XXVIII - Vingança é meu novo Preto - Parte 2

73 5 0
                                    

●❯──────── ✦ ────────❮●

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


●❯──────── ✦ ────────❮●


VITÓRIA NARRANDO:

Eu tinha acabado de chegar do trabalho. Aquele dia em particular havia sido cansativo. Eu tive que resolver todos os detalhes da festa de aniversário de fundação da empresa, e ainda ler e assinar vários documentos. Eu não havia tido tempo para ligar ou me encontrar com Kátia, e eu ainda não tinha me lembrado onde eu tinha colocado o envelope com as fotos de Carlos e Sofia.   
    Revirei a minha bolsa sobre a cama  derramando todas as coisas que estavam dentro da mesma. Se eu quisesse que Kátia publicasse a matéria, eu presisava  encontrar o envelope. Andei em direção a escrivaninha, e abri uma das gavetas. Procurei o envelope entre os papéis que estavam dentro da gaveta, mas não o encontrei.

Entre aqueles papéis havia um quadro com uma fotografia. Eu fiquei imóvel enquanto encarava a foto de quando meu pai me insinuou a pescar no Lago da minha antiga cidade. Aquele dia foi inesquecível. O sol estava surgindo no horizonte, e nós estávamos sentados à beira do Lago, com os nossos anzóis nas mãos. O silêncio em que eu e meu pai estávamos, era reconfortante e agradável; a maneira gentil e paterna como ele me ensinava a colocar a isca;  a suas mãos grandes envolvendo as minhas enquanto lançavamos o anzol no Lago. A sensação de que ele sempre estaria ali para mim, que ele sempre me protegeria. E a melhor parte daquela lembrança: a minha alegria quando a linha do anzol correu pelo lago com um pouco de força, meu pai me olhou orgulhoso e alegre, enquanto me ajudava a puxar a linha.  Me lembro que entre gargalhadas ele dizia: "Parabéns Vitória, parabéns. Você acaba de pescar o seu primeiro peixe."

Coloquei o porta retrato na escrivanhia, ao lado de outros porta retratos. Naquele momento eu percebi que não adiantava eu continuar procurando o envelope, eu não o encontraria. Rodrigo havia o pegado de volta. Ele foi subornado por Carlos, e obviamente ele ordenou que Rodrigo o roubasse de mim. Aquele era a única prova do caso que ele tinha com Sofia, e ela era jurídica o suficiente para que ele não a deixasse em minhas mãos. Eu poderia não ter mais as fotos, mas eu ainda tinha o favor que Kátia me devia. E eu faria com que Rodrigo se arrependesse de ter me traído. Ele pagaria por ter me feito pagar papel de idiota, e por ter estragado meu plano. Peguei meu celular entre as coisas que estavam jogadas em cima da cama, e liguei para Kátia.
--- Alô, Kátia?
--- Vitória! Como você está?
--- Eu estou bem, e você?
--- Bem. Então, a que devo a honra da sua ligação?
--- Eu não poderei te encontrar, mas eu ainda quero aquele favor. Você pode me ajudar?
--- Sim, claro que eu posso. Qual o favor?
--- Você conhece o detetive Rodrigo? --- perguntei, andando em direção a janela.
--- Sim. Já ouvi alguns rumores de que ele é corrupto, mas nunca encontraram nenhuma prova.
--- Eu preciso que você faça uma matéria sobre isso. Quero que você esponha a corrupção dele. Você pode escrever a matéria e publicá-la como anônimo. Mas eu quero que ninguém contrate os seus servicos depois dessa matéria.
--- Pode deixar comigo. Considere tudo isso feito. --- Sorri, sentindo uma sensação de realização se desenvolver em meu interior.
--- Muito obrigada. Conversamos depois.
--- Ok. Boa noite.

Desliguei a chamada, e percebi que havia um correio de voz em minha caixa postal, apertei a tecla ouvir, e levei o celular novamente até o ouvido.
" Oi Vânya, ou devo dizer, Vitória? É  a Alasca. Acabei de ficar sabendo sobre a compra da empresa, e sobre seu verdadeiro nome. Bem, eu não te liguei antes porque eu estava muito ocupada com as vendas e o novo cargo que eu estou assumindo agora. Eu estou com saudades. Me ligue assim que ouvir essa mensagem, ou eu te ligarei amanhã. É você  quem decide. Beijos."

Sorri ao ouvir a voz meiga e doce de Alasca. E ao mesmo tempo me preocupei por saber que ela já sabia sobre meu verdadeiro nome. Eu não sabia como ela reagiu, ou como ela agiria quando eu ligasse para ela. Mas de qualquer forma, eu tinha que ligar, eu devia explicação à ela. Ela merecia a verdade, e por isso disquei o seu número de telefone em meu celular e liguei para ela.
--- Alasca?
--- Vânya! Ou melhor dizendo, Vitória. --- Sobre isso, eu sinto muito por você ter ficado sabendo por outras pessoas e não por mim.
--- Eu já sabia. Mesmo antes de você ir para Healdsburg, eu já sabia.
--- Como? --- perguntei, surpresa.
--- Você lembra daquela vez que eu fiquei bêbada e durmi em sua casa?
--- Sim.
--- Eu acordei com uma ressaca enorme...
--- Eu me lembro --- acrescentei.
--- Eu fui procurar alguns analgésicos, e acabei encontrando sua verdadeira identidade. Eu não comentei com você porque achei que você não  queria falar sobre isso.
--- Sua danadinha. --- A escutei rir do outro lado da linha. --- E você é o Elliot, como estão.
--- Nos apaixonando mais a cada dia. E você e o seu corretor sexy, como vão?
--- Nós estamos nos dando tão bem. Eu estou tão apaixonada.
--- Meu deus! Isso significa que vocês se entenderam? Me conte tudo agora!
--- Outra hora, isso exige bastante tempo. Agora, me fale sobre seu novo emprego.
--- Eu sou a nova acessora de vendas. Eu estou tão animada.

Conhecendo bem Alasca, como eu conhecia, naquele momento ela devia estar pulando de alegria.

--- Isso é incrível. Eu estou muito orgulhosa de você. Eu ia te oferecer uma vaga de emprego na minha corretoria, mas vendo como você empolgada acho difícil você aceitar --- disse.
--- Eu não posso aceitar. Não agora. Eu estou muito feliz com meu novo cargo, e eu não quero me mudar agora. As coisas estão dando certo para mim, e pela primeira vez eu sinto que aqui é o meu lugar. Eu espero que você me entenda.
--- Não. Não. Eu te entendo. Eu compreendo você. Desejo que tudo continuei dando certo.
--- Eu também. Eu preciso desligar agora, amanhã nos falamos?
--- Claro. Tchau.
--- Tchau.

Coloquei o celular sobre o criado mudo, e retirei os objetos que estavam sobre a cama, os jogando desconcertadamente dentro da minha bolsa. A seguir, deixei que me corpo caísse sobre a cama, e o relaxei.

Vingança SangrentaOnde histórias criam vida. Descubra agora