37. Reconciliação.

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M: Você tem certeza que essa é a cela dela? - Pergunto preocupada em frente a porta, enquanto ele está tentando abri-la, impaciente.

G: Se é, eu não sei. Mas é aqui que você vai ficar, vadia. - Ele me empurra com toda força para dentro do cômodo quando a porta se abre, rapidamente trancando outra vez.

Zulema está com um pedaço de madeira nas mãos, apontadas para cima, seu olhar está em chamas. Quando ela nota que sou eu quem está ali dentro, estirada no chão, ela muda sua expressão para outra totalmente surpresa. Tenho certeza de que eu era a última pessoa que ela imaginava ver agora.

Z: MACA?

Ao ouvir sua voz, eu abro meus olhos e relaxo minhas mãos no chão, que estavam apontadas para minha cabeça, como um sinal de proteção do seu suposto ataque. 

Z: O que você está fazendo aqui? - Ela pergunta incrédula, estendendo a mão em um sinal de ajuda para me levantar.

M: Eu vim para ficar com você. Do seu lado. - Respondo com meu coração acelerado, devido a euforia que eu estou em vê-la.

Z: Você pediu transferência da Cruz del Norte, para vir pra esse inferno? - Ela questiona sem acreditar.

M: Inferno é ficar longe de ti. - Digo imediato, olhando dentro dos seus olhos. 

A mulher a minha frente me olha encabulada. Consigo ver através dos seus olhos que ela está espantada. Provavelmente ninguém nunca fez algum sacrifício por ela. 

Z: Maca, você tinha razão. Eu sou muito tóxica para você, eu te faço mal. A melhor coisa é você se afastar, uma hora ou outra eu vou foder com sua vida. Eu tenho muitos inimigos... - Ela inicia um discurso totalmente aflita, se afastando de mim.

Ela anda de um lado pro outro, com a mão na cabeça, naquela pequena cela. Eu acompanho cada passo com meu olhar apavorado, receosa dela não me aceitar depois de eu ter vindo até aqui por ela.

Z: Eu acho melhor você ficar com a Rizos. Ela é uma boa pessoa, vai cuidar de vo...

M: Eu não quero que ninguém cuide de mim. - Digo, me aproximando da mesma e segurando seu rosto para que ela me encarasse.

M: O que eu quero é você, Zulema. Ninguém mais. - Coloco uma mexa do seu cabelo atrás da sua orelha, para ter visão do seu rosto. 

M: Eu demorei muito para descobrir isso, agora eu não quero perder nem mais 1 segundo do meu tempo. Eu quero você. Eu quero ficar do seu lado, aonde quer que for. Eu te amo. - Encaro meu escorpião nos olhos, vejo que ela está lacrimejando. 

Começo a acariciar seus cabelos macios, passo meus dedos por sua franja, para alinha-la com a estrutura do seu rosto. Ficamos assim em silêncio, em um momento que eu queria que não tivesse fim. 

Como eu pude por tanto anos trata-la tão mal, para me convencer de que eu a odeio? Ou que deveríamos nos odiar. Porque senão daríamos vida a um sentimento que me corroem as entranhas, que me aterroriza, e ao mesmo tempo faz a minha vida ter sentido. 

Sem pensar muito, inevitavelmente levo meus dedos de seu cabelo até o pescoço, acaricio devagar e noto a árabe fechar os olhos, e encher sua pele de arrepios. Uma lágrima escorre em sua bochecha. 

Z: Só com você eu sinto onde eu deveria estar. - Ela se pronuncia baixinho, ligeiramente rouca, inibindo o choro.

Meu coração para ao ouvir suas palavras. Eu estou completamente emocionada. 

Z: Mesmo que nos odiemos, você é a única que me conhece, que conhece meu passado e me aceita como eu sou. - Sorrio lentamente, e volto a acaricia-la em silêncio. 

Z: Você é o que mais se assemelha a um lar para mim. 

Congelo minha mão e fecho meus olhos, que se tornaram lúcidos de emoção. Zulema está me dizendo coisas que cruzam meu coração descontroladamente, invadindo todo meu corpo. Naquele mesmo momento, sinto a árabe se mover para frente. 

Z: Por mais que eu não queira te fazer mal, eu não consigo ficar longe você. - Ela sussurra, me pagando em seus braços, deixando minhas pernas envolverem sua cintura, prensando nossos corpos na parede.

Eu permaneço imóvel, com a respiração suspensa e lágrimas nos meus olhos. Involuntariamente, coloco minhas mão no rosto de Zulema e começo a acariciar suas bochechas com meu polegar. 

M: Eu te quero mais que tudo na minha vida. - As palavras saem da minha boca sem um pingo de racionalidade. 

Meu coração bate no meu peito como se estivesse correndo uma maratona. Ela também parece estar perdendo a respiração. E em poucos instantes eu me vejo com meus lábios pressionando os dela. 

Nos beijamos primeiro com incerteza, com medo, ambas cientes de que agora, definitivamente, cruzamos uma linha que não tem mais volta. Eramos o desejo mais proibido uma da outra e daí em diante nada seria igual, teríamos baixado todas as barreiras, dando vida a um amor indissolúvel.

Enquanto ela agarra forte meu quadril em desespero, eu entrelaço meus dedos em seu cabelo e nosso beijo se transforma em puro fogo dentro daquela solitária tão pequena para nós.  

O gosto dos seus lábios é pior que drogas. Nem nos meus mais profundos sonhos eu esperava que nossa reconciliação ia ser tão boa assim. 

Ela me carrega até a pequena cama de solteiro, e eu me sento montada em suas pernas, fazendo nossos corpos aderirem.

Minhas mãos vagam por seu cabelo preto enquanto eu saboreio insaciável seus lábios. Corro meus dedos para remover seu moletom, fazendo sua pele pálida arrepiar. Eu a agarro com posse, puxando mais próxima ao meu corpo. 

As mãos de Zulema me seguram firmemente pelas costas, ela ameaça laçar seus dedos nos meus cabelos, mas eu a empurro contra o colchão e a faço deitar embaixo de mim, começando imediatamente a torturar seus pescoço. 

M: Meu Deus, como você é gostosa. - Eu murmuro quando volto para seus lábios. 

Seus gemidos estão me deixando louca. Seguro suas mãos prendendo firme acima da sua cabeça no colchão. 

Z: Loira, você tem certeza? - Ela suspira tensa ao notar que eu estou preste a devora-la, enquanto eu lambo seu pescoço, indo até a mandíbula. 

M: Absoluta! - Eu respondo mordendo seu lábio inferior com desejo.

Empurro minha barriga sobre seus quadris, iniciando um contato ainda mais intimo com ela. 

Me apaixonei pela minha inimiga - ZURENA.Onde histórias criam vida. Descubra agora