XX - Um beijo para matar

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VITÓRIA NARRANDO:

Aquele era o melhor beijo da minha vida, e eu não queria que ele acabasse. Quando eu beijei Rafael, eu senti uma sensação nova e diferente, senti um sabor novo, algo ainda não descoberto por mim, uma coisa viciante e anormal. Minha respiração se tornou cada vez mais ofegante e irregular, meu corpo estremecia ao sentir o seu, minhas narinas se expandiram e minhas mãos começaram à soar. Ele parou de me beijar, afastou nossos lábios e me fitou por alguns minutos.
--- Então era isso que você queria! --- exclamei, ao surrir de maneira boba.

Naquele instante eu não me conhecia mais, eu certamente havia me transformado em outra pessoa. Uma pessoa mais ousada e decidida, ou eu continuava sendo quem eu sempre fui, no entanto, daquela vez sem fingimento e hesitação. Naquele momento eu fui verdadeira com meus sentimentos e aceitei o que eu queria. Já estava na hora de aceitar que eu estava apaixonada por ele, já estava na hora de saciar os meus desejos, que não eram e nunca foram inocentes. Desde a primeira vez que eu o beijei, eu imediatamente soube que, em toda minha vida, eu não iria querer beijar outros lábios, que não fossem os dele.

--- Um pouco. --- Rafael envolveu suas duas mãos em volta da minha cintura, e me encarou por alguns segundos.
--- Só? --- ironizei. --- Então, você ainda quer pedir demissão?
--- Preciso pensar --- disse ele.

Rafael retirou suas mãos da minha cintura, e se afastou.

--- Bem, eu acho que estou te devendo um jantar. O que você acha de ir jantar lá em casa qualquer dia desses? --- perguntei, ao me escorar na mesa.
--- Hoje?
--- Não, no domingo à noite --- falei.
--- Se me lembro bem, Daniel também participaria desse jantar --- disse Rafael, com um sorriso provocante nos lábios.
--- Se for sua vontade --- disse, ao andar em sua direção ---, mas acho que não seria boa ideia, afinal, não poderíamos conversar sobre nós.
--- Você tem razão. Eu estava apenas blefando, não quero que ninguém nos atrapalhe.
--- Eu não quero estragar o clima, ainda mais agora que estamos nos dando bem, mas se você for me pedir para desistir de me vingar, saiba que eu não vou desistir. Eu não posso --- murmurei.

Rafael andou em minha direção, colocou meu rosto entre suas mãos e disse:
--- Eu sei. E eu não vou pedir para você parar e muito menos para escolher. Eu não sei quais são os seus motivos, mas acredito que eles sejam genuínos, e eu quero que você saiba que quando você estiver pronta para falar sobre eles, eu estarei aqui para ouvir.
--- Muito obrigada. Eu fico muito contente em saber que você me entende e me apoia, mesmo eu não sendo totalmente sincera com você --- disse, olhando em seus olhos.
--- Eu só quero que você me prometa, que jamais irá fazer algo que você não ache certo --- disse ele, antes de me dar um selinho. --- Agora, eu preciso ir. Nos vemos depois?
--- Claro --- respondi.

Rafael andou em direção a porta, e passou pela mesma, sumindo do meu campo de vista.
Me apaixonar por Rafael foi a melhor coisa que já me aconteceu, e o melhor em tudo isso era que, eu me apaixonava novamente por ele todas as vezes que eu o via. E eu jamais me cansaria disso. Antes de conhecê-lo, eu pensava apenas na minha vingança, mas quando eu o vi pela primeira vez, absolutamente tudo mudou. A minha vida voltou a ter sentido, eu me senti feliz novamente;  eu voltei a pensar em algo que não fosse vingança. Eu voltei a sentir algo que não fosse medo ou ódio. Eu voltei a ser livre.

Me sentei em minha cadeira, e peguei o interfone que estava sobre a mesa.

--- Sarah, você poderia ligar para o detetive Rodrigo, e pedir que ele me encontre no horário de almoço? --- perguntei.
--- Sim! Irei ligar agora mesmo --- disse Sarah.
--- Muito obrigada! --- exclamei.
--- De nada!

Depois de alguns minutos, enquanto eu estava assinando alguns documentos que requeriam minha assinatura, o meu interfone tocou. Deixei de focar minha atenção naquela enorme pilha de papéis, e o atendi.
--- O senhor Daniel está aqui, e ele disse que gostaria de conversar com a senhora --- disse Sarah.

Eu fiquei em silêncio durante alguns segundos e logo em seguida respondi:

--- Mande ele entrar!

Eu não sabia o que Daniel gostaria de conversar comigo, eu não esperava que ele vinhesse à empresa ou que ele converssase comigo depois do que aconteceu. A única coisa que eu sabia naquele momento era que, eu estava muito nervossa, pois minhas mãos soavam, meu coração batia forte e acelerado, meu sangue havia deixado e ser quente, e pareceu se tornar frio.
A porta da minha sala foi aberta, e logo em seguida vi Daniel entrar. Era nítido que ele estava tão nervoso quanto eu, ele parecia calcular cada movimento que ele fazia, e ele não conseguia me olhar nos olhos.

--- O quê você quer conversar comigo? --- perguntei, ao me sentar na minha cadeira.

Ele caminhou até a cadeira em frente a minha mesa, se sentou, respirou fundo e começou a falar:
--- Eu vim te pedir perdão. Eu preciso que você me perdoe.
--- Se você acha que me pedindo perdão, fará com que eu desista de me vingar de você, você está muito  enganado --- disse, enquanto o encarava. --- Você não pode fugir nem da morte,  nem da minha vingança. Não importa o que você faça, ou para onde você vá. Uma hora ou outra, ambas o encontrarão.
--- Eu sei, mas não é por isso que eu quero que você me perdoe.
--- Então me diga, por que você quer meu perdão agora depois de todos esses anos? --- perguntei, com indagação.
--- Eu estou apaixonado por você Vitória. Mesmo antes de saber quem você realmente era, eu já estava apaixonado por você --- disse ele, logo antes de tentar pousar sua mão sobre a minha, que eu rapidamente tirei de cima da mesa  ao perceber o que ele faria.
--- Eu não tenho tempo para isso! Eu tenho um compromisso, e eu não posso faltar. --- Me levantei da cadeira, e caminhei até a porta. --- Você precisa ir!

--- Está bem! Mas antes de ir, quero que saiba, que você pode me pedir qualquer coisa. Eu não pensarei duas vezes, se for para te ajudar.

Daniel se levantou da cadeira e saiu da minha sala.  Logo depois eu fiz o mesmo, pois eu tinha que me encontrar com o Rodrigo. No entanto esperei até que Daniel saísse de carro, para só então, eu ir até o restaurante.
Depois de passar minutos dirigindo, eu finalmente cheguei até o restaurante, e a seguir o adentrei. Ao estar no meio do restaurante, vi Rodrigo sentado em uma mesa no canto e caminhei até o mesmo.

--- Boa tarde! --- o cumprimentei, ao me sentar na mesma mesa em que ele estava.
--- Boa tarde! --- Ele retirou o cardápio da frente do rosto, e se ajustou na cadeira.
--- Eu marquei esse almoço, porque eu preciso que você investigue duas pessoas --- disse, ao pegar duas fotografias em minha bolsa. --- Esses são Arthur Lima e Sofia Castro, é eles que eu quero que você investigue.

Ele recebeu as fotografias que eu lhe entreguei, as olhou durante um pequeno período de tempo e disse:

--- Irei investigar, e assim que souber de alguma coisa eu te ligo.

Ele se levantou da cadeira e saiu do restaurante.




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