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RAFAEL NARRANDO:Me sentei na cadeira em frente minha mesa, e o ciúmes que eu sentia, estava sendo comprimido pelo meu auto controle, pois saber que Vânya gostou de jantar com Daniel, era como um fósforo acesso próximo à gasolina. A gasolina era meu ciúmes, e o fósforo claramente o jantar.
Eu e Daniel estarmos interessados pela mesma mulher, era coisa mais horrível e trívial que eu já tinha visto e vivido. Eu sentia como se minha vida estivesse sendo descrita em um livro, filme ou série, porque eu não conseguia acreditar que todo aquele drama poderia acontecer na vida real. E o que realmente estava acabando comigo, era saber que talvez ela preferia à Daniel, já que ela era fria, e nunca aceitou nenhuma das minhas investidas, e com Daniel era completamente o oposto.
Pensar na possibilidade de talvez eles terem se beijado, fazia com que meu sangue fervisse de tanta raiva e ciúmes. Ela mechia comigo de uma maneira que nenhuma outra mulher jamais havia mechido e, eu faria tudo que estivesse ao meu alcance para tê-la ao meu lado.
Olhei em sua direção, e a vi indo para o corredor onde ficava as salas de Daniel e seus amigos. Senti uma onda de curiosidade se espalhar pelas pontas dos meus pés até as pontas dos meus cabelos. Essa onda de curiosidade só foi aplacada quando a vi retornar e se sentar à sua mesa. Ela estava ali, tão perto, que era quase impossível deixar de olhá-la. Sua boca funcionava como um imã quando eu estava próximo à ela, seus olhos eram como faróis na escuridão, sua pele era como um desejo primitivo impossível de resistir. Todo o meu ser já estava entrege aquela intensa e irresistível atração, que me deixava totalmente arrebatado.Olhei em direção ao pequeno relógio, que estava em cima da minha mesa, e notei que meu expediente havia terminado. Peguei minha maleta, e caminhei em direção ao elevador, que por sinal estava quase fechando as portas, aprecei meus passos e gritei para a pessoa que estava dentro do elevador:
--- Espera, por favor. --- Mesmo correndo para entrar no elevador, percebi que a pessoa que estava dentro não se esforçou em nada para me ajudar, e mesmo assim eu consegui entrar no mesmo.--- Você poderia ter apertado o botão, para que o elevador parasse --- disse, ao perceber que era Vânya quem estava dentro do elevador.
--- Sim, eu poderia, mas eu não quis --- disse Vânya, enquanto um sorriso perverso florecia de seus lábios.
--- Entendi --- falei, enquanto lhe encarava. --- Posso te perguntar uma coisa?
--- Se eu disser que não, você vai perguntar da mesma maneira. Então, sim, pode perguntar.
Ela não tirava os olhos do pequeno painel que revelava em qual andar estávamos, eu sabia que ela estava usando aquele painel como uma forma de me ingnorar, e sem hesitar perguntei:
--- Por que você é tão fria e previsível comigo?Ela ficou pensativa.
--- Eu não sei te dizer o porquê, apenas sei que, as vezes sua presença me incomoda, como agora.
--- Eu acho que esse não é o verdadeiro motivo --- Me virei em sua direção.
--- E por qual outro motivo poderia ser? --- perguntou Vânya, encarando a parede do elevador.
De repente o elevador em que estávamos parou, mas não no primeiro andar, o que significava que estávamos presos, juntos.
--- Eu acho que você tem sentimentos por mim, e você não quer aceitar que é verdade, por isso você é assim tão fria comigo --- disse, enquanto me inclinava em direção ao botão do elevador, para tentar fazer com que ele funcionasse outra vez.
Vânya se virou para mim, e me olhou pela primeira vez desde que entrei no elevador. Sua expressão era de surpresa, porém ela logo desapareceu dando espaço para o sarcasmo.
--- Eu ter sentimentos por você, sério? Você realmente acha que eu sinto algo por você? --- questionou ela, enquanto ria.
--- Na verdade acho sim.
--- Você é hilário!
--- Essa é somente uma das minhas qualidades. E eu acho que estamos presos no elevador --- disse, ao franzir o cenho.
--- O quê? --- Supresa, ela arregalou os olhos e continou a dizer: --- Você só pode estar brincando!
--- Não, não estou. Nós realmente estamos presos --- disse andando em sua direção. --- Agora voltando ao outro assunto, o que você realmente sente por mim?
Quando eu estava com meu rosto muito próximo ao seu, Vânya olhou em meus olhos, e ficou alguns segundos sem dizer nada. Eu podia sentir sua respiração irregular se chocar contra meu rosto, ela entre abriu os lábios e eu senti um imenso desejo de os tomar para mim, porém antes que eu o fizesse, senti uma forte e dolorosa joelhada em minhas partes baixas. Me afastei ao sentir a tenebrosa dor que aquilo me causou. Ela, no entando, parecia preocupada, mas não arrependida.
--- Eu não vou pedir desculpas! --- exclamou ela.
--- Esta bem, não precisa. Acho que mereci --- disse, e mesmo gemendo de dor, percebi que um minúsculo sorriso surgiu em seus lábios.
--- Sim, você mereceu --- disse ela, escorada na parede do elevador.
Depois de alguns minutos nos ainda estávamos presos no elevador, e eu ainda estava me recuperando da joelhada que levei. O elevador voltou a funcionar, e eu olhei para Vânya, vendo a enorme expressão de alívio em seu rosto.
Quando as postas do elevador se abriram, ela saiu rapidamente de dentro do mesmo e nem se deu o trabalho de se despedir.Ao chegar em casa, vi Daniel sentado no sofá da sala. Nós morávamos juntos, então aquilo era uma coisa comum. Andei em direção ao sofá e me sentei ao seu lado, ele estava com um copo de tequila na mão, que ele rapidamente deixou de lado ao notar minha presença.
--- Como foi no trabalho hoje? --- disse ele, com uma notável irônia em seu tom de voz.
--- Bem, e você? --- perguntei, ao escorar os cotovelos nas costas do sofá.
--- Normal!
--- E o seu jantar com a Vânya, como foi?
--- Maravilhoso! --- disse ele, enquanto um enorme sorriso crescia em seus lábios.
--- Me conte mais.
--- Nós conversamos bastante, ela me deixou pegar em sua cintura na hora de irmos embora e também deixou que eu pegasse em sua mão na hora que a deixei em casa --- disse Daniel, enquanto desabotoava o seu blazer.
--- Vocês se beijaram? --- perguntei, desejando que a resposta fosse não.
--- Não. --- Sua voz saiu fraca e falha, a sua frustação era nítida, assim como minha felicidade.
--- Entendi --- disse, tentando esconder meu alívio.
--- Mas eu acho que isso ainda pode acontecer, afinal saímos apenas uma vez.
Ele tem razão, pensei.
--- Verdade --- disse, ao me levantar do sofá. --- Eu vou tomar um banho, nos vemos depois.
--- Ok --- disse ele, ao pegar o copo de tequila novamente.
Enquanto subia as escadas, eu pensava na hipótese de que eles poderiam ficar juntos, e isso fazia com que uma onde de ciúmes e tristeza se espalhace pelo meu corpo, mas o pior, era saber que isso tinha grandes chances de acontecer. Eu queria muito que Vânya me desse uma chance, mas se ela escolhesse Daniel, eu respeitaria sua decisão e tentaria seguir em frente.
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Vingança Sangrenta
Mystery / ThrillerA corretora Vitória Gomes vivia sendo atormentada por lembranças de um passado terrível, e não importava o que fazia ou para onde ia, ela sempre voltava para aquela casa, naquela noite. Mudar de identidade e cidade não foi suficiente para fazer co...