Capítulo 32

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Eloizy

Hoje literalmente seria o dia em que eu iria para casa do Bryan assistir barraca do beijo 2. A palavra “Ansiedade” definia muito bem o que eu estava sentindo nesse momento.

E o mais interessante é que, só havia se passado apenas dois dias desde o convite de Bryan. Mas a ideia de ficar num ambiente sozinha com o meu namorado fazia o meu estômago se aquietar de uma forma estranha por dizer.

Podem até achar clichê, mas os livros me ensinaram que a escolha de se entregar de corpo e alma para uma pessoa teria que envolver o tão almejado amor verdadeiro.

Durante a faixa etária dos meus catorze pros dezessete anos, nem beijar tinha beijado. Brega? Talvez sim!!!

Entretanto os típicos caras do futebol americano nunca me atraiu. Até chegar um garoto com um estilo meio me afaste, mais nem tanto. Para abalar o meu coração de gelo segundo vovó e meus amigos.

E pensar que um dia ver um garoto de uma forma diferente era bem nojento em minha visão.

Na adolescência nossas opiniões sobre os garotos vão mudando. De piolhentos passam pra gatinhos e de gatinhos passam para o amor de nossas vidas, e ai vai.

Sem contar que nossas atitudes também mudam!! O busto antes liso é ultrajado com sutiãs com bojo. Os moletons largos e grande são deixados de lado, e vestimos algo mais atraente e decotado.

Por mim usaria só moletom. Contudo, minha querida e maravilhosa melhor amiga não me deixava na minha zona de conforto. Anne os achava totalmente brega e sem vida.

Todavia, Nova York havia amanhecido no seu habitual frio. E minha escolha não podia ser menos que um bom confortável moletom da Minnie.

Desço para o andar de baixo e encontro minha vozinha sentada em sua confortável poltrona cor de laranja  folheando um jornal.  Posso afirmar de olhos fechados que a mesma estar a procura da seção dos setes erros.

Vovó adora passar o tempo com esse pequeno entretenimento...

Me sento no sofá em sua frente e a mesma repousa o jornal sobre seu colo e me fita.

— Boa tarde minha querida! — dona Joanne me analisou de cima a baixo e fez uma careta. — Aonde vai toda de rosa.

Hipoteticamente, vovó fazia parte do grupo de mulheres que não achava o rosa adequado ao nosso padrão.

Segundo ela, o rosa nos deixava com uma aparência frágil. E de certa maneira isso a irritava, pois no seu parecer as mulheres não deviam ser vistas como algo frágil, mas sim forte.

— Bryan me chamou para assistir um filme na casa dele, e queria saber se não tinha problema de eu ir. — inclinei o corpo para a frente, olhando-a com uma expressão de um gatinho pidão.

— Pediu sua mãe?

— Sim, ela disse para falar com a senhora.

— E como sempre já estava preparada para a resposta né?! — me encara franzido o cenho.

Entenderam sua afirmação? Se não, deixe-me explicar. Sempre que eu queria pedir minha vó dinheiro ou os meus pais. Primeiro conferia em suas carteiras se eles tinham. Depois de confirmar eu pedia, ai eles não teriam como mentir para mim.

Mamãe era a mais que fazia isso, eu pedia dinheiro e ela falava que não tinha.

Sendo que tinha...

Outra, se eu queria sair. Fazia todo os deveres em falta em casa, e logo após me prontificava a toma um banho e me apresentava diante deles bem limpinha para não ter desculpa.

Todavia eu conseguia o que queria.
Errada? Não. Eu diria esperta!!

— Sabe como é ne vovó, temos que pensar em tudo. — dou um sorrisinho sem graça.  

— Essa é minha neta — ergue os braços me surpreendendo. — Na sua idade eu era igualzinha.

Ela sorri com um semblante nostálgico.

— Se seu pai estivesse vivo ele diria ao Contrário, por mais que eu devo admitir que ele era um homem muito inteligente também. Um grande homem pra ser sincera!!

Encara o relógio no alto da parede atrás de mim, seus olhos já se encontravam marejados. Falar de papai ainda era muito difícil para todos nós.

— Lembra daquela vez que o meu projeto de ciências deu errado? Papai passou a noite todinha comigo pesquisando um jeito certo para concertar o meu trabalho. — sorri emocionada —  No final das contas ele nunca me deixava fazer sozinha.

— Bons tempos minha neta — volta seu olhar para mim. — seu pai ficaria todo enciumado vendo a menininha dele namorando. – diz me arrancando uma risada.

— Oh, sim.

— Pelo menos esse é real menina! — abre seu jornal novamente e dessa vez sou eu que faço careta.

Desde que eu adquirá o gosto pela leitura, minha vida sentimental nunca foi a mesma. Em cada livro lido era um namorado diferente! E, eu amava criar um namoro perfeito em minha cabeça.

O Brayn com toda certeza é meu Bady Boy tirado dos livros. 

— A senhora ainda lembra disso? — sento-me mais na ponta do sofá para encara-la melhor.

— Claro! Uma tarde até fiz café para um deles. Como era o nome mesmo...Bertie.... Por Deus Eloizy! De onde você tirou esse nome? – indagou abismada com a lembrança.

Ela me ajudava muito nas minhas ilusões. Vovó diz que a imaginação é o crescimento de nossas idealizações.

— Vovó! Bertie foi minha melhor criação. Ele era tão gentil, educado, bonito.

Viajo por alguns instantes ao lembrar do meu Crush literário.

— Tem certeza que era um homem? Por que não sei não em. Seu avô mesmo no máximo foi respeitador e carinhoso. Mas todas essas qualidades é bem difícil existir em um homem só.

— Cheguei garotas! — mamãe abriu a porta entrando na sala. Na suas mãos havia várias sacolas de muitas marcas variadas. — Dei uma passada no Shopping após a reunião e comprei umas coisinhas pra nos.

Vocês devem esta pensando, reunião num domingo? Estranho certo.

Achei a mesma coisa! Mamãe deve tá gostando desse homem e não quer falar.

Com medo talvez da minha reação, porém o que eu mais quero é que ela seja feliz de novo.

— Espero que não seja langeri, sabe que estou veia pra isso. — vovó murmurou sem tirar os olhos das sacolas.

— Como a senhora sabia? — dona Anastácia se sentou ao meu lado, colocando as sacolas entre nós. — comprei uma branquinha pra sua vez querida. Não que você vai usar agora, só depois do casamento claro. Mais é bom ficar preparada, certo? — se virou pra mim apontando pra uma sacola toda delicada cor de nude.

Automaticamente o meu rosto enrubesceu com o mencionar do ato em si.

— Pelos céus Anastácia! Hoje se guardar pro casamento é muito antigo. Por mais que eu acho a ideia muito linda. Mas se você ama o Bryan e se sinta confortável com ele, não vejo problema de acontecer. Contudo que seja com segurança.

Vovó bradou deixando de vez seu jornal na estante ao lado.

— Vou preparar um café, esse friozinho pede um bom café com biscoitos.

Se levantou e meu deu um beijo na cabeça, para depois seguir trajeto para cozinha.

— Eu também quero — minha mãe gritou para a mesma ouvir.





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