50. Promessa.

2.7K 262 473
                                    


----------- Capítulo Final ----------

Zulema On:

Acordo com a notícia de que eu serei transferida para uma penitenciária em Alicante. Óbvio que eu tenho um plano de fuga, mas confesso que fui pega de surpresa. Tenho pouquíssimo tempo para executa-lo. 

Assim que tomo conhecimento da informação, providencio minhas armas para a partida. Descubro que quem vai me levar é Castilho e provavelmente mais algum policial, eu consigo dar conta deles perfeitamente.

Finalmente eu vou matar o velho inspetor, e mato também quem mais for preciso para eu seguir adiante. Não tenho mais nada que me prenda em Cruz del Norte, aqui eu vivi muitas emoções, encontrei muita gente filha da puta, mas também, foi o único lugar em que eu já fui feliz.

S: Zule, você tem certeza que isso vai dar certo, porra? - A cigana pergunta aflita, enquanto eu reviro minhas coisas na cela atrás de um objeto pessoal. 

Saray está sendo uma boa garota aqui dentro, ajuda em investigações da policia, organiza grupos para defender causas lésbicas e preserva um excelente comportamento. Com isso ela reduziu anos da pena dela, acredito que saia há tempo de pegar a fase de alfabetização da filha. 

 S: Zulema, pelo amor de Deus! Eu acho melhor você ficar... E se der errado, hein? Você tem um plano B? - Ela pergunta desesperada a procura do meu contato visual, eu sigo sem encontrar o que eu tanto busco. 

S: Olha, Zule... Se você quiser falamos com o Palácios. Eu duvido muito que ele está sabendo dessa sua transferência estúpida. Isso ai tem cara de ser coisa daquele velho maldito que te odeia. Ele tá querendo te fuder, mas a gente pode quebrar a cara dele antes e ninguém vai te tirar daqui. Nem que pra isso eu aumente a minha pena em mais cem anos. - Ela pronúncia confiante, assim que finalmente cruzo meu olhar com o dela.

Z: Cigana, fica tranquila! Você me conhece e sabe que sempre que eu sigo meus instintos as coisas dão certo. Eu estou confiante. Algo me diz que eu devo ir. - Noto uma pequena expressão de relaxamento no rosto da mesma. Quase imperceptível. 

Saray era assim, esteve sempre do meu lado e faria qualquer coisa para me proteger, até abdicar anos ao lado da filha, para que eu permaneça com ela, mas evitava o máximo transparecer. Eu amo a minha parceira, mas está na hora dela seguir sua carreira sem mim.

Z: Você está fazendo um ótimo trabalho aqui dentro e lá fora com a Estrela. Eu estou muito orgulhosa e tenho certeza que ela também se sentirá honrada da mãe que tem. Em pouco tempo você irá sair daqui e terá uma vida graciosa com ela. Não permita que ninguém tire isso de você, porque o tempo voa, e quando você percebe já não é possível voltar atrás. Nossos filhos crescem e já não temos o controle deles nas nossas mãos. - A cigana enxuga as lágrimas que começam a escorrer nos seus olhos. 

S: E o que você vai fazer depois de fugir? Pra onde você vai? - A mesma me pergunta com a voz cortada, como se estivesse um nó na garganta. 

Z: Isso já é um problema só meu. A única coisa que eu te peço é que fique forte e se eu morrer vê se canta e dança, nada de choro. - Tento quebrar o clima da conversa, pois sou péssima em despedidas.

S: E se eu morrer antes? - Ela pergunta e eu acho graça. 

Z: Isso não vai rolar...

S: Como é que você sabe?

Z: Porque eu sou bruxa, leio o futuro. - Afirmo. 

S: E sendo bruxa acabou aqui na prisão? - Ela pergunta incrédula.

Me apaixonei pela minha inimiga - ZURENA.Onde histórias criam vida. Descubra agora