VII - Aproximação - Parte 2

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VITÓRIA NARRANDO:

E ali estava eu, dentro do carro de Rafael, naquele momento eu já não estava mais controlando minhas ações. Eu jurei para mim mesma que iria ser fria com ele, que me afastaria e não me permitiria sentir nada por ele, mas isso era mais difícil do que aparentava. Quanto mais eu tentava afastá-lo, mais ele se aproximava. Eu tentava me fechar para não sentir e não demostrar, porém isso era inútil. Quando se tratava dele, meu coração não obedecia ao meu cérebro. Ele destruía todas minhas defesas, não importasse o quão forte elas eram, e a ideia de me permitir sentir algo por ele, estava fixada nos meus pensamentos. Talvez seria bom voltar a me apaixonar depois de tanto tempo, talvez ele não fosse como o seu irmão.

Olhei para o lado e o vi, com o olhar focado na estrada, e naquele momento eu queria acariciar os seus cabelos, queria aprofundar as minhas mãos naqueles fios negros e macios. Eu desejava mais do que tudo beijar sua boca loucamente, com movimentos vivos e uma essência sombria. E eu sabia que eu podia fazer isso, ele não iria me recusar, ele me desejava tanto quanto eu à ele, porém eu também sabia que eu não devia me envolver com ele, não quando eu quero destruir seu irmão. O que aconteceria quando eu finalmente me vingasse? Ele ainda iria querer estar ao meu lado, mesmo sabendo que eu tinha destruído a vida do seu irmão?
Era melhor as coisas continuarem da maneira que estavam. Eu deixaria de ser rude e grosa com ele, mas ainda tentaria manter distância, o que era difícil, pois ele era minha dupla em vendas e por mais que eu não aceitava, eu queria estar perto dele.

Ele parou o carro em frente a empresa, e eu desci, mas antes de sair do carro,  me virei e disse:
--- Te espero lá dentro. --- Ele deu um sorriso, e logo ligou o carro e foi para o estacionamento.
Entrei na empresa, e rapidamente fui à sala de Daniel lhe contar sobre a venda, e também receber minha comição. Dei duas leves batidas na porta, e logo o escutei gritando:
--- Entre, por favor! --- girei a maçaneta da porta, e em seguida o vi sentado em sua mesa, assinando alguns papéis.

--- incomodo? --- perguntei, ao entrar na sala.

Ele ergueu o olhar, largou os papéis que assinava e sorriu gentilmente.

--- Você nunca incomoda! --- exclamou ele. --- Sente-se.

Ele apontou para as cadeiras em frente a sua mesa, e logo eu sentei.

--- Bom, eu vim trazer os papéis da venda do imóvel que eu e o Rafael acabamos de vender --- disse, ao lhe entregar a pasta onde estava todos os documentos referentes à venda.

--- A Internet não estava errada, você realmente é uma das melhores corretoras do país. Vendeu um dos imóveis mais caros que tínhamos, em apenas uma manhã --- disse ele, lendo alguns dos papéis da pasta.

--- Isso significa, que você duvidava que eu era uma das melhores? --- Ele retirou os seus olhos dos documentos e os voltou para mim.

--- Claro que não! Eu jamais duvidaria de você --- disse ele, ainda me olhando.

--- Entendi --- falei, ao cruzar as pernas.

--- Sua comissão será depositada em sua conta -- disse ele, digitando algo no computador.

--- Obrigada! --- exclamei, ao me levantar e começar andar em direção à porta.

Vingança SangrentaOnde histórias criam vida. Descubra agora