"Que preguiça", digo cruzando minhas pernas com a de Caio enquanto vemos uma comédia pastelão na TV.
"É porque é domigo?", ele puxa o cobertor para cobrir nós dois.
"Que? O que tem haver?", pergunto.
"Ué, domingo. Domingo é dia de preguiça"
"Isso não existe", respondo.
"Claro que existe! Domingo é o dia que ninguém faz nada além de ficar na cama o dia inteiro"
"Você que é preguiçoso, nunca ouvi falar disso"
Ele revira os olhos.
"Não revira os olhos pra mim, senhorzinho", aperto sua bochecha.
"Tá bom, Sr. Grey", ele responde sorrindo.
"O que disse?", pergunto.
"Nada, não", ele volta a olhar pra tela.
Me sento na cama olhando pra ele.
"Não, agora você vai falar", insisto.
Ele aperta minhas bochechas, fazendo eu ficar com boca de peixinho. Começo a rir.
"Você já parou pra pensar que só faltam, tipo, 2 meses pras estaduais?", apoio meus joelhos ao lado de suas coxas, "E 5 pras nacionais!", falo com um tom de empolgação.
"Pois é, já tá perto", ele diz subindo e descendo sua mão pela minha coxa e eu confirmo.
"Imagina se nós dois passarmos pras nacionais? Que loucura!", apoio meu queixo em seu peito.
"É mais provável que você consiga ir pras nacionais do que eu", ele diz colocando uma mecha do meu cabelo para trás da orelha.
"Ué, por que? Você é tão bom no basquete quanto eu sou boa na corrida", falo brincando com seu cabelo.
Ele dá de ombros.
"Você é mais dedicada que eu, eu não faço tanta questão de ganhar"
"Mas você não quer pegar alguma bolsa pelo basqueste, não?"
"Eu nem sei de verdade o que quero fazer depois do Ensino Médio", ele encara o teto, perdido em seus próprios pensamentos.
"O que? Mas você já acaba esse ano! Você não tem nenhum plano?", digo surpresa.
"Não, Catarina. Não tenho nenhum plano", ele me tira de seu colo, me colocando ao seu lado em um gesto um pouco agressivo.
"Ih alá, que foi agora?", pergunto já sabendo que ele vai surtar em poucos segundos.
"Você!", ele se arrasta pra beirada da cama e apoia seus cotovelos nos joelhos, olhando para baixo.
"O que eu fiz demais, Caio?", pergunto confusa e com uma pontada de raiva crescendo em mim.
Garoto surtado, eu hein.
"Você pode ter sua vida planejadinha mas a minha não é, tá? Você acha que eu já não pensei nisso? Claro que já! E quanto mais eu penso, mais eu fico estressado, mas eu não sei o que fazer e você me pressionando não vai mudar absolutamente nada!", ele esbraveja.
"Minha intenção não foi te irritar", me aproximo colocando minha mão em seu ombro.
"Tá", responde seco e fica emburrado.
"Sério que você vai ficar puto por causa disso?"
"Sim", ele responde que nem um garotinho fazendo birra.
Cruzo meus braços também e me recosto na cabeceira. Ficamos em silêncio, apenas com o barulho da TV.
"Se for pra ser assim, prefiro ir pra casa", murmuro.
"Pode ir, então"
"Sério isso?", encaro ele surpresa.
Eu só estava fazendo drama e ele levou a sério.
"Tá bom, então", me levanto, pego minha bolsa e saio do seu quarto.
"Já vai, lindinha?", esbarro com a tia de Caio que já não me lembro o nome quando estou saindo.
"Ãhn... Vou, minha... mãe... precisa da minha ajuda pra... um negócio", invento.
Eu sou uma péssima mentirosa.
"Tá certo, venha aqui mais vezes, certo?", ela me abraça.
Fico sem reação a princípio mas depois passo meus braços por suas costas e retribuo o abraço.
"Venho sim", dou um sorrisinho e saio.
Solto um suspiro que nem sabia que estava segurando.
Peço um Uber e vou pra minha casa, esperando que Alice estivesse lá, mas encontro apenas uma moça recolhendo alguns copos do quintal.
"Licença...", me aproximo, "Quem é você?", pergunto.
"Ah, eu sou a Roberta", ela estende a mão pra mim, "A Alice me contratou pra limpar a casa", ela diz com um sorriso.
Ah, CLARO que a Alice não ia limpar com as próprias mãos, né.
"Ela está aí?"
"Não, ela saiu faz umas 2 horas", ela fala e volta a recolher o lixo.
Aonde ela pode está? Na casa dela, com certeza não, ela não pisa o pé naquela casa há uns 3 meses. Na casa do avô? Pode ser.
Quando me viro para ir para casa de seu avô, o carro de Alice estaciona na frente da minha casa.
"Tava aonde, bonita?", brinco.
"Ãhn... Procurando alguma coisa de interessante pra fazer", ela tranca o carro e vem até a mim.
"Você sabe que eu só aceitei fazer a festa porquê queria ver você limpando no dia seguinte, né?"
"Não tem nada disso no contrato, não, moça", ela diz rindo.
"Você trapaceou e sabe disso", cutuco sua barriga e começamos a rir.
"Mas e aí, já voltou? Achei que ia dormir na casa do Caio, ou sei lá", ela cruza nossos braços e entramos na casa.
"Tava tudo bem até ele fazer uma birra do nada. Enfim, preferi vir logo pra casa do que aguentar ele. Se fosse pra aturar birra eu teria ficado com você", digo e ela coloca a mão no peito como se estivesse ofendida.
"Eu fazendo birra? Como você pode pensar isso de mim? Não fale comigo", ela levanta a mão e dá meia volta, num efeito dramático mas não demora muito pra nós duas cairmos na risada.
"Não entendo os garotos", me jogo no sofá.
"Idem, irmã", ela cai do meu lado.
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vai acontecer tanta coisa
nos próximos capítulos
que pqp, SE PREPAREM(e votem pra incentivar a
mana aqui, bjs)
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Someone To You
Teen FictionCatarina é uma adolescente de 17 anos que odeia adolescentes de 17 anos, e no 2° ano do ensino médio a única coisa que ela realmente quer é se formar e acabar com esse inferno. 01 de maio de 2020 - 16 de novembro de 2020. Revisada em 15 de maio de 2...