei na frente da casa que iríamos vender. Fiquei em pé, ao lado do meu carro, esperando que ela chegasse.
Demorou alguns longos e demorados minutos, mas lá estava ela, com sua expressão fria e porte impenetrável. Ela caminhava em minha direção, enquanto o vento balança algumas mechas de seus cabelos loiros, as curvas de seu corpo estavam sendo destacadas por um apertado e sexy vestido preto, seus lábios finos e avermelhados pareciam me convidar para um beijo, e tudo que eu conseguia fazer, era ficar ali parado admirando sua imensa beleza.

--- Bom dia! --- falei, logo que ela se pôs à minha frente.

--- Bom dia! --- disse ela, retirando uma pasta da bolsa e me entregando.
--- Por que demorou tanto para chegar? --- perguntei, ao esfolhear a pasta.

--- Tive que passar na empressa, e como sabe, eu não tenho carro --- disse ela, também olhando alguns papéis que estavam na pasta.

--- Se conseguirmos vender essa casa, você receberá uma comissão suficiente para comprar um, e se você quiser posso te ajudar.

Desviei o olhar em sua direção.

--- Eu agradeceria muito, se você me ajudasse --- disse ela, ao fechar a pasta e andar em direção a porta da casa.

Eu fiquei surpreso por ela aceitar minha ajuda, ela não estava mais sendo fria e impenetrável. E eu estava contente com isso, era uma ótima oportunidade para conhecê-la melhor.
Entrei na casa, e logo a vi, olhando alguns cômodos da casa, me aproximei e comecei a falar:
--- Então quais são os pontos mais atraentes deste imóvel?

--- Se você tivesse lido os relatórios que entreguei junto com a pasta, saberia. --- Ela voltou a ser fria e distante.

--- Sinto muito --- disse, ao perceber que ela tinha razão.

--- Algum cliente já veio olhar a casa, antes de eu chegar? --- perguntou ela, observando atentamente cada detalhe do imóvel.

--- Ainda não --- respondi, ao fazer o mesmo que ela.

--- Essa é sua primeira venda? --- perguntou ela, se virando e me olhando.

--- Está tão na cara assim? --- perguntei, indo em direção ao cômodo onde ela estava.

--- Sim. Nenhum corretor experiente pergunta à outro quais os pontos atraentes do imóvel, que ele quer vender. --- Sua expressão estava bem humorada, parecia que ela estava lutando contra si mesma, e a julgar por seu comportamento diria que ela estava lutando para me manter longe.

Mas por quê? Será que ela sentia algo por mim? Algo que ela não queria admitir? pensei, bunsacando respostas para tudo aquilo.

Escutamos a companhia tocar, e rapidamente fomos atender. Ao abrir a porta vimos uma casal. Eles pareciam recém casados e tinham interesse em comprar a casa. Vânya os convidou para entrar e começou a lhes mostrar a casa, eu ficava olhando, como ela era inteligente e uma ótima profissional. Cada detalhe relacionado à ela, por mais comum que fosse, me fascinava. E a cada momento que eu ficava perto dela, eu a desejava mais. Ela era especial, misteriosa, linda, atraente, inteligente, indomável, e isso me atraía de uma maneira inexplicável.

--- Rafael? Você pode falar sobre o bairro e a vizinhança para eles? --- perguntou ela.

--- Claro! --- exclamei.

--- Muito obrigada --- disse ela, logo antes de ir ao banheiro.

--- Bom, a vizinhança é tranquila e bem hospitaleira, esse bairro tem uma das menores taxas de roubos. A escola também é ótima, o condomínio é bastante seguro e a melhor parte é que fica em uma das melhores regiões da cidade --- disse.

--- E quanto ao barulho? Há algum vizinho barulhento? --- perguntou a senhora, ao segurar a mão do marido.
--- Não, existe uma regra, onde claramente diz: " Nada de barulho depois das 22:00 horas." --- Ela olhou para o marido e novamente me olhou.

--- Nós gostamos bastante da casa, mas parece que ela não tem nada de especial. Nós queremos uma casa diferente, uma casa para construir nossa família, nossa história --- disse a senhora, olhando algumas partes da casa.

--- E por que não essa? Ela é uma casa nova, grande, tem um quintal enorme. Aqui você poderá criar seus filhos, criar novas lembranças, novos momentos. E o mais importante ela será somente sua e da sua família --- disse Vânya se aproximando de nós.

--- Eu não tinha olhado por esse lado --- falou a senhora, com um sorriso largo no rosto.
--- Nós iremos querer a casa, pode trazer todos os documentos para assinar --- falou o marido da mulher, enquanto colocava as mãos nos bolsos.

Mesmo depois da casa estar oficialmente vendida, eu ainda não conseguia acreditar em como ela conseguiu vender a casa para o primeiro casal que viu o imóvel.

--- Bom trabalho --- disse ela, guardando alguns documentos.

--- Eu quem devia dizer isso à você --- falei, ao me aproximar dela.

--- Você fez um ótimo trabalho, ajudou bastante --- disse ela sorrindo, ainda guardando os poucos documentos que restou.

--- Como você consegue? --- perguntei, ao estar ao seu lado e começar à ajudá-la.

--- Com o tempo você pega o jeito. Vamos? Precisamos ir para a empresa --- disse ela, e eu logo concordei com a cabeça.

--- Nós vamos no quê? --- perguntei, andando rápido para alcançá-la.

--- No seu carro, onde mais seria? --- disse ela, e logo um enorme sorriso cresceu em meus lábios.