Caio ficou fazendo cafuné até eu dormir e quando acordo ele já não estão mais lá.
Me sento na cama esfregando os olhos e olhando em volta a procura de Caio.Quando eu saí correndo da casa do meu pai eu bem poderia ter pensado em pegar minha mala, mas não. Caio não se importou em me emprestar uma camisa dele e eu também não reclamei, né. Por que perfume masculino é tão bom???
Graças a Deus a tia dele não viu problema de eu dormir aqui e nem em dormir no mesmo quarto que Caio.
Caio entra no quarto e fecha a porta.
"Já acordou?", ele fala se sentando na minha frente e coloca uma mecha do meu cabelo para trás da orelha.
"São que horas?", pergunto e ele olha em seu relógio.
"8:30"
Eu despenco pra trás e coloco o travesseiro na minha cara.
"Não acredito que acordei tão cedo em pleno domingo", resmungo contra o travesseiro.
Sinto o peso do Caio em mim e ele puxa o travesseiro da minha cara.
"Não era você que dizia que 'Não existe preguiça de domingo'?", ele faz aquela cara sonsa e eu reviro os olhos.
"Então...", ele cai do meu lado e se apoia no cotovelo pra me olhar e eu faço o mesmo, "Você vai me contar o que aconteceu ontem?", seus olhos demonstram preocupação.
"O que aconteceu ontem?", me faço de sonsa.
"Você chorando na portaria, enquanto tomava chá, depois de tomar o chá, enquanto a gente assistia 'Eu, a patroa e as crianças', e depois chorando até pegar no sono", ele lista todas as vezes que eu chorei em um só dia.
"É porque a Alice ama 'Eu, a patroa e as crianças'...", falo baixinho mordendo a bochecha.
Ele me olha esperando eu contar e eu dou um longo e dramático suspiro antes de começar.
"A Alice tava estranha já há algum tempo. Tipo, escondendo algo, mas eu achei que ela ia só queria contar uma coisa besta então nem dei bola", dei de ombros ainda falando baixo, "Mas ontem descobri que ela tinha ido pra casa do meu pai. Sem eu. Só pra falar com meu irmão. E eu acabei vendo uma conversa dela e do meu irmão falando que estão em um relacionamento e não queriam me contar porque eu ia surtar", digo e fecho os olhos com força para impedir que mais lágrimas escorram.
"Ah... Não era isso que eu estava esperando", ele rasteja até o meu lado e passa sua mão pelas minhas costas, subindo e descendo para me confortar.
"E o que você estava esperando?", ele dá de ombros.
"Sei lá, que vocês tivessem brigado por maquiagem ou sei lá", ele fala e eu gargalho.
"Esse é o que você acha que são os problemas que as garotas tem? Maquiagem?", pergunto ainda rindo e ele ri envergonhado.
Ele deita sua cabeça em meu colo e meus dedos vão automaticamente para seus cabelos.
"Cat?", ele me chama, "Eu não quero parecer inconveniente nem nada mas tipo, qual o problema da sua amiga namorar com seu irmão? Além do péssimo gosto, óbvio.", ele diz e parece observar cada pedacinho do meu rosto para tentar pegar qualquer rastro de uma reação.
"Porque é a Alice e o Samuel! Nós três crescemos juntos, você tem noção disso? Praticamente trigêmeos e agora imaginar os dois se tocando é...", engulo seco.
"Mas... Eles não são irmãos de verdade, não é um crime."
"Mas é bizarro! Fora que o que me deixou mais chateada foi a Alice não ter me contado. Eu conto tudo, literalmente tudo pra ela, e eu achei que ela também me contasse", digo e Caio me olha com a testa franzida.
"Você conta tudo? Até sobre o que a gente fez no banheiro da...", eu o interrompo.
"Tá, tá, tá, não precisa falar, eu me lembro bem. E sim, eu contei. Não os detalhes óbvio mas eu contei o que aconteceu", explico e ele me olha com um sorriso pervertido.
"A gente podia repetir qualquer hora, né?", ele diz e coloca a mão na parte interna da minha coxa.
Sinto um arrepio quando ele desenha círculos em minha coxa mas retiro sua mão de lá e finjo não ter sido afetada.
"Eu tô te contando uma parada séria", o encaro.
"Ah, desculpa, meu amor", ele fala com um sorrisinho se segurando para não rir.
Reviro os olhos e ele passa sua mão delicadamente pela minha bochecha e eu inclino meu rosto para sua mão.
"Mas, ei?", ele me chama e eu abro os olhos, "Se eles não queriam te contar porque estavam com medo de você surtar, eles não estavam certos? Tipo, você surtou, mesmo"
"Eu não surtei", me defendo.
"Você pegou um Uber sozinha e nem trouxe sua mala", ele ironiza.
"Mas eu só surtei porque eles não me contaram! Eu provavelmente teria ficado em choque de qualquer jeito mas eles esconderem de mim foi pior!", digo, "Mas e se tudo isso tiver sido só um plano meu pra roubar sua camisa?", levanto as sobrancelhas.
"Ninguém vai roubar minhas camisetas, não", ele finge estar com raiva e me empurra na cama, me fazendo cair de costas.
Caio começa a dar vários beijinhos por todo meu rosto agressivamente e eu começo a rir.
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gente, vcs gostam de
pão??? curiosidade sótalvez eu poste dois
cap. hj pq estou ansiosa...
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Someone To You
Teen FictionCatarina é uma adolescente de 17 anos que odeia adolescentes de 17 anos, e no 2° ano do ensino médio a única coisa que ela realmente quer é se formar e acabar com esse inferno. 01 de maio de 2020 - 16 de novembro de 2020. Revisada em 15 de maio de 2...