Nada de Lágrimas No Clube

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"Você acha que vai morrer sem ele
 Você sabe que isso é uma mentira que diz a si mesma
Você tem medo de ficar sozinha para sempre
Não é verdade, não é verdade, não é verdade, não"
Camila Cabello - Crying In The Clube

Adivinha...

Estamos novamente na sala do diretor que nos olhava com cara de poucos amigos. Sr. Domocles com toda certeza estava no limite com nos três. 

— Qual a explicação dessa vez? - perguntou andando ao redor de nossas cadeiras como se fosse um interrogatório policial. — Senhor Kurtzberg, estava fazendo exatamente o que no banheiro feminino?

— Retocando a maquiagem...? - o ruivo sugeriu recebendo um olhar mortal em sua direção. 

— Alya está tendo alguns problemas de hormônios então suas emoções estão instáveis - expliquei tentando manter minha expressão seria olhando pra garota sugestiva. A ruiva que estava com os olhos ainda vermelhos voltou a chorar instantaneamente de forma exagerada tentando confirmar minha mentira.

— Eu o odeio! - exclamou soluçando. E só ai notei que ela não estava fingindo. Droga mulher se recomponha!

— Quem? - Sr Damocres perguntou perdido. Nathaniel correu para tampar a boca de Alya e afagou o cabelo da mesma em um gesto rapido. Sorrindo pro diretor com as bochechas coradas. 

— O gato da Mari - disse no impulso me fazendo bater em minha cabeça frustrada. Hoje estavamos uma negação para Desculpas.

Ele me olhou e arregalou os olhos compreendendo meu pensamento

— Droga, Mari. Você realmente deveria adotar um gato!

Concordei silenciosamente pensando seriamente em roubar o gato da vizinha. 

— Ok. Alya está meio sensível acho que deveria libera-la - sugeri depois de alguns minutos. A ruiva ainda chorava no colo de Nath que apenas tentava a acalmar — ela só vai atrapalhar a aula desse jeito.

Sr. Domocles pareceu refletir sobre a situação e suspirou frustrado. Se sentando em sua cadeira giratória. 

— Ok. Podem levar a senhoria Césaire para casa. Mas quero vocês três na reposição de aula na semana que vem. - explicou começando a mexer em um armário onde ele tirou três fichas com nossos nomes — como ainda são menores... - começou eu quase o cortei lembrando que iriamos fazer 18 no final do ano mas o mesmo apenas levantou a mão me impedindo de discutir — Vou pedir a permissão de seus pais para a saida de vocês. 

Revirei os olhos junto com Nath, Alya chorou ainda mais alto sendo o unico som que ouvimos ate o diretor terminar três ligações. 

Depois de um tempo nossos pais acabaram liberaram nossas saidas.

Tivemos tempo apenas de ver dois demônios do ensino médio no corredor. Nino olhava pra minha amiga com cara de cachorro sem dono e Adrien apenas sorria de maneira maliciosa com toda certeza pensando em outra vitima para o moreno atacar.

Revirei os olhos. Alya apenas secou as lagrimas levantando a cabeça de forma superior. Quase aplaudi a deusa que eu havia criado.

Seus olhos estavam frios em direção ao moreno que apenas abaixou a cabeça como se tivesse sido congelado. O loiro ao seu lado olhou a cena curioso e apenas deu um soco no braço do amigo parecendo estar um pouco surpreso. 

— Vamos embora - Nathaniel disse olhando com desprezo para os dois garotos. Adrien sorriu divertido com a aparente ameaça que o ruivo os direcionava com o olhar.

Alya assentiu abraçando o amigo em um gesto instintivo. Eu quase ri da cara que Nino fez ao ver isso mas engoli o riso mandando meu olhar mais mortal em sua direção. Pude notar que o Agreste estava se divertindo muito com meu desprezo. Garotos loucos! 

Saimos de lá rapidamente levando Alya para minha casa. Assim que chegamos na padaria meus pais me olharam preocupados mas eu apenas sorri pequeno pra ambos mostrando que não tinham o porque se preocupar. 

Pedi pra Nathaniel leva-la para meu quarto. E corri pra geladeira pegando um pote de sorvete de morango, sabia muito bem como animar minha melhor amiga e esse jeito era sempre com comida de preferência congelada. 
Subi as escadas vendo ainda o ruivo afagando suas costas em um gesto solidario. Olhei apreensiva pra ele em uma pergunta silenciosa. Ele negou como se tivesse falando com apenas um olhar que ela estava péssima. 
E nesse momento desejei a cabeça de Nino em uma estaca.
Quem aquele muleque metido a bad boy pensa que é pra machucar minha melhor amiga? 

— PUTA MERDA FALTO UM DIA E SÓ ACONTECE MERDA - nem precisei virar a cara pra saber quem havia entrado. Tikki apareceu como um furacão dentro do meu quarto sem nem bater e olhou com raiva para nos três. — PORQUE CARALHOS ESTÁ CHORANDO, ALYA? ESPERO QUE NO MINIMO ALGUÉM TENHA MORRIDO.

Alya soluçou engolindo as lagrimas ela sabia bem o quão irritada Tikki ficaria em saber os motivos de suas lagrimas.

— Nino - disse simplesmente recebendo um olhar mortal de Alya. — O que? Ela é nossa amiga também. 

— LEVANTA ESSA BUNDA DA CAMA E VAI LAVAR ESSE ROSTO - exclamou alto o suficiente para percebemos que não era um pedido. Alya assentiu rapidamente, se tinha uma coisa que havíamos apreendido em anos de amizade era a não provocar Tikki. Ela tinha o tamanho de um smurf mas poderia meter medo em qualquer um.

— E VOCÊ TIRA O SORVETE DAQUI. NÃO QUERO VER NINGUEM SOFRENDO POR MACHO QUE NÃO PRESTA.

Assenti rapidamente correndo pra cozinha e guardando o sorvete. Assim que voltei para meu quarto pude ver Alya um pouco mais calma apenas com os olhos vermelhos. E Nath estava encostado em minha mesa olhando atentamente para as duas.

— Primeiro quero vocês arrumadas as 19:00 horas - disse pela primeira vez em um tom calmo. Nos a olhamos perdidos. Mas a garota apenas nos mostrou um panfleto de uma festa que teria em uma casa de show famosa.

— Não vamos! - Alya disse já pronta para outra sessão de lagrimas. Revirei os olhos juntos com todos os presentes naquele quarto antes mesmo dela protestar novamente. Tikki cantarolou bem alto em meio a uma voz escandalosa e estridente nos fazendo cair na gargalhada.

Nada de lágrimas no clube!
 

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