34. Intensidade.

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Meu coração para de bater quando ouço o barulho da mesma pulando na água. Ela nada até minha direção, apoia os cotovelos na borda, e busca contato visual comigo.

Z: A gente pode conversar?

Eu ignoro, olhando para o lado oposto que ela está. Tento parecer durona, enquanto por dentro estou desmoronando.

Z: Loira? - Ela insiste, e eu sinto que já não sou mais capaz de suportar sua proximidade.

M: Eu não tenho nada para conversar com você. - Respondo friamente, tentando manter o controle da situação, por mais que esteja difícil.

Ela respira fundo e vem para o meu outro lado, de encontro com meu rosto.

Eu apenas cruzo meus olhos raivosos com os dela que, miseravelmente, me olham com ternura. Todas as nossas memórias começam a passar como um flash na minha mente, fazendo meu corpo vibrar de emoção. Desde que ela chegou eu estou adiando essa conversa, pelo simples fato de que eu sabia que, quando ela me olhasse assim, eu seria incapaz de deixa-la, e também não suportaria que ela me deixasse. 

Ela levanta a mão molhada para colocar meu cabelo atrás da orelha.

As mesmas mãos que ela assassina vagabundos, estupradores, mafiosos, traficantes, ou quem quer que fosse que atravessasse seu caminho. As mesmas mãos que ela cava buracos na parede para fugir, ou usa para contar notas de dinheiro roubado. E as mesmas que, tão gentilmente, acaricia meu cabelo, e me tocam em momentos tão íntimos, me dando a certeza de que eu as amo, até porque sem elas, eu não saberia o que fazer das minhas.

Ela fica parada em silencio olhando para mim, me analisando por dentro, despindo minha alma.

Como uma presa indefesa, totalmente desfavorecida, eu só consigo retribuir o olhar, para meu nobre caçador, com desespero. Estou tomada pelo medo de que ela me ataque a qualquer momento. Eu tenho pavor de me entregar, porque se ela me deixar novamente, eu morro.

M: Fique longe de mim. - Eu digo zangada, dou um tapa na sua mão, reprimindo as lágrimas nos olhos, tentando conter todas as emoções que eu tenho no estômago.

Z: Por que você insiste em me evitar? - Ela diz calma, levantando meu rosto que, repentinamente, caíram em inevitáveis lágrimas, para baixo.

Estou encurralada na quina da piscina, respirando com dificuldade, minhas pernas querem ceder a qualquer momento. Eu só queria que ela me beijasse. Eu não paro de lacrimejar em suas mãos, ela me olha séria, reconhecendo todo efeito que tem sobre meu corpo.

Ela não tem ideia das noites sem dormir, do choro, de como eu acordei em pânico na minha cama precisando do seu toque. De como eu procurei o perfume dela em todos os lugares, em qualquer pessoa. Mas não havia mais nada dela naquela maldita prisão, apenas sua cama vazia e o meu coração que ela esqueceu de levar.

Felizmente eu tive a Rizos ao meu lado. Ela me prometeu que me faria esquece-la. E eu vou.

Z: Você não a quer. - Ela afirma, de repente, como se tivesse lido minha mente, ficando cada vez mais perto. Meu Deus, que mulher linda.

Abro a boca para recuperar o fôlego enquanto sua mão começa a vagar no interior o do meu traje de banho, atravessando uma descarga eléctrica no meu corpo, que nessa vida, eu só experimentei única e exclusivamente com ela.

Cada parte em que sua pele encosta na minha, dói. Machuca. Eu sinto seus dedos brincando na alça inferior do meu biquíni, próximo as minhas costelas, andando de um lado para o outro em desespero, querendo subir para encostar no meu mamilo, ela só está a espera da minha aprovação.

Me apaixonei pela minha inimiga - ZURENA.Onde histórias criam vida. Descubra agora