Capítulo 43

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Depois de sair de perto de Caio vou para sala que Alice está e praticamente imploro pro professor deixar ela sair pra me ajudar.

"Toma", Alice me entrega sua garrifinha de água depois de eu me acalmar, "Então... Você vai me contar o que aconteceu?"

"O que você disse que poderia acontecer. Ele mentiu, e depois falou mal do meu irmão"

"Nossa, eu vou lá bater nele", ela se levanta mas eu seguro seu braço e ela senta novamente.

"Eu... Já fiz isso"

"Você bateu nele?", ela parece espantada.

"Dei um murro nele, e meu anel fez um corte. Tava sangrando", digo baixinho.

Ela abre a boca, surpresa e ao mesmo tempo rindo, "Isso aí, garota", ela levanta a mão pra eu fazer um Hi-Five mas eu só olho e a ignoro, "Tu não está no clima, ok"

Eu olho pro chão.

"Eu amo ele", volto a chorar e Alice me abraça de lado, colocando minha cabeça em seu ombro.

"Eu sei...", ela diz fazendo carinho em meu cabelo.

"Cat...", ouço a voz de Caio e por instinto levanto a cabeça.

Alice se levanta e fica pertinho dele.

"Eu te dou 3 segundos pra sair daqui antes que eu mesma te bata", ela ameaça mas eu sei que Alice não tem coragem e nem tamanho pra bater no Caio.

Ele respira fundo e olha pra mim, "Eu te amo", ele sussurra.

"Sai daqui!", Alice grita apontando pra saída.

Ele fica trocando o olhar da Alice pra mim e então sai.

"Vai ficar tudo bem", ela diz se sentando de novo do meu lado e eu assisto Caio sair.

•••

Já fazem 3 dias que terminei com Caio. Ele não tentou entrar em contato depois que eu gritei com ele pelo telefone falando que não queria mais saber dele.

Eu queria que ele ainda tivesse tentando falar comigo. Eu desligaria na cara dele, óbvio, mas eu queria saber que ele sentia minha falta do mesmo jeito que eu sentia a dele.

Quando eu contei pra minha mãe que não estávamos juntos ela falou que sentia muito mas eu vi que ela deu um sorrisinho quando eu dei as costas. Mas só o fato de ela ter tentado fingir que sentia me deixou feliz.

"O que você acha da gente acampar nesse final de semana?", minha mãe interrompe meus pensamentos.

"Você odeia mato", digo apoiando meu cotovelo na bancada.

"É, mas você tá tristinha e achei que isso fosse te animar", ela diz colocando suco no meu copo.

"Hm", dou de ombros, "De qualquer jeito, esse final de semana eu estou com meu pai", digo.

"Você vai falar a escola hoje de novo?", minha mãe pergunta.

"Sim", dou um gole no suco.

Ela se debruça no balcão.

"Filha, eu sei que você não quer esbarrar com ele mas você não pode se prejudicar por causa dele!", ela diz tentando não ser rígida mas eu sei que ela está com vontade de simplesmente me enfiar dentro do carro da Alice.

"Tá, eu vou, só não fala mais dele", falo sentindo meu estômago revirar e meus olhos marejarem.

"Então vai trocar de roupa porquê a Alice já deve estar chegando", ela pega meu copo já vazio e coloca em cima da pia.

"Você já chamou ela? Como você sabia que ia me convencer?", pergunto com um sorrisinho.

Ela dá de ombros com um sorriso convencido.

"Vai de pijama?", Alice pergunta e eu dou o dedo pra ela, "Você tá melhor hoje, né?", ela diz com os olhos iluminados.

Eu estou me sentindo bem melhor hoje do que me senti nos últimos dias.

"Então, as estaduais são semana que vem, hein?", ela fala e eu me assusto.

"Meu Deus, eu nem lembrava!", falo.

E é justamente por isso que eu não queria distrações. Não vou faltar mais nem um dia por causa dele.

"Pois é, será que vai ser que nem no ano passado?", ela pergunta.

"Você quer saber se você vai poder entrar escondida no ônibus pra ir na viagem comigo que nem ano passado? Não, por sua causa agora vão fazer uma lista dos alunos que vão no ônibus da escola", digo rindo.

"Que saco. Será que eu vou poder dormir escondida no seu quarto de hotel também?"

"Não, Alice. Você vai ter que ir no dia seguinte que nem todas as pessoas que vão estar na plateia"

"Injustiça", ela estaciona o carro emburrada.

•••

As aulas passam rápidas e não encontro com Caio durante o dia inteiro.

Prefiro trocar de roupa no banheiro pra evitar encontrar com ele no vestiário.

"Você é burra ao ponto de faltar os treinos faltando uma semana para as estaduais?", Débora pergunta quando estou me alongando.

"Não estou no humor hoje, Débora", a ignoro e ela dá de ombros.

"Só falando"

A treinadora se aproxima, "Então meninas, estaduais estão chegando e apenas as garotas que vão competir precisam treinar, as outras estão liberadas", ela fala e 6 garotas levantam e saem da quadra, "E quem vai participar PRECISA ficar nos treinos, né Sra. Catarina?", ela diz olhando pra mim.

Dou um sorriso sem graça, "Não vou faltar mais, professora"

"Acho bom. Prontas?", ela diz e eu me levanto me posicionando para começar o treino.

A professora aciona o apito e na mesma hora vejo Caio com seu uniforme do time de basquete.

Fico paralizada por meio instante e quando vejo que ele está vindo na minha direção, corro como se não houvesse amanhã.

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