Sombras Que Persistem

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POV Adrien

Cheguei em casa depois de ter ajudado aquela garota irritante. Quem ela pensa que é pra falar comigo daquela maneira? E porque diabos eu não a deixo se ferrar. Talvez seja pelo meu passado pertubado, talvez eu não queira cometer os mesmos erros novamente. 

- Onde estava? - a voz de Plagg me tira dos meus devaneios. Eu o observo revirando os olhos pensando em desde quando eu lhe devo satisfação. 

- Não te interessa! - Digo rudemente tirando meus coturnos. Plagg me examina encostado na porta de madeira com os braços cruzados 

- Delicado como um coice de cavalo - debocha. Pego meus caturnos e ignorando sua presença ando ate meu quarto. Como a coisa irritante que é ele me segue. - Vai contar qual o problema? 

- Aquela anã de jardim irritante! - exclamo jogando meus sapatos dentro da sapateira. O barulho da brutalidade não me afeta. - Quem ela pensa que é!

- Marinette? - pergunta me fazendo arregalar os olhos. Então esse era seu nome, Plagg apenas da de ombros sorrindo de lado - O que posso fazer, presto atenção na hora da chamada.

- Você só esta na escola a um dia - murmuro surpreso pela sua boa memoria. Ele apenas concorda com a cabeça. - Josh voltou pra escola.

- Espera! Achei que tinhamos dado um jeito nele da última vez - Sua expressão é de surpresa e não posso culpa-lo. Eu mesmo não tive a melhor reação ao ve-lo no corredor com aquele sorriso forçado. - Acha que foi coisa do Gabriel? 

Meu pai era um idiota, com toda certeza deve ter usado seus contatos para colocar Josh de volta a escola. Era impossível uma escola aceitar sem algum tipo de suborno um professor com histórico de assédio. 

- Eu não sei vou dar uma olhadinha em alguns arquivos - corro para meu computador sentindo o olhar de Plagg sobre mim. Demora alguns segundos para ligar mas no mesmo instante que o faz começo a digitar. Meus dedos correm rapidamente sobre as teclas.

- Havia esquecido que era um maldito nerd! - o moreno exclama ao meu lado impressionado, Dou de ombros, eu sempre fui muito bom com computadores e qualquer matéria escolar, aos 15 anos consegui hackear a empresa Agreste apenas para desmarcar uma reunião que meu pai teria no meu aniversário. Claro que esse dia me resultou em algumas marcas roxas mas não podem culpar um filho por tentar.

- Está mais criptografado do que da última vez. Vou precisar de alguns minutos - Murmurei vendo o painel negro cheio de códigos a minha frente. Apenas precisava achar a senha certa e organizar alguns numeros.

- Tem acesso a empresa do seu pai? - Plagg pergunta eu apenas o olho feio. - O que? Achei que ele tinha te deserdado após aquela noite.

- Ele tentou mas felizmente a justiça não aprovou. Ele foi obrigado a me emancipar e a dar uma boa parte de ações para mim. - explico. Finalmente acho a senha e os dados da empresa aparece na tela. Infelizmente eu não conseguia ter acesso ao principal que se encontrava na mansão. Meus olhos correm sobre alguns dados ate encontrar um suspeito.

- Tem uma transferência para a Françoise Dupont de 10,000. Por deus ele esta usando o dinheiro da empresa para chantagem. Otimo saber o quanto ele se preocupa com o futuro de seus filhos. - levanto da mesa sentindo a raiva crescer em meu peito. Plagg se afasta já acostumado com meus surtos de raiva. - Porra! Ele simplesmente ajuda aquele lixo depois de tudo!

Alguns livros que estavam em minha prateleira foram direto para o chão, Plagg tentou me impedir de destruir o quarto mas desistiu no momento que eu joguei todos os objetos da comoda no chão. O barulho de vidro se espatifando em mil pedacinhos sobre o piso não incomodava mais meus tímpanos. 

Eu sabia que estava agindo como um merda mas a vontade de socar e quebrar alguma coisa se apossava de mim nessas situações. Dei um soco na parede sentindo a dor familiar em meus dedos. Me machucava mais vezes do que podia contar mas a sensação de alivio que passava por meu corpo era similar a uma droga.

- Tem que se concentrar, Agreste. Procure a garota e não descanse até conseguirem provas o suficiente para colocar aquele filho da puta na cadeia pelas próximas 5 encarnações. - Sua voz é firme ele se aproxima de mim e me faz encarar seus olhos que transmitem toda a certeza que preciso.

Dou um passo pra trás e apoio minha mão na comoda concordando, buscando todo meu alto controle. 

Uma ardência em minha mão me faz olhar para a mesma. Posso ver um pedaço do porta retrado de vidro perfurando minha pele, infelizmente ou felizmente meu corpo já se sentia entorpecido para qualquer dor física.

Meus olhos fitam a mulher e a garota loira que sorriem abraçadas a um eu mais novo. A um tempo atrás meus olhos se encheriam de lágrimas, mas não havia mais lagrimas para chorar. 
Não havia mais sentimentos no quebrado eu para serem expressados, a única coisa que persistia era a mais cruel e corrosiva raiva. E um desejo doentil de vingança. 

Someone You Love | Adrienette Onde histórias criam vida. Descubra agora