19. Encantada.

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Zulema me arrasta até a nossa cela. Vejo ela andar em minha frente e admiro seu rebolado, aquele traseiro me deixa louca.

Quando chegamos, imediatamente, a árabe mexe em uma bancada a procura de uma caixa de primeiros socorros. Eu sento na cama de Saray a sua espera, ainda morrendo de dor.

Z: O médico Carlos me deu essa caixa de curativos quando eu saí da internação, pro caso de precisar. Ele é muito atencioso. - Ela diz ajoelhando-se bem na minha frente na cama, enquanto revira os medicamentos na caixa em sua mão. Criando na minha cabeça pensamentos pervertidos com a cena.

Mergulha uma gase em um antisséptico. E aproxima-se ainda mais do meu rosto. O contato do produto no meu lábio cortado arde e eu não posso deixar de soltar um gemido de dor. Zule assopra lentamente minha boca, arrepiando cada pelo do meu corpo.

Z: Fica parada, ok? - Eu apenas aceno com a cabeça e deixo ela ir, praticamente enfeitiçada por aqueles olhos enormes.

Enquanto ela toca meus lábios meu coração começa a bater sem controle no peito. Eu me pergunto o que será que ela está pensando agora? Zulema foca os seus olhos magnéticos no canto da minha boca. Conforme ela move sutilmente sua mão, eu certifico minha respiração que de repente parece ter parado.

Ela tira o algodão sujo para trocar por outro limpo e por um segundo ela encontra seu olhar com o meu, que já estava encarando-a. Eu sorrio pra ela timidamente, um pouco envergonhada, tentando mascarar a vontade que eu estou sentindo do sabor dela.

Z: Está doendo? - Ela me pergunta preocupada.

M: Não. - Respondo baixinho.

Fecho meus olhos quando a gase gelada encosta na minha boca novamente. Em um gesto espontâneo Zule apoia sua mão fina e quente na minha coxa nua para se equilibrar. Meus olhos se abrem instantâneamente, ela segue fazendo seu trabalho como se nada tivesse acontecendo. Tê-la tão perto assim e sentir seu toque em minha pele está colocando meu corpo em chamas.

Corro meu olhar da sua boca, pro seus olhos, contemplado cada detalhe daquele rosto que eu quero tanto tocar, beijar e sentir grudado no meu.

Z: Ainda dói? - Ela me pergunta com um riso no canto do rosto, nitidamente percebendo o estado que ela me deixa.

M: Sim, mas segundo os filmes pode ser curado com um beijo. - Respondo divertida, para quebrar um pouco a tensão no ar, implorando pelo seu contato através do meus olhos dilatados.

Ela balança a cabeça e ri sincera. Provavelmente não esperava que eu tomaria atitude tão descaradamente.

Z: Você deveria parar de assistir filmes da Disney, loira. - Ela brinca guardando os remédios na caixa.

Eu rio conformada, sabia que iria tomar um fora. Ela se levanta, guarda a caixa no móvel.

Z: Eu vou deixar o antisséptico aqui em cima pra você passar a noite de novo, porque eu sinto lhe informar, mas seu príncipe encantado não virá te curar. - Ela afirma enquanto está de costas pra mim.

Tudo está favorável para nós. Zulema está de bom humor. As detentas estão todas fora. Estamos praticamente sozinhas na área interna da prisão. O quarto é só nosso, como eu sempre imaginei que seria nos meus sonhos. O único som que se ouve é o das prisioneiras jogando na quadra distante. Até mesmo a camiseta dela resolveu colaborar quando ela se levantou, pois, acidentalmente, subiu deixando completa a visão do seu traseiro redondo, que eu amo com todas as minhas forças.

Sem ser capaz de responder por mim, no impulso, levanto da cama e sigo em sua direção, encosto meu corpo no seu encoxando por trás. Seguro sua barriga para que ela não fuja, eu não aguentaria se ela fizesse.

M: E pra quê eu quero um príncipe encantado se eu tenho você? - Pergunto provocando-a com a voz rouca ao pé do seu ouvido.

De princípio noto que ela vagamente se assusta com o contato, depois respira fundo e empina moderadamente o corpo pra trás. Fazendo suas nádegas encostarem na minha intimidade, que está latejando.

Minha rainha vira-se de frente pra mim sorrindo. Coloco minhas mãos sobre a mesa impedindo ela de escapar. No momento que seu rosto está em frente ao meu, eu só consigo olhar para seus lábios, desejando aquilo mais que oxigênio.

Z: Ah, claro! Agora eu sou uma espécie de princesa encantada? - Ela questiona cômica, dando pra mim um sorriso que mostra seus dentes perfeitos, eu automaticamente, a imagino mordendo meu corpo inteiro.

Eu poderia ficar ali com ela conversando sobre assuntos bobos por horas, mas já não consigo raciocinar bem. Balanço a cabeça em afirmativo para responder sua última pergunta, pois já não tenho potência na voz pra falar.

A necessito. Necessito dela naquele momento como se eu fosse um celular totalmente sem bateria e ela fosse meu carregador, a tomada, a energia, a única capaz de me dar vida.

Ela percebe meu estado de calamidade, e então muda sua expressão para uma repleta de desejo. Seu olhar felino cai sobre meus lábios feridos. Estou a mercê dela. Sinto-me sua presa. Quero ser devorada.

Minha mão que estava na bancada sobe para sua cintura. Ela ligeiramente segura meu rosto e encosta nossos lábios em um selinho demorado, me fazendo fechar os olhos e suspirar.

Abraço sua cintura com um braço trazendo ainda mais colada a mim, se é que é possível, esfregando forte minha vagina na dela. Com a outra mão aperto com toda intensidade sua bunda, cravando minhas unhas em seu short justo. Faço ela abrir a boca em um gemido alto. Aproveito a ocasião para morder seu lábio interior.

Vejo que finalmente a deixei fora de si. Com um gesto bruto e espontâneo ela tenta me beijar de língua, mas, infelizmente, eu gemo de dor, amaldiçoando profundamente a cadela que me lesionou.

Zule se afasta constrangida. Segura minhas mãos para retirar do seu corpo de modo que ela possa se liberar da minha armadilha.

Z: Desculpa. - Me pede ressentida.

Nos encaramos com falta de ar sem saber o que fazer.

Me apaixonei pela minha inimiga - ZURENA.Onde histórias criam vida. Descubra agora