XXXVIII - Depoimento

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VITÓRIA NARRANDO:

Eu estava sentada na sala de espera de uma delagacia. Mais cedo, um oficial de justiça havia deixado uma intimação para mim na empresa. E Mesmo que na intimação não revelasse o motivo pelo qual eu fui chamada ali, eu sabia que tinha alguma relação com Carlos. Eu estava um pouco insigura, sentia minha mãos soarem, meus batimentos  se acelerarem sempre que algum policial entrava na sala, e sentia uma imensa vontade de ir embora daquele ambiente.

Naquela tarde, a delegacia estava calma, pois vários policias estavam desocupados em alguns cantos ou dentro de algumas viaturas. A moça da recepção digitava incansavelmente em seu computador, ela parecia não notar e nem se importar com minha presença, o que me deixava mais impaciente do que eu já estava. Eu olhava sem parar para o enorme relógio  de parede próximo à máquina de café, quando de repente alguém se sentou na cadeira atrás de mim. Um sensação de familiaridade tomou conta de mim, no entanto eu a ingonrei, a afastando para longe. O ventilador girou preguiçosamente no teto, e o lento ar soprado por aquela  velha e enorme máquina,  trouxe um perfume que eu reconheceria em qualquer lugar. É o cheiro dele, pensei. Mas não pode ser ele, com certeza não. Ele não está aqui, Vitória. Deve ser outra pessoa que usa o mesmo perfume, é  isso. É  outra pessoa, suspirei aliviada me convencendo de que eu estava certa. Porém, a voz que eu anceava por não ouvir naquele lugar, ecoou pelo meus ouvidos.
-- Eles também a chamaram. -- Me virei, deparando-me, infelizmente, com Rafael. -- Você já falou com eles? O que você disse?
-- O que você está fazendo aqui? -- perguntei, incrédula.
-- Eu recebi uma intimação. -- Ele fez uma pausa. -- Não falaram sobre o que se trata, mas eu imagino sobre o que seja.
-- Por que você não me avisou? Poderíamos ter ensaiado o que iríamos dizer.
-- Eu não queria te envolver nisso, mais do que você já está envolvida. Mas vejo que agora já é  tarde. -- Ele engoliu em seco, e me fitou em seguida. -- Eu não quero que você minta por mim. Não se coloque em risco. Ainda há  tempo de você sair ilesa disso.
-- Ei, me escuta. Nós entramos juntos nessa, e aconteça o que acontecer, nós continuaremos juntos. Eu não vou te abandonar agora, e nem nunca. -- Ele me olhou, seus olhos exalando paixão, e então, depois de olhar em volta acrescentei: -- Eis o que falaremos: na noite da morte de Carlos, nós estávamos juntos em minha casa revisando alguns documentos da empresa. Você foi embora por volta das 23 horas, eu te levei até sua casa. Se eles perguntarem se alguém pode comprovar isso, diga que não. Não de muitos detalhes sobre nós, fale que somos amigos, ou se preferir que já saímos algumas vezes. Caso eles perguntem se você conhecia bem Carlos, dê  a entender que não. Diga que ele era amigo do seu irmão, e que vocês se conheciam somente por conta disso. Em nenhuma ipotese fale que você tinha inimizade com ele. Se por algum acaso, as coisas saírem do controle, ou  você não conseguir responder alguma pergunta, chame imedianamente um advogado. Pode ser até mesmo da empresa. Você entendeu? -- Ele consentiu com um gesto de cabeça. -- Ótimo!

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