Capítulo 65

10.6K 940 275
                                    

#STREAMPOSITIONS

Alice pediu pra eu colocar meu pijama e esperar ela lá embaixo.

"Alice!? Tá viva?", grito pra ela do andar debaixo já que ela fica andando de um lado pro outro que nem uma louca.

A campainha toca e eu me levanto para atender a porta mas quando abro a porta não tem nada a não ser um bichinho de pelúcia no chão com uma carta.

'Para Cat', está escrito. Quando pego o ursinho, reconheço o cheiro dele. É o mesmo cheiro de Caio. Ele é muito cara de pau de vir na minha casa no dia do meu aniversário, e apesar do meu coração se apertar quando sinto seu cheiro, jogo a carta junto com o ursinho no lixo.

"Você vai me contar o que está fazendo?", reclamo porque a venda está me pinicando.

"Se eu falar, não vai ser mais surpresa", Alice fala como se fosse óbvio.

Estou sentada no meu sofá há meia hora porque ela me proibiu de sair daqui até que ela permita.

Ela vai de um lado pro outro que nem uma doida.

" Eu sei que você tá montando alguma coisa no quintal, não é muito fácil de descobrir...".

"Você estraga tudo, sabia? Só... relaxa!".

"O que você quer dizer com isso?"

"A gente vai dormir debaixo das estrelas, digamos assim", ela tenta fazer suspense.

"Pra depois a gente ficar com gripe? Não, obrigada"

Alice bufa, "Meu Deus, para de arruinar o momento com seu pessimismo e agradecer pelo meu incrível presente de aniversário?".

"Humilde", bato palmas pra ela.

Um motoboy bate na porta e ela atende pegando uma sacola enorme e levando lá para fora.

"Então... Você chegou a ler a carta antes de jogar no lixo?", ela tenta tocar no assunto delicadamente.

"Não, eu... Sei lá, não tô preparada pra ouvir nada do que ele tem pra falar...", digo baixinho.

"Você tem que fazer o que é melhor pra você, tipo, se prioriza. Dá última vez que eu tentei apressar seu tempo, não deu certo"

"É, sei lá", dou de ombros.

"Ok. Acho que vai dar certo. Pode vir aqui?", Alice me chama do quintal de fundo, "Ouviu?".

Me levanto do sofá já impaciente com a sua demora.

Quando abro a porta dos fundos, percebo que o céu já está escuro. Alice fez uma estrutura com um lençol branco e o varal de roupa, fazendo uma tela parecida com a de um Cine Drive-in.

Tem um colchão e um monte de cobertores na grama e um projetor em cima de um banquinho apontando para a tela branca.

"Tcharam!", ela diz desajeitadamente com os braços abertos, "Eu pedi comida pelo aplicativo e a gente pode assistir o que quiser! Brooklyn Nine-Nine, Grey's Anatomy, sei lá, você escolhe! Eu sei que é simples mas vai ser mais divertido do que assistir na sala, como sempre, né?".

Eu a abraço com força e ela me aperta. Eu realmente estava precisando disso.

"Obrigada, de verdade. Isso é demais!"

Nos sentamos no colchão, escolhendo o que vamos assistir.

"Alice, a gente vai pegar uma pneumonia, eu tô avisando", brinco.

"Eu trouxe um guarda-sol pra colocar na nossa cabeça, se ajudar", ela diz dando ombros.

Eu ainda acho que seja uma péssima ideia dormir a céu aberto, mas esse é literalmente o melhor jeito para eu passar meu aniversário. Esse dia está sendo bem longo, na verdade. Minha mãe me deu o Peralta de manhã e fui comprar as coisas dele com o Samuel. Samuel planejou toda aquela armadilha pra eu voltar com a Alice e praticamente 50 minutos depois estamos aqui, no meio do meu quintal.

"Da onde você tirou esse tanto de doce?", pergunto quando vejo ela comendo uma barra de chocolate.

"Eu comprei tudo pelo aplicativo, revolucionário, não?"

Sempre que compramos comida por aplicativo nos sentimos ricas por algum motivo.

"O que você fez a semana inteira?", Alice pergunta.

"Ué, a diretoria liberou quem foi pro campeonato de ir pra escola nessa semana, por isso eu faltei", me justifico.

"Cat", ela me encara, "Você sabe o que eu quis dizer. Como você tá lidando tudo isso?", ela diz séria.

Engulo seco.

"Eu tô indo bem, eu acho. Tipo, eu não tenho dormido muito bem mas eu tô até que tranquila. Mais do que eu esperava que estaria", digo sincera.

"Me desculpa por não ter estado com você nessa semana. Também tava um pouco complicado pra mim também", ela diz baixinho.

"Seus pais?", pergunto.

"É, minha mãe botou ele pra fora mas é só questão de tempo até ele voltar", ela diz olhando pra suas unhas.

"A gente vai ficar bem, né?", seguro sua mão.

Ela respira fundo, "Vamos", sorri sem mostrar os dentes.

Não falamos nada por muito tempo, apenas ficamos assistindo.

"Olha o que eu trouxe", Alice diz levantando uma garrafa de vodka pela metade.

"Jura?", levanto as sobrancelhas.

"Claro, vai! Só uma dose como símbolo da maioridade", ela divide a bebida em dois copinho descartáveis.

Reviro os olhos pegando o copo de sua mão. Levantamos os copos como se brindássemos.

"Um, dois, três e...", viramos a bebida jogando a cabeça pra trás.

Faço uma careta sentindo a bebida arder por todo percurso em minha garganta e quando olho para Alice, ela está tranquila.

"Você é alcoólatra mesmo, hein", digo ainda fazendo uma careta, "Você não incluiu nenhuma caixa de Toddynho aí dentro, não?", pergunto apontando para a caixa térmica com o queixo.

Ela revira os olhos, "Eu sabia que você ia falar isso", diz me entregando a caixinha.

"Owwwn!", coloco a mão no peito como se estivesse lisonjeada, "Você lembrou que eu não sou alcoólatra que nem você!".

postando hoje pq esqueci
de postar ontem como
boa escritora dedicada
que eu sou😍😍😍😍

gnt, eu juro tá chegando
no final da história e eu tô
ficando triste e sensível

gente para de tacar hate na
alice pfv n gosto quando vcs
falam mal dos meus bixinho

Someone To YouOnde histórias criam vida. Descubra agora