25. Ciúmes.

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No dia seguinte, como de costume, eu acordo pouco antes de sermos despertadas. Quando sinto minha pequena em meus braços, meu coração enche de felicidade. Ela é tão fofa dormindo, parece uma boneca. Amo o formato da sua sobrancelha, e sua franja que se alinha perfeitamente no molde do seu rosto. Eu acho seu nariz tão delicado, e já ouvi ela reclamando que não gosta, inocente, mal sabe o quão perfeita ela é. Eu não mudaria absolutamente nada nela.

Como sei que faltam poucos minutos para os brutamontes dos guardas entrarem no quarto, eu a desperto de modo calmo e sereno, para ela iniciar o dia bem relaxada. 

Começo acariciando seus braços e brincando com seu cabelo, mas ela não dá nenhum sinal de vida. Lentamente, beijo sua nuca, seu pescoço e sua mandíbula. 

M: Amor, acorda. - Sussurro em seu ouvido, fazendo a mesma virar pro outro lado.

Z: Ah, não, loira. - Ela reclama manhosa. Eu sorrio, pois fico louca quando ela se põe assim. 

Continuo enchendo a região do seu colo de beijos apaixonados. Hoje a temperatura está um pouco fria, já estamos entrando no inverno. Ela aproveita a situação para descansar ainda mais na cama, esquentando seu corpo com minhas caricias. Pro nosso enorme desgosto o guarda aparece, batendo forte o bastão na porta.

G: 5 minutos! - Ele alerta. 

Depois de nos trocarmos, enquanto espero o comando do guarda, não consigo desviar o olhar da bunda da minha rainha árabe, gesto que não passa despercebido pelos olhos da cigana, que sorri para mim maliciosamente, me fazendo corar.

G: Vargas e Zahir, comigo. - Diz o guarda que entra em nosso cómodo, chamando em pares para irmos fazer nosso trabalho.

M: Desculpe, deve haver um engano. - Franzo a testa e levanto da cama, indo em direcção ao policial que tem uma fixa nas mãos. 

G: Mudanças de planos do andar superior, Ferreiro. Enquanto a detenta González estiver de reabilitação, a Zahir vai substitui-la. - Ele explica.

M: Mas por que ela? - Pergunto ignorante, e as meninas começam a me olhar assustadas. 

G: Porque o trabalho da estufa é o mais fácil a ser realizado sozinha, enquanto o galinheiro precisa-se de no mínimo duas pessoas. A senhora Vargas tinha que escolher uma de vocês duas, ela não pode realizar a tarefa sozinha. - Ele explica com calma, ainda bem que Palacios mudou a equipe de funcionários da cadeia, se fossem os antigos, já tinham me levado a força.

Meus olhos cruzam-se com o de Saray imediatamente. Olho para ela furiosa. Grande cupido que eu fui arrumar...

S: Não olha para mim, hein! Eu não obriguei a Tere a se drogar. - Ela se defende. 

Z: Cuidado com as orquideas na hora de rega-las, elas são muito sensíveis, e põe as bromelias no sol agora de manhã, mas não esquece de tirar quando você for sair. - Zule me pede antes de deixar a sala, e eu a encaro melancólica.

Z: Te vejo mais tarde. - Ganho um selinho rápido porém carinhoso, que me enche de ânimo. 

...

Depois de passar uma hora na estufa, estou muito cansada, devido ao dobro de trabalho que eu tive que realizar. Zulema, geralmente, fica com a parte mais minuciosa, mas ela sempre me ajuda quando tem que fazer as tarefas pesadas também. Eu me pergunto qual critério que Palacios usou para determinar que é "mais fácil" fazer o trabalho da estufa sozinha. Ele não tira o rabo gordo dele da cadeira para vir aqui conferir.

Sigo para o banho, mas antes passo no quarto para pegar minhas coisas de higiene e deixo uma pequena violeta no travesseiro do meu escorpião. Já estava sentindo sua falta.

Me apaixonei pela minha inimiga - ZURENA.Onde histórias criam vida. Descubra agora