Capítulo 37

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Quanto mais Samuel se aproxima mais tensa eu fico porque sei que ele não vai deixar quieto o fato de eu estar namorando - agora oficial - com o Caio.

Caio está mexendo no celular e não percebe a presença de Samuel.

"Oi bebê", Alice fala de um jeito engraçado se jogando nos braços do Samuel.

Ele a abraça e parece notar minha presença e olha pra minha mão, que está segurando a de Caio. Por instinto eu a solto mas depois penso: Não devo nada ao Samuel; então pego sua mão de novo.

Confuso com o ato, Caio desvia os olhos do celular e olha pra mim, depois indo diretamente para Samuel. Vejo seu rosto rapidamente ficar vermelho de raiva e ele coloca o celular no bolso traseiro acertando sua postura.

"O que você está fazendo aqui?", Caio esbraveja.

"Eu poderia te perguntar o mesmo... Achei que tinha deixado bem claro quando disse pra ficar longe da Cat", Samuel se solta dos braços da Alice e dá um passo pra frente.

Entro no meio dos dois já sabendo da intenção do meu irmão.

"Deu, né? Pega teu rumo que a gente pega o nosso, Samuel", falo procurando as chaves do carro da Alice.

"Sai da frente, Catarina", Samuel fala e eu só o ignoro ainda revirando a bolsa.

"Isso, sai da frente pra eu poder quebrar o nariz dele de novo, acho que da primeira vez não foi o suficiente", Caio diz colocando a mão no meu ombro.

Merda, a chave deve estar com a Alice.
Procuro por ela com os olhos até a encontrar vomitando em um canto do estacionamento.

Olho pra frente e vejo Caio e Samuel se matando pelo olhar. Se eu sair daqui tenho certeza que eles vão pra cima e se eu deixar a Alice sozinha ela vai vomitar as tripas e provavelmente se perder da gente.

Eles já são grandinhos, podem se virar.

Vou correndo até Alice e a levanto do chão segurando seu cabelo pra não sujar.

"Quanto você bebeu?", pergunto passando a mão por suas costas.

Ela limpa a boca com as costas da mão, "Uns 4 copos de vodka, só".

Dou um tapa nela.

"Só? Toma", entrego uma balinha de menta pra ela.

"Meu Deus", ela aponta pra algo atrás de mim.

Me viro e o tempo parece estar em câmera lenta: vejo Samuel acertar um murro no queixo de Caio que se desequilibra e cai no chão. Samuel não perde tempo pra subir em cima dele e acertar outro soco.

Um grupo começa a se juntar em volta deles incentivando a briga. Adolescentes retardados. Corro até eles e tento tirar Samuel de cima dele e falho, obviamente, e ele acaba me empurrando pro chão. Caio consegue trocar de posições e fica por cima de Samuel.

Levanto e vou atrás de um segurança e conto que está acontecendo uma briga, ele fala alguma coisa inteligível em seu radinho e se aproxima da roda de briga e chegam outros dois seguranças para separa-los.

Fico do lado de Alice vendo o desastre. CLARO que o Samuel TINHA que arruinar minha noite.

Um guarda segura Caio em um lado e outro guarda segura Samuel no lado oposto, enquanto o terceiro sumiu da minha visão.

Depois de uns 2 minutos uma viatura da polícia estaciona. Meu Deus, vai dar polícia?

•••

"Por que você sempre tem que fuder com tudo?", grito com Samuel que está do outro lado da pequena cela da delegacia.

"Por que você não pode fazer uma coisa que eu te peço?", ele grita de volta, "E cadê a Alice?".

"Deixei ela em casa antes de vir pra cá. Se você me contasse porque você não me quer com ele TALVEZ eu considerasse!"

"Porra, Catarina, olha aonde eu vim parar por sua causa!", ele grita comigo.

"Minha causa?", grito incrédula quase rindo, "Eu não mandei você bater no Caio! Eu fiz o contrário, na verdade, tentei impedir a todo custo mesmo com você me empurrando no chão!"

"Você ainda vai se arrepender TANTO de não ter me ouvido", ele ameaça, "E cadê ele, inclusive? Só eu vim pra delegacia?".

"Claro! Tem mais de 30 testemunhas pra falar que você iniciou a briga"

Ele revira os olhos, "Ele provocou".

"Samuel, para de querer culpar alguém, se não você! Você fez isso e eu acho bem feito que você tenha parado atrás das grades pra ver se arranja algum juízo!", grito.

Samuel está prestes a responder até alguém interromper a gente.

"Que escândalo é esse?", minha mãe fala atrás de mim.

Ela está com os cabelos pefeitamente presos em um rabo de cabalo e com uma calça jeans e uma camisa vinho.

Quase nunca vejo minha mãe tão casual, normalmente ela só está vestida para o trabalho com uma saia até os joelhos e uma camiseta social. Ela parece mais jovem desse jeito.

"Esse retardado que você pariu fica arranjando brigas sem sentido!", grito.

Minha mãe olha em volta preocupada se alguém ouviu mas o policial responsável por vigiar a cela está mais entretido em sua revista.

"E essa desorientada fica andando com quem não deveria!", ele grita de volta.

Minha mãe coloca a mão entre as barras da cela e puxa a orelha de Samuel. Ele exclama um "Ai", e eu solto uma risada, até a minha mãe também puxar a minha.

"Ai!", levo a mão ao lugar dolorido.

"Vocês parecem duas crianças!", ela esbraveja, "Você fica querendo dar lição sem moral alguma", fico emburrada olhando para baixo, "E você", ela aponta para Samuel, "Tem 20 anos e tem a maturidade de um moleque de 14 na puberdade criando brigas!", ela o repreende.

Samuel senta no banco de concreto dentro da cela.

"Cadê meu pai?", pergunto para minha mãe.

"Viajando à trabalho", ela responde sem tirar os olhos de Samuel e então se vira para mim, "Pode ir embora agora, eu vou dar um jeito de tirar ele daqui", minha mãe diz.

Assinto e dou as costas. Bem, pra casa eu não vou, tenho que saber como o Caio está.

"Não chega mais perto dele, Catarina", Samuel grita quando estou saindo e eu ergo o dedo do meio sem olhar para trás. Consigo ouvir um suspiro de surpresa da minha mãe que disfarça com uma tosse.

●●●

tenso...

eu pagava pra dar uns
murrão no Samuel 🤠

mudei de foto de perfil
quem gostou bate palma
quem não gostou paciência

apertem na estrelinhaaa

Someone To YouOnde histórias criam vida. Descubra agora