Capítulo 52

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maratona #1/2

Sexta-Feira.

Estou inquieta com a perna balançando a espera de Caio.

Eu sei que deveria ter ligado para avisar que estou no banco embaixo de seu prédio mas eu estava ansiosa demais para fazer alguma coisa. Para piorar a minha situação, começa a chover para caralho.

Depois que minha mãe me falou aquilo fiquei pensativa, fiquei pensando o dia seguinte inteiro sobre isso e decidi falar com Caio hoje. Eu amo ele, disso não tenho dúvidas. Alice errou e eu a perdoei, Samuel errou e eu o perdoei, então porque não dar uma chance para Caio? Pelo menos uma chance dele provar que não esconderia mais coisas que pudessem prejudicar a gente.

O cuzão do porteiro do prédio do Caio não me deixou entrar, mesmo já tendo me visto aqui milhares de vezes. Porra, Claúdio, não colabora, né. Tive que ficar sentada em um banco do lado de fora da entrada de seu prédio. Tem uma pequena tenda mas a chuva ainda me atinge, já que está forte e ventando muito.

Caio saiu do treino de basquete há meia hora, na teoria já era pra ele estar aqui. Me levanto considerando ir embora e falar com ele outro dia, apesar de estar ansiosa para conversar com ele. 'Vou esperar mais 5 minutos', penso me sentando novamente, mesmo com alguns respingos ainda me atingindo. Se passam mais de 10 minutos e eu desisto.

Quando dou um passo para ir embora ouço uma voz me chamar.

"Catarina?", meus olhos encontram o seu. Minhas pernas estão congeladas, "Você está bem?", Caio se aproxima com os olhos cheios de preocupação.

Ele para de andar ainda debaixo da chuva, segurando uma bolsa de esporte e com os cabelos encharcados e escorridos, com alguns fios caindo na testa.

Minhas pernas voltam a funcionar de repente e corro até ele na chuva. Seguro seu rosto com as duas mãos e junto nossos lábios na ponta dos pés. Ele fica claramente surpreso mas ouço sua bolsa cair no chão ao meu lado logo em seguida e ele também coloca suas mãos em meu rosto.

É como se eu pudesse respirar pela primeira vez, como se eu me sentisse viva pela primeira vez. Só eu e ele ali, como se o mundo em nossa volta tivesse parado e só existisse a gente, ali e agora.

Sinto meus cabelos molhados pesarem em meus ombros e minhas lágrimas se misturarem com gotas da chuva. Lágrimas de alívio.

Quando nossas línguas se cruzam, Caio dá um gemido de alívio e eu entendo, é como se toneladas fossem tiradas do coração e sentisse leve como nunca.

Minhas mãos abraçam em volta de seu pescoço e Caio coloca suas mãos em minha cintura, me puxando para mais perto, como se quisesse que nos tornássemos um. Nossos corpos colados, nossas línguas em perfeita sincronia e a chuva dissolvendo toda a tensão entre nós.

Quando finalmente ficamos sem ar e separamos nossas bocas, escondo meu rosto em seu peito e abraço sua cintura. Caio me abraça com força e apoia seu queixo em minha cabeça.

Não sei dizer exatamente quanto tempo ficamos parados ali, em silêncio apenas curtindo a companhia um do outro, mas quando Caio diz a primeira palavra a chuva já cessou. Como se o que tivéssemos fosse tão forte que até os céus comemoraram quando nos juntamos novamente.

"Vamos entrar?", ele diz com a voz rouca.

Recuo um pouco a cabeça e tiro uma mecha que cai em seu rosto e aprecio sua beleza. Faço que sim com a cabeça, ele se abaixa para pegar a bolsa no chão e andamos até a portaria com sua mão ainda em minha cintura.

Não quero ser a primeira a falar mas quando entramos no elevador ficamos em um silêncio estranho.

"Então, né...", começo e olho pra ele.

"Pois é", ele concorda balançando a cabeça mordendo o lábio inferior.

Céus, como alguém pode ser tão bonito?

"Então, nós simplesmente... estamos juntos de novo?", Caio diz.

As portas se abrem e saímos, ele procura a chave na bolsa.

"Tipo isso, eu acho...", digo esperando ele abrir a porta. Ele olha por cima de seu ombro com um sorrisinho, "Mas ainda precisamos conversar", o aviso apontando um dedo acusatório.

"Eu sei", ele abre a porta e me puxa para seu quarto.

Quando me viro confusa do porquê da pressa, ele vira a chave com um sorrisinho malicioso.

"Só não agora", ele caminha até mim e me beija com todo desejo evidente.

Vamos caminhando para trás até minha perna bater na cama, ele me empurra lentamente para deitar na cama sem tirar seus lábios dos meus.

e o nosso casal
está de voltaaa

fiz bem cena de
filme dos dois se
beijando na chuva
fodase

Someone To YouOnde histórias criam vida. Descubra agora