Vingança Sangrenta

X - Roubo - Parte 1

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VITÓRIA NARRANDO:

Eu estava dentro do carro dirigindo, mas eu não estava indo para o trabalho, eu estava indo encontrar alguém que seria essencial para a consolidação do meu plano.
Depois do jantar de ontem, eu já sabia exatamente o que eu precisava fazer, e nada e nem ninguém iria me impedir.
Parei o veículo em frente à um restaurante, saí de dentro do veículo e adentrei o mesmo. Ao estar dentro do restaurante, olhei em volta procurando a pessoa à qual tinha ido encontrar. O vi sentado em uma mesa um pouco ao fundo do restaurante, e caminhei em sua direção.

--- Você é Gabriel Cruz? --- perguntei, ao parar ao lado da mesa.

--- Sim, sou eu. E você quem é? --- perguntou, ajustando-se na cadeira.

--- Eu sou Vitória Gomes, eu conversei com você mais cedo, por telefone --- falei, ainda parada ao lado da mesa.

--- Eu me lembro, sente-se.

Me sentei, e logo comecei a dizer:
--- Eu pedi para me encontrar com você, porque eu quero saber como eu faço para hakear um computador, e adquirir todos os dados que estão nele --- falei, antes de me virar e acenar para o garçom. --- Eu estou disposta a pagar --- disse, me virando em sua direção.

--- Isso é facil, mas antes vamos falar do pagamento --- disse Gabriel.

--- Um homem de negócios, respeito --- ironizei, e logo o garçom parou ao lado da nossa mesa. --- Dois café, por favor.

--- Esse é o meu preço --- disse ele, me entregando um pedaço de papel com o valor escrito.

--- É muito --- disse, ao pegar uma caneta em minha bolsa e escrever a quantia, que poderia pagar. --- Essa é minha única oferta --- disse, ao entregar o pedaço de papel.

--- Feito! --- exclamou ele.

--- Então como fazemos? --- O garçom, serviu duas xícaras de café, e saiu novamente.

--- Nesse pen drive tem um programa que vai enviar todos os arquivos do computador que iremos hakear para qualquer aparelho. Tudo que você precisa fazer é instalar esse programa no computador, e adicionar o endereço de ip do aparelho para onde será enviado os arquivos e, pronto --- disse Gabriel, com o pen drive nas mãos.

--- Simples assim? --- perguntei, um pouco chocada.

--- Sim, simples assim. E o melhor é que não deixa rastros --- respondeu ele, me entregando o pen drive.

--- Me disseram que você é um dos melhores hackers, e estavam certos. Irei fazer a transferência agora mesmo --- disse, ao pegar meu celular e transferir a quantia combinada para sua conta. --- Foi ótimo fazer negócios com você! --- Me levantei da mesa.

--- Digo o mesmo --- disse Gabriel, antes que eu saísse do restaurante.

Cheguei na empressa, e andei o mais rápido que pude para minha mesa, a última coisa que eu queria naquele momento era chamar a atenção de alguém.
Eu precisava arrumar um jeito de acessar o computador de Henrique, e até conseguir fazer isso, eu iria fazer o possível para não chamar a atenção.  E a melhor maneira de fazer isso, era evitando tanto Rafael quanto à Daniel. O que não estava indo bem, já que Rafael caminhava em direção a minha mesa, ele me olhava com aquele olhar, aquele maldito olhar, marcado por aqueles par de olhos verdes, que me deixava desorientada e destruía toda minha pose fria e impenetrável. De repente nossos olhares pareciam estar presos um ao outro, pois em momento algum, eu conseguia desviar meu olhar do dele, vi um pequeno sorriso se formar no canto de sua boca, que parecia estar me pedindo para beijá-la, e estava extremamente dificil de resistir a isso.

--- Bom dia! --- exclamou Rafael, ao parar ao lado da minha mesa.

--- Bom dia! --- respondi, voltando meu olhar para a tela do computador.
--- Como foi o jantar com meu irmão? --- questionou ele, com a curiosidade nítida em sua expressão.

--- Foi muito bom, e divertido --- respondi, enquanto o olhava novamente.

--- Sobre o que  vocês falaram? --- murmurou Rafael.

--- Se quer tanto saber, pode perguntar ao seu irmão --- falei, e logo vi a expressão de surpresa que surgiu em seu rosto.

--- E a Vânya que não fala da sua vida particular, está de volta --- ironizou ele.

--- Ela sempre esteve aqui --- afirmei, voltando a olhar a tela do computador novamente.

--- Não era o que parecia há alguns dias --- disse ele, parado como um poste em minha frente.

--- Isso porquê, eu estava disposta a ser gentil, mas hoje eu não estou --- disse, sem desviar o olhar em sua direção.

--- Entendi... Vou começar a trabalhar, nos vemos depois --- disse ele, enquanto começava a andar em direção a sua mesa.

--- Boa ideia --- falei, e tenho certeza que ele não ouviu.

Eu ainda estava tentando descobrir uma maneira de ter acesso ao computador de Henrique, essa sem sombras de dúvidas seria a parte mais difícil do meu plano. Eu cogitei a ideia de esperar todos saírem, e depois ir à sua sala, porém me lembrei que as câmeras de segurança me entregariam. Eu precisava entrar em sua sala e ter acesso a seu computador, sem que ninguém suspeitasse de mim.
Lembrei do que Daniel me falou no jantar, e naquele instante descobri o que fazer. Pesquisei algumas imagens de apartamentos de luxos, salvei no pen drive que Gabriel me deu, e logo depois andei em direção à sala de Henrique. Durante o período que eu estava no elevador, comecei a pensar numa boa maneira de enganar Henrique.

Ao estar em frente a sala de Henrique, dei leves batidas na porta, e logo em seguida o escutei gritar de dentro da sala:
--- Pode entrar! --- Eu entrei na sala, e o vi sentado na cadeira assinando alguns papéis.

--- Bom dia! --- disse, ao adentrar a sala.

--- Bom dia, posso ajudá-la em algo? --- perguntou ele, enquanto organizava os papéis que assinava.

--- Eu fiquei sabendo do novo projeto que o senhor está desenvolvendo, e trouxe alguns exemplos de apartamentos que estão em alta no mercado imobiliário --- disse, enquanto ele focava sua atenção em mim. --- O Senhor gostaria de ver?

--- Sim, claro --- disse ele.

--- Posso usar seu computador? --- perguntei, ao me aproximar de sua mesa.

--- Claro. --- Eu me aproximei do seu computador, e encaixei o pen drive na entrada usb --- quer beber algo?

--- Sim, pode ser um café.

Enquanto ele estava colocando um pouco de café na xícara, aproveitei e fiz todos os passos que Gabriel recomendou que eu fizesse. Enviei todas as informações para o meu computador particular, pois enviar para o meu computador de trabalho seria muito arriscado. Henrique andou em direção a sua mesa com duas xícaras na mão, e eu logo abri as imagens que tinha salvado.

--- Essas são as fotos da quais você falou? --- perguntou ele, enquanto me entregava a xícara com o café.

--- Sim, são essas --- disse, ao me afastar um pouco, para que ele analisasse as imagens.

--- São perfeitos! --- exclamou Henrique --- irei usá-las como exemplo, muito obrigado.

--- Não há de quê --- falei, logo antes de retirar o pen drive do computador --- vou enviar as imagens para o seu e-mail --- disse, indo em direção a porta.
--- Está bem, e obrigado mais um vez. --- Eu saí de sua sala, e andei de volta à minha mesa.

Eu não conseguia trabalhar direito, pois uma ansiedade incontrolável tomava conta do meu corpo. Tudo que eu queria naquele momento era ir embora e fazer o que eu tinha esperado anos para poder fazer. No entanto, aquilo era apenas o início de tudo que eu ainda iria e queria fazer, pois aquilo não era o bastante, não para mim.