Me apaixonei pela minha inimiga - ZURENA.

3. Abraços.

No dia seguinte sou uma das últimas a me levantar devido a falta de sono na madrugada. Não dou a mínima para sirene que desperta as detentas e nem para movimentação das minhas colegas de quarto. Só acordo mesmo quando uma das guardas entra no quarto batendo o cassetete na minha cama.

G: Ferreiro, acorda! Você vai perder o horário do café da manhã.

Percebo que ela está com Goya, que também tem o uniforme preto, Goya está com algumas coisas em uma sacola e um pedaço de plástico branco em sua boca. Mostrando que será a nossa quinta integrante da cela.

G: A noite deve ter sido boa, em loirinha? Está com uma cara de quem trabalhou bastante. - Automaticamente faz alguns movimentos sexuais com as mãos.

Pego minha nécessaire com higiene pessoal e minha toalha de banho e saio o mais rápido possível daquela cela, ignorando-a totalmente.

...

Chegando no banheiro tiro minhas roupas e ligo o chuveiro. Fecho meus olhos e deixo a água quente cair sobre minhas costas liberando toda tensão e o cansaço que eu estava sentindo, até uma voz conhecida me despertar do meu momento de relaxamento.

Saray está falando super alto e eufórica. Quando ela entra no banheiro observo que ela está com Zulema.

O mundo de repente parece que entra em câmera lenta. Ela está rindo de alguma baboseira qualquer que Saray está falando. Aquela pele pálida dela faz um contraste perfeito com o uniforme preto. Parece que ele foi feito único e exclusivamente para ela vestir. Seu cabelo está um pouco mais longo, a impressão é que ela acabou de voltar do cabeleireiro para fazer um "chanel de bico". Seus olhos estão realçados com delineador, como se já não fosse suficiente toda a magnitude que eles passam. O som do sua risada é muito semelhante a canções do paraíso. Como se anjos estivessem tocando harpas.

Sou involuntariamente trazida de volta a realidade quando Rizos me chama no chuveiro ao lado.

R: Bom dia, loirinha. - Ela morde os lábios e olha todo o meu corpo nu.

M: B-bom dia, Rizos. - Falo com presa desligando o chuveiro e pegando minha toalha no banco da frente para me enrolar, torcendo para não ser notada pelas duas amigas mais a frente.

R: Já vai? Eu acabei de chegar. Preciso de ajuda para ensaboar minhas costas. - Ela protesta e um tom humorístico, flertando comigo novamente.

M: Agora eu não posso, preciso correr para conseguir tomar café d...

S: Bom dia, meninas! Olha quem voltou. Agora estamos completas. - Saray me interrompe com entusiasmo chegando prontamente ao meu lado. Puxando pelas mãos a árabe, que aparentemente não quer se aproximar.

Z: Eae! -Ela diz indiferente.

R: Oi. - Rizos diz ignorando-a totalmente.

Enquanto isso aproveito para colocar minhas roupas ligeira, tentando ao máximo evitar o contacto com ela.

S: Hey, o que é isso? Somos todas irmãs. Devemos nós abraçar e ficar felizes quando estamos juntas. -Após falar a frase, ela me embala com um braço e Zulema pelo outro, nos forçando a um abraço triplo, no qual Rizos escapa por está totalmente molhada no chuveiro a nossa frente.

Meu coração parece que vai saltar da minha boca. Saray prensa eu e Zulema de modo apertado que não podemos soltar. Nossos rostos se encontram na mesma região. Sua testa, por um momento, encosta na minha. As borboletas no meu estômago ganham vida, e se movem de um lado para o outro freneticamente. Até que somos interrompidas com ato bruto de Zulema que empurra o braço de Saray.

Z: Para com essa porra de abraço, cigana. -Diz zangada e um pouco constrangida.

Z: Me leva logo para a porra cela que eu preciso descansar minhas costas em uma cama descente.

Eu sei que Saray ainda não esqueceu Rizos, sei bem disso pois, de repente, ela me pede algo que eu mais temia.

S: Hmm, Maca, você pode levar a Zule para nossa cela, eu acabei de lembrar que ainda não tomei banho. - Diz olhando para o corpo nu de Rizos molhado a sua frente.

Zulema revira os olhos revelando que também identificou o mesmo que eu em relação aos sentimentos da cigana. E pela primeira vez, nos últimos 3 meses, faz um contacto visual comigo me fazendo estremecer.

Z: Vamos, loira?