48. Despedida.

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Essa semana passei exclusivamente na companhia dos meus amigos, sentirei muita falta deles, depois de todos esses anos eles se tornaram minha família. Saray, com suas piadas sujas e bom humor contagiante. Tere, com sua infinita doçura, cada dia se superando e ficando livre do vício. Antônia e sua garra, que eu sentiria falta até da sua péssima comida. Além de Goya e a pirralha da Triana, que ganharam minha simpatia. E então, tem ela... 

Ela era a única que não estava tocando no assunto aqui dentro da prisão. Eu estou achando ela tão fria, distante, séria... Eu me pergunto se ela está sofrendo tanto quanto eu. Talvez nós duas sintamos isso: nossas almas relutantes não querem se separar, porque entendemos que não podemos sobreviver uma sem a outra.

Procuro por ela em todos os lugares, não quero perder mais um minuto sem ela. Ando rapidamente pelos corredores até sair no pátio e encontra-la dentro da estufa sozinha, fumando um cigarro.

M: O que diabos você está fazendo aqui? Eu estava louca te procurando. - Eu digo com os braços abertos indo em sua direção e então, me jogo em seu colo e começo a beija-la com todo amor que tenho.

Saboreio seus lábios com uma lentidão dolorosa, com uma posse que eu não consigo controlar. Nosso beijo se torna cada vez mais úmido quando se mistura com minhas lágrimas que escorreram pelo meu rosto.

Amanhã... Só amanhã e tudo estaria acabado. Eu teria que esperar 18 anos para toca-la novamente. Iríamos envelhecer apenas nos encontrando 10 minutos por mês, separadas por um maldito vidro. 

Depois de alguns minutos ela se separa dos meus lábios e suas delicadas mãos percorrem na minha bochecha, onde ela passa o polegar pela minha pele para enxugar as lágrimas. Seus olhos felinos me encaram e eu enxergo dentro deles uma batalha interior que nem ela sabe dar vazão. 

M: Me fode! - Eu peço desesperada, estalando minhas pupilas por todo seu rosto.

A árabe não pensa duas vezes, abaixa abruptamente minhas calças e imediatamente desliza sua mão por entre minha calcinha, me penetrando com força. 

M: Ahh... - Eu suspiro por instinto, envolvendo meus braços em seus ombros. Seus movimentos dentro de mim me fazem tocar o céu. 

Arrasto a minha pequena até uma bancada e com seu consentimento a deito por baixo do meu corpo. Abaixo suas calças, avanço minha mão até a sua intimida molhada e começo a penetrar dois dedos, que movo com instância dentro dela.

Ofegamos juntas, avançamos com força, arrogância, posse, desespero... Gozo com ela, exausta, e desmorono em seu pescoço. Como se fosse uma espécie de ritual de encerramento, pois me dou conta de que essa possa ser a nossa ultima vez. 

Enquanto esse pensamento corre na minha mente, um nó se forma na minha garganta, eu suspiro e choro abalada. Ela encosta a cabeça em mim, escovando meu cabelo com a ponta do nariz. Gostaria de contar tudo o que penso, mas Zulema me disse explicitamente que não quer conversar sobre o que vai acontecer amanhã.

M: Eu te amo. - Saí da minha boca fraco, com meu hálito quente soprando sua pele e deixando uma maré de arrepios por todo corpo dela.

Eu estou tremendo também. Estou tremendo, mas dessa vez é diferente. Eu me sinto tão confusa e abandonada com o simples pensamento de sua ausência ao meu lado. 

Qual objectivo da minha vida sem ela? De que adianta eu tentar ficar bonita todas as manhãs, se não terei ela olhando para mim? De que adianta eu esperar alegremente a chegada da noite só para dormir de conchinha com ela, se ela não vai estar lá? Como eu vou acordar no dia seguinte e não encontrar o seu corpinho perfumado ao meu lado, para trocarmos caricias matinais, enquanto eu me rendo totalmente a beleza dela?

Me apaixonei pela minha inimiga - ZURENA.Onde histórias criam vida. Descubra agora