Instável

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"Segure, segure, me agarre
Porque eu sou um pouco instável
Só um pouquinho instável"

Pov Adrien

Minha cabeça está estourando parece que um caminhão me atropelou, minhas lembranças da noite anterior se baseavam em fumaça e álcool, minha vontade de sair dessa cama é inferior a zero. Um barulho da tranca da porta me faz me encolher ainda mais contra meus lençóis tentando de alguma forma fugir da luz que estava entrando do corredor. 

Uma elevação em meu colchão me fez ficar alerta mas não o suficiente para fugir do ataque de Plagg. Que com uma rapidez invejável levantou meu colchão me fazendo cair com tudo no chão, gemi pelo impacto e levantei apenas para ve-lo morrendo de rir.

Nino entrou no quarto com uma câmera e gargalhava alto com o moreno. Eu os olhei feio ignorando totalmente a dor latejante que queimava meus neurônios. 

- Vocês vão se arrepender! - ameacei. Ambos se entreolharam antes de correr pelo quarto. Peguei meu tênis e corri atrás daqueles dois bastardos que tanto me tiravam do serio.

Com uma mira de dar inveja a Oliver Queen acertei o sapato bem no ombro de Nino que gemeu de dor exagerando como sempre ao se jogar no chão. Revirei os olhos.

- VOCÊ O MATOU!! - Plagg dramatizou. Juro que se não tivesse ainda sobe efeito de drogas teria lhe dado bem mais que uma sapatada. Plagg e Nino com toda certeza deviam tentar entrar pra Broadway dariam inveja a varios atores forçados. 

- PORRA PAREM DE GRAÇA E ME DIGAM QUE MERDA ACONTECEU ONTEM? - perguntei ficando irritado. Nino se levantou e Plagg o ajudou enquanto eles ainda me fitavam. - O gato comeu a lingua de vocês? 

- Não sabemos estavamos chapados demais desmaiamos assim que a galera foi embora - Plagg contou enquanto analisava seu casaco. Tipico.

- Corrigindo você se trancou no quarto com a primeira garota que viu e me deixou sozinho lá na sala - Nino corrigiu recebendo um tapa do outro na nuca. 

- Vi a Chloe chegando - disse Plagg. Eu apenas concordei com a cabeça vendo algumas lacunas se completarem em minha memoria. Eu a encontrei e fomos beber depois fui parar no Red com Charles e uns amigos dele e dai pra frente tudo é fumaça. 

- Como cheguei em casa? - perguntei coçando meus olhos. Nino mexeu em uma caixa que havia trazido e de lá tirou um remédio pra dor de cabeça.

Agradeci tomando o comprimido com a água da torneira do banheiro mesmo.

- Não sabemos Charles ligou agora pouco dizendo que deixou sua moto no estacionamento da boate e mencionou uma vadia louca que o levou de la ontem. - Nino relatou. Eu apenas pisquei os olhos forçando minha memoria ao máximo, lampejos de fios azulados passavam como flashs em minha mente. Mexi minha cabeça afastando o delírio absurdo.

- Não faço idéia - murmuro incerto. Olho pro relogio e um gemido frustrado sai da minha garganta. - Serio? Me acordaram mesmo pra ir pra aula?

Eles concordaram e me sugeriram ir tomar um banho. Suspirei antes de me despir e ir ao banheiro, olhei para o espelho desconhecendo meu reflexo.

As olheiras profundas denunciavam minhas noites mal dormidas mas a vermelhidão em minhas orbes apenas deixava claro o maldito dependente que me tornei.

Não, eu não era um viciado em drogas, eu era viciado na sensação de me destruir, qualquer coisinha que me fizesse sentir entorpecido demais pra coisas tão humanas quanto sentimentos eu faria.

Me tornei minha propria maquina, se eu precisasse demonstrar sentimentos eu os fabricava, fingia e manipulava nem me lembro quando foi a ultima vez que fui sincero. 

Someone You Love | Adrienette Onde histórias criam vida. Descubra agora