10. Zelo.

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M: Mas o que fizeram com você... - Eu reflito indignada em meio ás lágrimas.

Ela tenta se mover, resmungando de dor. Move o braço lentamente e agarra minha mão, fazendo meu coração pular.

Z: Maca? - Sussurra.

M: Hey, sou eu, eu estou aqui. - Acaricio sua testa.

M: Eu estou aqui. -Repito com minha voz fraca e um sorrio doce para ela, pela felicidade de ouvir sua voz.

Passo meu braço nos olhos para tentar enxugar minhas lágrimas sem tirar minhas mãos do seu rosto.

Observo aqueles hematomas e minha dor dar lugar a uma raiva descontrolada. Eles vão pagar por isso.

Z: A-água. - Ela pede quase sem voz com seus belos olhos semiabertos.

Eu olho em volta e vejo um copo de plástico daqueles que eles deixam para gente usar para lavar os dentes. Me desconecto dela por um instante para apanha-lo, e na caminhada entre a cama e a pia eu já sinto saudades.

Encho o copo com água, aproveito e pego uma toalha pequenina que está pendurada ao lado, para tentar suavizar um pouco das manchas de sangue do seu rosto.

M: Você consegue se levantar? -Pergunto preocupada depois de colocar o copo do lado da cama.

Ela confirma com a cabeça que sim. Me arrasto até ela levanto seu dorso sentando-me logo atrás. Faço movimentos lentos, quase parando, e apesar disso ouço os constantes xingamentos de dor. Abro minhas pernas e chego perto para fazer ela encaixar em mim, ergo o braço direito para segura-la fazendo com que suas costas fique no meu peito. Entrelaço nossa mão e a apoio em sua barriga. Com a mão livre eu pego o copo d'água e direciono aos seus lábios.

Tê-la aqui tão frágil em meus braços me faz sentir a pessoa mais importante do mundo. Seu cabelo macio faz cócegas no meu nariz, invadindo-me com seu perfume que para mim é como droga.

Após duas goladas ela faz alguns gestos dizendo que é suficiente. Pego o pedaço de pano que eu trouxe e mergulho no restante da água que ela deixou no recipiente, torço ele bem para poder passar sobre ela.

Início tirando a mancha vermelha da sua testa que escorreu até o pescoço. Após sentir a delicadeza do meu toque ela relaxa nós meus ombros. Corro suave a toalha em seu rosto. Ela tem uma ferida no canto superior dos lábios que por algum motivo a deixa ainda mais bonita aos meus olhos. Aproveito esse momento para admirar cada detalhe de sua beleza mediterrânea que eu tanto apreciava.

Zulema está suja da cabeça aos pés. No auge da minha loucura resolvo tirar sua regata encharcada de sangue para poder limpa-la melhor.

Z: Não, não... - Ela bloqueia meus movimentos gentilmente com medo do contato, provavelmente por estar toda dolorida.

M: Confia em mim. -Digo tranquila tentando ao máximo transparecer nos meus olhos que eu jamais a machucaria.

Ela respira fundo e me permite fazer. Afasto-me alguns centímetros pra levantar a regata dela. Eu me movo delicadamente como se estivesse manuseando porcelana. Aos poucos vão se revelando toda sua silhueta fina e suas costas terna. Que nos meus sonhos mais profundos eu inundava de beijos.

Conforme a minha demora em contempla-la, vejo que ela começa a ficar toda arrepiada, me aproximo novamente eliminando qualquer possibilidade de que ela passe frio.

Pego a toalha outra vez e peço para ela deitar no meu ombro outra vez. Ela se apoia em meu corpo, nua da cintura para cima. Eu passo o tecido em seu pescoço. Ela solta um gemido de dor ao sentir que está gelado, eu assopro seu rosto sutilmente, como quem diz que vai ficar tudo bem. Ela se entrega fechando os olhos após sentir a ternura do meu gesto. Ela está confiando em mim, está me deixando ir. Toco em sua pele com todo cuidado do mundo. Ela é o que eu tenho de mais precioso.

Desço lentamente na região dos seios, que agora tem os mamilos enrijecidos pelo frio e por mais que eu tente sou incapaz de desviar meu olhar. Eles são os mais lindos que eu já vi, firmes e proporcionais ao restante de seu corpo. Pera mim ela é absolutamente perfeita.

Engulo a saliva que de repente surgiu na minha garganta. Será possível que essa mulher possa ser tão sexy mesmo em situações como essa?

Calma, Macarena. Calma. Você tem apenas Zulema Zahir, a mais linda e perigosa de toda a prisão em suas pernas, o que tem demais? Espero que ela não perceba que meu coração está quase explodindo. Decido recuperar o mínimo de consciência que ainda tenho para me recompor. Ela precisa de mim.

M: Está se sentindo melhor? - Pergunto depois que percebo que amenizaram os seus gemidos de dor. Nossas mãos direitas ainda estão entrelaçadas em sua barriga.

Z: Loira... - Abre os olhos entrando em contato com os meus.

Z: Faça-me esquecer essa dor. - Ela diz num sussurro fechando os olhos novamente.

Aperta sua mão direita na minha e direciona a caminho de sua intimidade, bagunçando completamente meu cérebro, coração e alma. Meus fodidos hormônios agora gritam por ela.

Me apaixonei pela minha inimiga - ZURENA.Onde histórias criam vida. Descubra agora