XXI - Um beijo para matar - Parte 2

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DANIEL NARRANDO:

Quando entrei no meu carro, e comecei a dirigir a caminho da minha casa, senti meu coração ser violentamente comprimido pelos meus outros órgãos. Naquele instante, parecia que eu tinha desaprendido a andar, respirar e agir. Eu a amava como jamais pensei que poderia amar alguém, e sua frieza funcionava, como um punhal fino e afiado, que lentamente atrevessava meu coração.
Ela não falou que me perdoava, mas ela também não falou que não. E isso me deu esperança, esperança de que talvez de alguma maneira eu conseguisse o seu perdão, esperança de que de alguma forma eu pudesse conquistar o seu amor. E apesar de que aquilo eram coisas realmente difíceis, eu estava otimista, estava confiante de que eu conseguiria.
As lembranças do seu olhar, e do seu sorriso retornaram como uma enorme e destruidora avalanche, que destruia e acabava com todo meu psicológico. Ela me deixava arrebatado, fazia com que eu me sentisse único e especial --- em parte também culpado. --- Nada descrevia a sensação que eu sentia toda vez que a via, toda vez que escutava sua voz, ou toda vez que ela sorria. Ela era simplesmente maravilhosa, e não existia alguém que pudesse resistir aos seus encantos. Quando se tratava de conseguir o que quisesse de mim, ou me destruir, Vitória era a arma mais eficaz para exucutar tal tarefa, e não era preciso muito. Bastava apenas um olhar, e ela poderia me pedir ou fazer o que quisesse comigo. Um olhar, e qualquer homem ficaria à dispor dos seus desejos.

Parei o carro em frente minha casa, e logo em seguida saí de dentro do mesmo, me direcionando até à porta de entrada. Ao entrar na casa, e ao estar na sala, me deparei com Rafael sentado no sofá. Ele estava com um copo de whisky na mão, sua postura estava relachada, seu olhar distante e pensativo. Quando notou minha presença ele se virou, me olhou por alguns segundos e logo depois disse:

--- Eu estava te esperando. Sente-se, pois precisamos conversar.
--- Eu? Alguma coisa séria aconteceu? --- perguntei, ao me despir do meu paletó.
--- Isso você irá me dizer. Agora, pegue um copo de whisky, e sente-se.

Fiz o que Rafael mandou, e me sentei ao seu lado. Ele me olhou novamente e começou a perguntar:

--- O que realmente aconteceu há oito anos atrás?
--- Como assim? --- perguntei, sem saber o que fazer.
--- O que realmente aconteceu entre Vitoria, você e seus amigos? Eu não acredito que ela esteja fazendo tudo isso por conta de uma rejeição.

Rafael me olhou nos olhos esperando uma resposta verdadeira, ele sabia que eu não conseguia mentir olhando nos olhos de alguém. No entanto, naquele momento minha vergonha superou minha dignidade, eu não podia contar a crueldade que eu fiz no passado. Ele me odiária, e eu não suportaria isso.

--- Você já perguntou para Vitória sobre isso? --- perguntei.
--- Sim, mas ela não quis me dizer a verdade --- afirmou Rafael, bebendo um gole do seu whisky.
--- Se ela que foi a vítima de tudo que aconteceu há oito anos, não quis lhe contar, eu também não posso te dizer. Peço que você não insista, respeite o meu espaço.
--- Então, vocês fizeram algo inadimisivel com ela, não foi? --- disse ele, enquanto colocava o copo que segurava sobre a mesa. --- Eu esperava que você me contasse a verdade, mas você não contou, e isso só mostra o quão Vitória está certa. Para fazer o que ela está fazendo, ela deve ter passado por coisas horríveis.
--- Você não entende! Eu não posso te contar!
--- Bem, então eu terei que descobrir --- Rafael se levantou do sofá, e andou em direção a porta da frente, por onde ele passou logo depois.

Eu continuei sentado no sofá, balançando o copo de whisky, fazendo com que no interior do copo se formasse um pequeno redemoinho, enquanto isso, comecei a pensar no quanto estava sendo difícil esconder aquele segredo, ainda mais de Rafael. Nós nunca escodemos nada um do outro, mas eu não queria que ele soubesse do pior erro da minha vida, eu não queria que ele olhasse para mim e se lembrasse da coisa horrível que eu fiz. Ele parecia se preocupar com Vitória, afinal de contas, eles já foram duplas em vendas, e era impossível não nutrir uma amizade por alguém que via todos os dias. No entanto, sua preocupação não parecia ser de um amigo e sim de alguém que estava apaixonado. O pensamento de que eu e Rafael poderíamos estar apaixonado pela mesma mulher, me assustou bastante. Nós sempre competiamos por algo, mas sempre foram competições saudáveis, e competir pelo amor de uma mulher era uma coisa que poderia destruir o nosso vínculo de irmão. E se isso fosse verdade, será que algum de nós dois estava disposto a abrir mão de Vitória?
Eu não tinha certeza, mas eu acreditava que alguém, jamais abriria mão daquela mulher.
A campanhia tocou repentinamente, e fez com que eu saísse do meu transe. Levantei do sofá, me direcionei até a porta e a abri.

--- Boa tarde! --- exclamei, ao abrir a porta e me deparar com um oficial de justiça. --- Posso ajudá-lo em algo?
--- Você é Daniel Cardoso?
--- Sim, sou eu! --- afirmei.
--- Assine aqui, por favor --- disse ele, me entregando um pedaço de papel, que eu assinei. --- Aqui está, e muito obrigado!

Ele se virou e saiu, fechei a porta e comecei a ler o papel que ele me entregou. Era uma intimação, se eu, Carlos, Arthur e Henrique não pagassemos a dívida que tínhamos, com o banco, períamos todos nossos outros bens. Eu ainda estava parado em frente a porta, quando meu celular tocou. Levei minha mão ao meu bolso, e o atendi:
--- Alô?
--- Sou eu, Carlos! Você também recebeu?
--- Sim, o que vamos fazer?
--- Não sei, precisamos arrumar uma maneira de pagar, ou perderemos mais do que já perdemos --- disse Carlos.
--- Carlos, nós não temos dinheiro!
--- Eu sei! Nós vamos dar um jeito, nós sempre damos.
--- Precisamos conversar sem ser por Telefone, venha aqui em casa. Irei ligar para o Arthur e o Henrique, não podemos deixar ele de fora, isso também o envolve. Tchau.

Depois de ligar para Arthur e Henrique, demorou até que eles chegassem, mas depois de uns minutos escutei a campanhia tocar, e rapidamente abri a porta.

--- Entrem!

Eles entraram e se direcionaram até o meio da sala, sendo seguidos por mim.

--- Então, o que vamos fazer? --- perguntou Henrique.
--- Me diga você, afinal, isso tudo só está acontecendo por sua causa --- disse Arthur.
--- Realmente! Isso é sua culpa, você devia arcar com as consequências e não nós! --- exclamou Carlos.
--- Eu já disse que eu não fiz isso. Não foi eu quem ajudou Vitória roubar a nossa empresa.
--- Gente, Nós não viemos aqui para brigar. Precisamos resolver essa situação --- falei.
--- Não tem como resolver essa situação. Não temos dinheiro suficiente para pagar a dívida! O banco irá ipotecar nossos imóveis e outros bens. Nós ficaremos sem nada! --- disse Carlos, enquanto se sentava no sofá, e passava as mãos nos cabelos.
--- Ele está certo! Perderemos tudo --- disse Henrique.
--- O único imóvel que eu tenho, que não está no meu nome é esta casa. Ela está no nome do Rafael desde que herdamos dos nossos pais. Vocês tem algum imóvel sem que esteja no nome de vocês?
--- Um dos meus apartamentos está no nome da Sofia, é o apartamento que vamos morar depois que nós nos casarmos.
--- Todos os meus bens estão no meu nome --- disse Carlos.
--- Isso não é verdade! O apartamento que o Rafael te vendeu, ainda não foi passado para o seu nome, deixaremos para fazer os mudança de dono depois de algumas semanas --- falei.
--- Eu também tenho uma propriedade que ainda não foi passada para o meu nome. Deixarei para fazer isso depois que a dívida do banco for quitada --- disse Henrique.
--- Então está tudo resolvido, daremos algumas das nossas propriedades ao banco e quitaremos a dívida --- afirmei.
--- Antes precisamos falar com o nosso advogado! --- disse Arthur. -- Há coisas pendentes, e ele pode nos ajudar.

Vingança SangrentaOnde histórias criam vida. Descubra agora